Movimentos Históricos

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2-Cenário político de 1945 a 1988 que influenciaram os movimentos sociais

Os movimentos sociais no Brasil estiveram a todo o momento à prova, diante de um Estado ditador que através da constituição de 1937 impôs aos movimentos sociais adversidades ao seu funcionamento, somando se às outras já existentes.

No entanto a partir de 1945 com a retirada de Getulio Vargas do poder tal constituição não tinha mais lugar no cenário brasileiro, a constituição de cunho autoritário não era mais adequada para o Brasil e precisava ser substituída.

Momento no qual foi convocada uma nova assembleia constituinte para regulamentar juridicamente o novo período, inserindo em 18 de setembro de 1946 nova carta magna que reestabeleceu as liberdade outrora tiradas.

Um importante reconhecimento da carta recém-promulgada foi a liberdade de expressão, que teria possibilidade de devolver fôlego aos movimentos sociais, senão fosse o flagrante desrespeito das normas constituintes pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra, que interviu fortemente nos sindicatos reprimiu greves e buscou de todas as formas barrarem os avanços sindicais e movimentos sociais.

Diante de um cenário econômico que explorava de forma exaustiva o trabalhador, onerando com alto custo de vida, somando se as condições precárias de outrora, vários movimentos grevistas e manifestações foram deflagradas neste tempo.

Embora tendo governado autoritariamente agindo de forma controladora e populista, porém com feitos significativos na estrutura brasileira em favor dos trabalhadores, amado e odiado, Vargas retorna ao poder por eleições democráticas em 1951, seu governo dura até 1954 quando por diversas pressões políticas toma uma atitude trágica e se suicida.

Momentos de instabilidade se seguem até o cessamento definitivo da “democracia”, quando em 1964 ocorre o golpe militar que viria a acirrar os desmandos do estado e consequentemente o esfriamento dos movimentos sociais devido à intensa repressão. Tais movimentos se ergueriam com força nos anos 70 contra o governo golpista, obtendo após intensas lutas e reivindicações o auge da democracia com a constituição cidadã de 1988.

Como atores importantes da historia sociopolítica do Brasil os movimentos sociais serão retratados a partir deste ponto do trabalho, os mais significativos dos anos de 1945 a 1988, citaremos os encontrados com base em nossa pesquisa bibliográfica buscando tornar claro sua gênese e frente ideológica.

2.1A participação das mulheres nos movimentos sociais

A abertura política alcançada na década de oitenta, após o regime militar, trouxe à tona a luta por uma maior presença das mulheres nas esferas formais do poder, uma vez que teve importante participação nas lutas pelo retorno da democracia, que ocorreu em 1985.

No período Constitucional, quando foi possível a união de mulheres de diversos partidos, inúmeras medidas no sentido de garantir os direitos das mulheres foram defendidas tanto no âmbito da sociedade civil quanto no âmbito da classe política.

Com o objetivo de resolver questões que diziam a respeito da desigualdade de gênero, onde a mulher fora vítima ao longo de sua história. Buscavam a partir desse momento mudanças legais onde estariam protegidas pela lei e que pudesse alterar práticas sedimentadas na sociedade brasileira.

Como exemplo das conquistas feitas pelo Movimento das Mulheres, destaca-se a criação dos Conselhos dos Direitos da Mulher, das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, de programas específicos de Saúde integral e de prevenção e atendimento às vítimas de Violência Sexual e Doméstica.

A década de setenta e oitenta constituiu um marco para o movimento de mulheres no Brasil, com suas vertentes de movimento feminista, grupos de mulheres pela redemocratização do país e pela melhoria nas condições de vida e de trabalho da população brasileira. Em 1975, comemora-se, em todo o planeta, o Ano Internacional da Mulher e realiza-se a I Conferência Mundial da Mulher, promovida pela Organização das Nações Unidas – ONU.

2.2-O Movimento Negro no Brasil

O movimento Negro no Brasil emerge a partir de 1970, não só como movimento social, mas também como movimento político. Tinha como objetivo acabar com o preconceito e discriminação racial dos negros em diferentes instituições e espaços sociais. O movimento tem como meta a perspectiva da igualdade e da justiça social entre negros e brancos.

De acordo com Carlos Hasenbalg (1984):

O movimento negro contemporâneo ressurge a partir de meados da década de 70, nos finais de um período acentuadamente autoritário da vida política brasileira. Como todos os movimentos sociais que afloram na mesma época, seu discurso é radical e contestador. O renascimento do movimento tem sido associado à formação de um segmento ascendente e educado da população negra que, por motivos raciais, sentiu bloqueado o seu projeto de mobilidade social. A isso deve ser acrescentado o impacto nesse grupo de novas configurações no cenário internacional, que funcionaram como fonte de inspiração ideológica: a campanha pelos direitos civis e o movimento do poder negro nos Estados Unidos e as lutas de libertação nacional das colônias portuguesas na África (p.148-149).

O movimento teve uma participação importante na busca pela democracia juntamente com os outros movimentos sociais vigente na época, nesse período as pressões populares se estendiam a todo território nacional em prol do fim do regime militar que se instaurava no país.

Nesse cenário político e social, em 1978 é organizado o Movimento Negro Unificado (MNU), uma entidade que em nível nacional marcou, não só a história do movimento negro, mas, sobretudo, é tachada como uma das principais protagonistas da luta antirracista brasileira.

Como exemplo de conquistas políticas do movimento negro no Brasil temos: a política de identidade e reconhecimento dos negros, a inclusão do conhecimento africano e da cultura afro-brasileira no currículo escolar, a ação política e jurídica de criminalização do racismo, a ação simbólica em torno das datas comemorativas.

2.3-UNE

União nacional dos estudantes criando em 1937 no Rio de janeiro participou da campanha “o petróleo é nosso” se opondo a entrada de empresas estrangeiras para a extração do petróleo, sua luta foi bem sucedida quando em 1953 se deu a criação