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Resenha discurso sobre as ciências

Por:   •  6/6/2018  •  1.620 Palavras (7 Páginas)  •  395 Visualizações

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Mas voltando a ideia anterior, por ser totalitário, o racionalismo era diferente daqueles modelos antigos, medievais. No que diferia? Eles separavam a natureza da pessoa humana e também contestavam o conhecimento do bom senso, considerando o conhecimento cientifico muito mais seguro. A ciência moderna desconfia das experiências do nosso cotidiano. Para uma maior "segurança", a matemática era um instrumento utilizado pra analisar experimentos e observações que levassem a um conhecimento mais profundo. "A matemática fornece à ciência moderna, não só o instrumento privilegiado de análise, como também a lógica da investigação, como ainda o modelo de representação da própria estrutura da matéria."(p. 27)

A ciência moderna passou a permeabilizar o âmbito do comportamento social. Sobre isso Boaventura disse que se foi possível descobrir as leis da natureza, seria igualmente possível descobrir as sociais. Evoluímos de um estudo das ciências naturais para o estudo da ciências sociais, que, de certa forma, estão ligadas. Bacon diz que a ciência fará do homem "o senhor da natureza".

O que conseguimos compreender até agora? Conhecimento científico são regras metodológicas e pressupostos epistemológicos, onde temos uma "batalha" entre "qual o fim das coisas e quem são os seus agentes" contra "como funciona". No âmbito das ciências naturais nós temos o ser humano versus homem, homem versus animal e homem versus cultura. Já em relação às ciências sociais, o autor diz:

"As ciências sociais não dispõe de teorias explicativas que lhes permita, abstrair do real pra depois buscar nele, de modo metodologicamente controlado, a prova adequada; as ciências sociais não podem produzir previsões fiáveis porque os seres humanos modificam seu comportamento em função do conhecimento que sobre ele se adquire; as ciências sociais não são objetivos porque o cientista social não pode libertar-se, no ato de observação, dos valores que informa, a sua prática em geral e, portanto, também a sua prática de cientista."[2] (p.36)

Existia uma corrente que dizia que as ciências sociais eram uma "ampliação" das naturais, e outra que dizia que as sociais tinham um método próprio, não advinha das naturais. Por mais que as duas parecessem antagônicas, ambas "exaltavam" as ciências naturais em relação às sociais. Elas colocavam, por assim dizer, as naturais num patamar acima em relação às sociais. A segunda vertente, inclusive, foi uma grande "precursora", o primeiro sinal de uma crise em relação ao modelo hegemônico.

Após fechar a ideia do paradigma definitivo, o autor entra em outro tópico: a crise do paradigma. Ele inicia dizendo que defenderá três pontos: 1)temos muitos sinais de que esse modelo de racionalidade passa por uma crise profunda; 2) além de profunda ela é uma crise irreversível, passamos por uma revolução que iniciou-se lá com Einstein e a mecânica quântica e não sabemos quando ira acabar; 3) os sinais só nos permitem especular sobre os paradigmas que surgirão desse período de revolução.

Essa crise do paradigma dominante é a consequência de várias condições. Temos as condições teóricas e as sociais, e as diferenças entre elas. Boaventura cita quatro problemáticas que contribuíram para essa crise. São elas: a teoria de Einstein sobre a relatividade; o avanço nas áreas da química, biologia e na metafísica; a teoria da incompletude, que questiona o rigor matemático; e a mecânica quântica.

Na minha opinião, tudo tem uma razão de ser e uma importância. Foi assim também em relação à crise, mesmo ela sendo vista naturalmente por nós como sendo algo negativo, ela teve a sua importância. Ela “iniciou”, por assim dizer, uma intensa e profunda reflexão sobre os conhecimentos científicos. Nós temos dois principais resultados dessas reflexões, um é o que trata do questionamento dos conceitos de causalidade e lei, e o outro que diz que primeiro ressalta-se o conteúdo e depois a forma.

Depois disso, Boaventura de Sousa nos apresenta algumas hipóteses. Uma delas é a de que já não é mais interessante, já não faz mais sentido a discussão entre ciências naturais e sociais.

Após a apresentação dessas hipóteses, o autor entra no último tópico de seu livro, o paradigma emergente, onde nos apresenta um modelo em desenvolvimento que ele chama de “paradigma de um conhecimento prudente para uma vida decente”(p.) Esse novo paradigma emergente terá, além do científico, um paradigma social.

Para firmar esse seu novo modelo, o autor usa de quatro princípios do conhecimento. São eles: todo conhecimento científico-natural é científico-social; todo conhecimento é local e total; todo conhecimento é autoconhecimento; todo conhecimento científico visa constituir-se em senso comum. Assim o escritor Boaventura de Sousa Santos finaliza o seu livro sobre a discussão das ciências.

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