Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

Resenha - Um Discurso sobre as Ciências - Boaventura

Por:   •  30/4/2018  •  1.226 Palavras (5 Páginas)  •  562 Visualizações

Página 1 de 5

...

de Bohr, constatando a impossibilidade de observar ou medir um objeto sem interferir nele. Ele mostra as principais consequências trazidas por essa condição teórica. 1- Sendo estruturalmente limitada o rigor de nosso conhecimento, só aspiramos a resultados próximos, então leis da física são meramente probabilísticas; 2- o determinismo mecanicista é inviabilizado uma vez que a totalidade do real não é reduzível à soma das partes divididas para a medição do objeto; 3- é muito mais complexa a distinção entre sujeito/objeto do que pode parecer.

. - o questionamento do rigorismo matemático; essa questiona a rigidez matemática como regra absoluta da constituição da natureza. Diz que a matemática não possui uma linguagem que prove tudo.

- o avanço, no século XX, do conhecimento nas áreas da microfísica, química e biologia; na qual referindo-se a quebra do mecanicismo linear do modelo newtoniano, relacionada à teoria do físico-químico Ilya Prigogine.

O autor, para justificar seu modelo denominado como “paradigma de um conhecimento prudente para uma vida descente” apresenta o paradigma emergente a partir de um conjunto de testes; quatro princípios sobre conhecimento.

1- Todo conhecimento científico-natural é científico-social; nesse o autor sustenta que a distinção dicotomia entre as ciências naturais e ciências sociais deixou de ter sentido e utilidade, pois o conhecimento do paradigma emergente tende a ser um conhecimento não dualista, que se funda na superação das distinções até então aplicadas. São elas: natureza/cultura, natural/artificial, vivo/inanimado, mente/matéria, coletivo/individual, objetivo/subjetivo, animal/pessoa.

2- Todo conhecimento é local e total; conhecimento científico e a busca pelo conhecimento total; o conhecimento pós-moderno não é um conhecimento determinístico, descritivista, é um conhecimento sobre as condições de possibilidade. “As condições de possibilidade da ação humana projectada no mundo a partir de um espaço-tempo local.”(p.77).

A esse modo, o conhecimento constitui-se a partir de uma pluralidade metodológica, numa transgressão metodológica; não segue um estilo unidimensional, possibilitando uma maior personalização do

trabalho científico.

3- Todo conhecimento é autoconhecimento; aqui afirma-se que o objeto é a continuação do sujeito por outros meios e que, justamente por isso, todo o conhecimento científico é também autoconhecimento.

Assim a ciência não descobre, cria. Trata-se de uma acto criativo protagonizado por cada cientista e pela comunidade científica em seu conjunto.

Também afirma que a ciência é autobiográfica.”A explicação científica dos fenômenos é a autojustificação da ciência enquanto fenômeno central da nossa contemporaneidade.

4- Todo conhecimento científico visa constituir-se em senso comum; nesse último ponto, diz-se que nenhuma forma de conhecimento é, em si mesma, racional, tenta dialogar com outras formas de conhecimento se permitindo passar por elas.

“O senso é retórico e metafórico; não ensina, persuade… o senso comum é conservador e pode legitimar prepotências, mas interpenetrado pelo conhecimento científico pode estar na origem de uma nova racionalidade.”(p.90)

Em uma racionalidade feita de racionalidades, é necessário inverter a ruptura epistemológica, almeja-se na ciência pós-moderna um salto do conhecimento científico para o conhecimento do senso comum. “O conhecimento científico pós-moderno só se realiza enquanto tal na medida em que se converte em senso comum” (p.90/91).

O livro tem como objetivo mostrar o progresso do pensamento científico, vindo do século XVI com grandes nomes da época, em sua primeira revolução, até um “futuro” no fim do século XX, segunda revolução.

...

Baixar como  txt (8.5 Kb)   pdf (49.4 Kb)   docx (13.7 Kb)  
Continuar por mais 4 páginas »
Disponível apenas no Essays.club