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Resenha "O discurso do método" de René Descartes

Por:   •  23/10/2018  •  931 Palavras (4 Páginas)  •  419 Visualizações

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humanos. Falava que se há em nós a concepção do imperfeito, então a perfeição existe, fazendo de nós criaturas de um ser supremo, que seria Deus. A partir dessa lógica cartesiana, a prova da existência de Deus começou a ser construída.

Além de Deus, Descartes encontrou outro ser perfeito, a geometria. Se um triângulo sempre corresponderá a suas prioridades, então ele é tão perfeito quanto Deus, podendo sê-lo. Existindo Deus, tudo aquilo que é dubitável existe, pois é da perfeição de Deus que a imperfeição é criada.

No quinto capítulo, Descartes descreve exemplos da realidade para provar a existência de Deus. Entre os exemplos, o funcionalismo do corpo como uma máquina perfeita e, além disso, dotada de razão. Já a máquina feita pelo homem, por mais útil que possa ser, nunca será perfeita. Ora, se a máquina criada pelo imperfeito é imperfeita, só um ser perfeito pode criar um organismo perfeito como o do ser humano. Descartes também mostra que o organismo humano, internamente, só pode ter movimentos involuntários, pois há uma força maior (Deus) que a nossa própria vontade.

Na sexta parte, Descartes conclui sua obra justificando a demora em publicá-las pelo fato de achar prejudicial o efeito das críticas a obra em seu caminho pelo conhecimento. Exprime o fato de que sua obra não faz do leitor um sábio, pois as descobertas individuais são muito mais benéficas para o autoconhecimento do que descobertas divulgadas por secundários. Ressalta a importância da experiência na busca da verdade e a sua vontade de continuar suas pesquisas até o final de sua vida, apesar de não ter se comprometido a nada.

Em suma, as principais críticas negativas do método vêm do fato de que este é desprovido de critérios empíricos, sendo extremamente racionalista para a praticidade da realidade. Era necessária maior praticidade, pois seu método deixava a desejar ao afirmar como indubitáveis termos impassíveis de experiência para sua confirmação. Esta falha é o grande ponto de crítica dos empiristas, situação parcialmente resolvida com Immanuel Kant anos depois, ao conciliar as duas teorias, a racionalista e a empirista, em sua obra “crítica da razão pura”.

Depois de tudo o que foi explanado, é inegável a contribuição de Descartes para o avanço, não apenas da filosofia, mas das ciências humanas como um todo, através do seu método para a obtenção do conhecimento de base sólida.

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