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Resenha - Um Discurso sobre as Ciências - Boaventura

Por:   •  30/4/2018  •  1.226 Palavras (5 Páginas)  •  492 Visualizações

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de Bohr, constatando a impossibilidade de observar ou medir um objeto sem interferir nele. Ele mostra as principais consequências trazidas por essa condição teórica. 1- Sendo estruturalmente limitada o rigor de nosso conhecimento, só aspiramos a resultados próximos, então leis da física são meramente probabilísticas; 2- o determinismo mecanicista é inviabilizado uma vez que a totalidade do real não é reduzível à soma das partes divididas para a medição do objeto; 3- é muito mais complexa a distinção entre sujeito/objeto do que pode parecer.

. - o questionamento do rigorismo matemático; essa questiona a rigidez matemática como regra absoluta da constituição da natureza. Diz que a matemática não possui uma linguagem que prove tudo.

- o avanço, no século XX, do conhecimento nas áreas da microfísica, química e biologia; na qual referindo-se a quebra do mecanicismo linear do modelo newtoniano, relacionada à teoria do físico-químico Ilya Prigogine.

O autor, para justificar seu modelo denominado como “paradigma de um conhecimento prudente para uma vida descente” apresenta o paradigma emergente a partir de um conjunto de testes; quatro princípios sobre conhecimento.

1- Todo conhecimento científico-natural é científico-social; nesse o autor sustenta que a distinção dicotomia entre as ciências naturais e ciências sociais deixou de ter sentido e utilidade, pois o conhecimento do paradigma emergente tende a ser um conhecimento não dualista, que se funda na superação das distinções até então aplicadas. São elas: natureza/cultura, natural/artificial, vivo/inanimado, mente/matéria, coletivo/individual, objetivo/subjetivo, animal/pessoa.

2- Todo conhecimento é local e total; conhecimento científico e a busca pelo conhecimento total; o conhecimento pós-moderno não é um conhecimento determinístico, descritivista, é um conhecimento sobre as condições de possibilidade. “As condições de possibilidade da ação humana projectada no mundo a partir de um espaço-tempo local.”(p.77).

A esse modo, o conhecimento constitui-se a partir de uma pluralidade metodológica, numa transgressão metodológica; não segue um estilo unidimensional, possibilitando uma maior personalização do

trabalho científico.

3- Todo conhecimento é autoconhecimento; aqui afirma-se que o objeto é a continuação do sujeito por outros meios e que, justamente por isso, todo o conhecimento científico é também autoconhecimento.

Assim a ciência não descobre, cria. Trata-se de uma acto criativo protagonizado por cada cientista e pela comunidade científica em seu conjunto.

Também afirma que a ciência é autobiográfica.”A explicação científica dos fenômenos é a autojustificação da ciência enquanto fenômeno central da nossa contemporaneidade.

4- Todo conhecimento científico visa constituir-se em senso comum; nesse último ponto, diz-se que nenhuma forma de conhecimento é, em si mesma, racional, tenta dialogar com outras formas de conhecimento se permitindo passar por elas.

“O senso é retórico e metafórico; não ensina, persuade… o senso comum é conservador e pode legitimar prepotências, mas interpenetrado pelo conhecimento científico pode estar na origem de uma nova racionalidade.”(p.90)

Em uma racionalidade feita de racionalidades, é necessário inverter a ruptura epistemológica, almeja-se na ciência pós-moderna um salto do conhecimento científico para o conhecimento do senso comum. “O conhecimento científico pós-moderno só se realiza enquanto tal na medida em que se converte em senso comum” (p.90/91).

O livro tem como objetivo mostrar o progresso do pensamento científico, vindo do século XVI com grandes nomes da época, em sua primeira revolução, até um “futuro” no fim do século XX, segunda revolução.

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