Resenha do livro um discurso sobre as ciências

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crise do paradigma dominante

Para Santos, hoje a ciência vive uma crise profunda e irreversível, estamos hoje num processo de revolução científica que se iniciou com Einstein e a mecânica quântica e não se sabe ainda quando acabará.

“... A crise do paradigma dominante é o resultado interactivo de uma pluralidade de condi¬ções. Distingo entre condições sociais e condições teóricas...”.

Santos, destaca inicialmente, quatro condições teóricas que contribuíram para a crise do paradigma dominante: 1ª) a teoria da relatividade de Einstein; 2ª) a mecânica quântica; 3ª) o questionamento do rigorismo matemático; 4ª) o avanço do conhecimento nas áreas da microfísica, química e biologia na segunda metade do século XX.

Esta série de condições teóricas apresentadas propiciou uma profunda reflexão epistemológica sobre o conhecimento científico. Duas grandes reflexões podem ser destacadas: 1ª) questiona-se o conceito de lei e de causalidade; 2ª) releva-se antes o conteúdo do conhecimento do que a sua forma.

3. O paradigma emergente

“... Eu falarei, por agora, do paradigma de um conhecimento prudente para uma vida decente...”.

Em o paradigma emergente, santos propõe um novo método de se fazer ciência e propõe a extinção da dicotomia existente entre as ciências sóciais e naturais. Para isso, ele utiliza-se de quatro princípios, sendo estes:

1. Todo conhecimento científico-natural é científico-social

A distinção dicotômica entre as ciências naturais deixou de ser relevante, existindo a relação entre as duas.

2. Todo conhecimento é local e total

Na ciência moderna o conhecimento é mais restrito, de ordem especifica antes estudavam sobre tudo sem parcelização, agora há uma restrição, ou seja, uma limitação.

3. Todo conhecimento é autoconhecimento

Até então o sujeito de investigação investigava o objeto, porém no autoconhecimento o sujeito passa a ser objeto de investigação.

4. Todo conhecimento científico visa constituir-se em senso comum

O senso comum desprezado pela ciência moderna por achar ilusória e vulga é resgatada na ciência pós-moderna que emprega importância no senso comum no cotidiano, de onde extrairmos nossas experiências para entender o conhecido e desconhecido.

Para Santos, é necessário saber viver outras formas de conhecimento, e não apenas o conhecimento racional que orienta o paradigma dominante. Na ciência pós-moderna, o senso comum enriquecerá a relação do homem com o mundo.