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A AVALIAÇÃO NO COTIDIANO ESCOLAR

Por:   •  11/4/2018  •  2.954 Palavras (12 Páginas)  •  354 Visualizações

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 AVALIAÇÃO ESCOLAR

A escola é um espaço caracterizado pela multiplicidade, experiências, realidades, cosmovisões, objetivos de vida, relações sociais, estruturas de poder, tradições históricas e vivências culturais diversas se plasmam nos diversos discursos que se cruzam em seu cotidiano, pondo em diálogo conhecimentos produzidos a partir de várias perspectivas, e é neste local onde ocorre a avaliação escolar.

Quando se pensa a avaliação escolar, as primeiras idéias que surgem são: avaliação do aluno (realizada pelo professor), notas, aprovação e reprovação, sucesso e fracasso, prêmio e castigo. Mas, sempre do aluno. Será o aluno o único sujeito que merece ser avaliado na escola? Será que na escola é só ele quem deve aprender? Ora, o aluno, sim, aprender, pois é um personagem muito importante, senão o mais importante no contexto escolar. Freqüentemente a avaliação feita pelo professor se fundamenta na fragmentação do processo ensino aprendizagem e na classificação das respostas de seus alunos, a partir de um padrão predeterminado, relacionando a diferença ao erro e a semelhança ao acerto. Seleção, classificação e hierarquia de saberes e de pessoas, marcas de um processo que faz das relações dialógicas, relações antagônicas. Processo que gera práticas que dificultam a expressão dos múltiplossaberes, negando a diversidade e contribuindo para o silenciamento dos alunos e alunas.

A prática escolar usualmente denominada de avaliação é constituída muito mais de provas e exames do que de avaliação. Esta pratica de provas/exames, tem origem na escola moderna a partir dos séculos XVI e XVII, excluindo parte dos alunos porque baseia-se no julgamento, enquanto a avaliação pode incluí-los devido ao fato de proceder por diagnóstico e assim incluir o educando no curso da aprendizagem satisfatória, que integre todas as experiências de vida.

Enquanto as finalidades e funções das provas e exames são compatíveis com a sociedade burguesa, as da avaliação as questionam, por isso, torna-se difícil realizar a avaliação na integridade de seu conceito, no exercício de atividades educacionais. Luckesi (1991, p.171)

Assim, cristalizou-se em nossas escolas a pratica de provas e exames como um dos recursos para classificar os educandos, selecionando-os e os tratando de maneira diferenciada, preocupando-se com os princípios burgueses da individualidade e da competitividade.

É pensando no aluno, nos seus direitos à educação e promover a cidadania que a escola deve se organizar e se estruturar. Essa organização resulta do trabalho de diversas pessoas, em diferentes níveis do sistema educacional.

Em nossa reflexão sobre avaliação escolar teremos sim o aluno como o principal sujeito do processo ensino aprendizagem, mas não o único a ser avaliado. É necessário que pensemos a avaliação de uma maneira mais global, envolvendo todos que participam do processo educacional que acontece na escola.

Para fazer da avaliação um ato educativo, direcionado para uma prática documentada em seus pressupostos básicos, de tal maneira que o trabalho pedagógico esteja a serviço do educando, no que se refere à sua potencialidade de aprender de forma significativa e prazerosa.

2.2 AVALIAÇÃO CLASSIFICATÓRIA

O sistema econômico com o qual convivemos se mostra excludente, sem compromisso ético com as pessoas e com um modelo classificatório de avaliação onde os alunos são considerados aprovados ou não, oficializando a concepção de exclusão, pois o resultado da avaliação é considerado como sendo uma sentença, um veredicto oficial da capacidade daqueles que costumam ser rotulados “menos capazes, com problemas familiares, com problemas de aprendizagem, sem vontade de estudar, sem assistência familiar “e muitos outros termos parecidos.

No cotidiano escolar, a única decisão que se tem tomado sobre o aluno tem sido a de classificá-lo num determinado nível de aprendizagem, a partir de menções, sejam elas em notações numéricas ou e notações verbais. Nesta avaliação ocorre uma ruptura com o processo de ensino-aprendizagem; dá-se ênfase demasiada a nota e esta é usada, muitas vezes, como recurso para se obter os padrões de comportamento desejáveis, como uma “arma” para manter a disciplina e “moldar” atitudes de acordo com os padrões estabelecidos pelo professor.

De acordo com Luckesi (1999), a avaliação que se pratica na escola é a avaliação da culpa. Aponta, ainda, que as notas são usadas para fundamentar necessidades de classificação de alunos, onde são comparados desempenhos e não objetivos que se deseja atingir. O currículo de nossas escolas tem sido proposto para atender a massificação do ensino, pois, na maioria das vezes, se espera de uma classe com 30 ou mais de 40 alunos, uma única resposta certa.

“Constatamos que a prática da avaliação é atravessada por questões disciplinares, de controle dos alunos, de castigos sociais que os alunos apresentam dentro e fora da escola”. (Luckesi, 1997, p.73).

Com essa pratica avaliativa, aumenta ainda mais o numero de repetência e evasão escolar, “matamos’ nossos alunos, a alma bonita e jovem que eles possuem; reduzimos sua criatividade, seu prazer, sua capacidade de decisão. E, a seguir, reclamamos que nossos alunos não são criativos.

Segundo Perrenoud (2000), normalmente, define-se o fracasso escolar como a conseqüência de dificuldades de aprendizagem e como a expressão de uma “falta objetiva’ de conhecimentos e de competências. Esta visão que ‘naturaliza” o fracasso impede a compreensão de que ele resulta de formas e de normas de excelência que foram instituídas pela escola, cuja execução revela algumas arbitrariedades, entre as quais a definição do nível de exigência do qual depende o limiar que separa aqueles que têm êxito daqueles que não o tem. As formas de excelência que a escola valoriza se tornam critérios e categorias que incidem sobre a aprovação ou reprovação do aluno.

3 A LDB E A AVALIAÇÃO

A necessidade de avaliar sempre se fará presente, não importando a norma ou padrão pelo qual se baseie o modelo educacional. Não há como fugir da necessidade de avaliação de conhecimentos, muito embora se possa, com efeito, torná-la eficaz naquilo que se propõe, a melhora de todo o processo educativo.

Ao longo dos anos e desde o seu surgimento, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional vem passando

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