TDAH- COMO LIDAR COM O TRANSTORNO NO COTIDIANO ESCOLAR
Por: kamys17 • 18/10/2018 • 4.557 Palavras (19 Páginas) • 490 Visualizações
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O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é “um problema de saúde mental que tem três características básicas: a desatenção, a agitação (ou hiperatividade) e a impulsividade”. (ROHDE; BENCZIK, 1999, p. 37).
Uma das características que está presente em crianças hiperativas é a atividade motora desorganizada e excessiva chamada de impulsividade que acontece sem nenhuma finalidade.
Ficar remexendo as mãos e/ou os pés quando sentado; não parar sentado por muito tempo; pular, correr excessivamente em situações inadequadas, ou ter uma sensação interna de inquietude (ter “bicho-carpinteiro por dentro”); ser muito barulhento para jogar ou divertir-se; ser muito agitado (“ a mil por hora” , “ou um foguete”); falar demais; responder às perguntas antes de terem sido terminadas; ter dificuldade de esperar a vez; intrometer-se em conversas ou jogos dos outros.(ROHDE E BENCZIK,1999 p.40)
A desatenção é outra característica destacada nos estudos de Rohde e Benczik (1999), os autores explicam que prestar atenção em detalhes, concentração em atividades e jogos, dificuldades para aceitar as regras e seguir as instruções e, ainda, a sensação de que a criança não presta atenção em suas atividades e no que é dito são características deste distúrbio.
É possível encontrar vários fatores desencadeantes do TDAH: a hereditariedade; problemas durante a gravidez ou no parto; problemas familiares; alimentação; e disfunções hormonais, o meio em que a criança está inserida e os estímulos que recebe. Sam Goldstein e Michael Goldstein (1996) explicam que são utilizadas três tipos de intervenção com crianças hiperativas,
A primeira é o uso de medicamento. A segunda e a terceira são técnicas não médicas que pais e professores devem compreender e utilizar. Uma delas refere-se a formas de gerenciar eficazmente o ambiente doméstico e escolar da criança para reduzir eficazmente os problemas associados à hiperatividade. Uma rotina matinal ou noturna constante seria um exemplo. Outra técnica consiste em estratégias de desenvolvimento de habilidades que ajudam a criança hiperativa a prestar atenção de modo mais afetivo, planejar, ficar sentada e controlar as emoções. Essas intervenções permitem que a criança funcione de modo mais efetivo. (GOLDSTEIN; GOLDSTEIN 1996, p. 196).
Jones (2004) faz menção a estudos que indicam que a principal causa para o desenvolvimento do TDAH é o meio, as condições e estímulos que a criança recebe nas relações sociais,
Muitos elementos da vida moderna podem contribuir para o problema da hiperatividade. Hoje, o ritmo é muito mais rápido do que no passado. Atualmente as crianças precisam lidar com um bombardeio de informações, estímulos e entretenimento oferecidos pela televisão, pelos jogos de computador, pelas atividades organizadas, pelos clubes e pela mídia em geral. Apesar de serem mentalmente super estimuladas, pode faltar às crianças modernas o exercício físico que as deixaria saudavelmente cansadas. (JONES, 2004, p.10)
Segundo Jones (2004), crianças muito estimuladas podem desenvolver dificuldade na habilidade de concentração. Rotinas e disciplinas que antes eram comuns hoje não são mais aplicadas, como ir cedo para a cama, ler ou brincar no quarto, atualmente elas podem ficar acordadas até mais tarde, assistindo televisão ou jogando vídeo game, ou participando de atividades sociais e estes hábitos podem influenciar no desenvolvimento da atenção e contribuir para o TDAH
3 Como é o diagnóstico?
Segundo Bonadio e Mori (2013) os principais critérios para fazer o diagnóstico do TDAH são os sintomas clínicos, sendo estes a desatenção, a hiperatividade e a impulsividade que a criança ou o adolescente apresenta no decorrer de seu desenvolvimento de maneira que comprometa suas atividades diárias e suas relações pessoais e interpessoais na escola, no trabalho e em casa. Bonadio e Mori complementam dizendo que,
Os critérios utilizados para a realização do diagnóstico podem ser encontrados no DSM, utilizado com frequência nos Estados Unidos ou no CID 10, ambos usados também no Brasil por médicos e psicólogos ao emitir diagnósticos. O DSM elenca uma série de características a ser identificada para emitir o diagnóstico de TDAH, cuja essência se configura na persistência de desatenção e/ou hiperatividade em graus desproporcionais comparados a pessoas com desenvolvimento equivalente, Sintomas hiperativo-impulsivos motivadores de prejuízo devem se manifestar antes do sete anos. Os sintomas devem estar presentes em pelo menos dois contextos (na escola, no trabalho ou em casa) e devem interferir de maneira significativa no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional da pessoa, considerado apropriado ao nível de desenvolvimento. (BONADIO; MORI, 2013, p. 45-46)
Estudos científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do cérebro. A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e é responsável pela inibição do comportamento (isto é, controlar ou inibir comportamentos inadequados), pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento.
O que parece estar alterado nessa região cerebral é o funcionamento de um sistema de substâncias químicas chamadas neurotransmissores (dopamina e noradrenalina) que passam informações entre os neurônios.
Para se diagnosticar uma criança com TDAH, é preciso muita cautela, todos os que convivem com ela (pais, professores, psicólogos, psicopedagogos e médicos) devem contribuir para chegar ao diagnóstico preciso do TDAH, pois como afirma Jones (2004, p.7),
Embora bastante comum, o termo “hiperatividade” é muito mal empregado. As pesquisas mostram que pelo menos, uma parte do tempo, 30 por cento dos pais descrevem seu filho como” hiperativo”. Cerca de um entre dez pais diriam que seu filho teve um sério problema de hiperatividade. Pesquisadores norte-americanos estimaram que de 5 a 8 por cento das crianças têm esse problema, enquanto os especialistas britânicos acreditam que o número de crianças com verdadeira hiperatividade seja tão pouco quanto uma em cem, ou até mesmo uma em duzentas. (JONES, 2004, p.7)
Ainda que o profissional tenha competência (experiência clínica, conhecimento teórico), o processo diagnóstico da patologia é cheio de armadilhas, pois se diferencia de diagnósticos mais precisos, como aqueles que envolvem problemas físicos ou até mesmo outros quadros psicológicos. A primeira
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