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MOVIMENTO PUNK NA DÉCADA DE 1980 EM SÃO PAULO

Por:   •  28/11/2017  •  4.611 Palavras (19 Páginas)  •  379 Visualizações

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Onivaldo Pinto Maciel, atualmente trabalha como designer gráfico, nasceu Guararapes em 20/05/1962. Pai de dois filhos e casado com a senhora Lidia Nunes Maciel, hoje mora na região de Itaquera, Zona Leste de São Paulo.

Seu filho mais velho foi colega de escola de um dos integrantes do grupo, onde ficou sabendo que seu pai foi um Punk na década de 80.

Assim que soube da proposta do artigo colaborou de imediato em relatar suas experiências como um Punk sempre sorridente e confortável na entrevista.

História oral- Uma memória Punk

A história oral conquistou definitivamente seu espaço, acredita José Carlos Bom Meihy, um dos pioneiros no uso da técnica para reconstruir o passado. Professor titular aposentado do Departamento de História da USP e coordenador do Núcleo de Estudos em História Oral, da mesma universidade, Meihy acredita que ela tenha se tornado um elo entre a academia e a vida fora dos muros escolares. Segundo o pesquisador, o Brasil assumiu mundialmente “um papel de destaque neste tipo de estudo. (CARTA CAPITAL, 21/09/2011)

Optamos trabalhar com História Oral, porque ela nos possibilita ir além da escrita, podemos fazer uma releitura junto com o entrevistado através dos gestos, das feições, as declarações mais explosivas, ou mais pacificas do que será relado e resgatado juntamente com suas lembranças, que podem ser sinceras ou sarcásticas, dependendo do ponto de vista do entrevistador e do contexto histórico a ser trabalhado.

A narrativa será única, porque o momento da entrevista é único e nos possibilita a essa exclusividade.

Como bem disse em suas palavras o professor Meiry, em entrevista a Carta Capital a História Oral torna-se um elo entre a acadêmia e a vida fora dos muros da escola, que foi exatamente o que tentaremos apresentar em nossa pesquisa.

No decorrer do artigo vamos fazer uma releitura através da memória de um Ex-Punk “O Japa”, conhecido atualmente como Maciel.

Através de um questionário de perguntas estudadas e elaboradas por inúmeras vezes em reuniões realizadas pelo grupo, três câmeras um gravador e muito bom senso, fomos até a residência do Ex-Punk Maciel que reside na periferia de São Paulo, apresentado por uma das integrantes do grupo Priscila Mahfuz, apaixonada pelo tema Punk, que nos embalou a curiosa aventura sobre as características e a importância do movimento como um todo.

Em uma tarde de sábado no dia 07/09/2012, fomos recepcionados por Maciel, de uma forma muito gentil e de uma muita boa vontade. Com muita expectativa, o grupo esperava voltar à década de 80 junto com entrevistado, e conseguir resgatar o que de fato o movimento Punk representou para ele e qual foi sua posição diante do movimento.

Através de muitos gestos, risos, e surpresas com declarações inesperadas do entrevistado, que por uma parte do grupo o interpretou como um verdadeiro Romântico ao movimento e por outra parte do grupo o mesmo foi consciente e preciso ao que se referiam as mazelas que vivia a sociedade da época junto ao movimento. Por fim a entrevista foi contemplada para todos os integrantes do grupo como uma experiência única e extremamente satisfatória ao intuito apresentado pelo artigo.

É importante ressaltar que o Maciel dos anos 2000 é um pai de família, da classe média de São Paulo, um trabalhador comum que na década de 80 participou ativamente de um dos maiores movimentos que não só envolveu a música, mas o comportamento e a tendência fortemente visual e social dos jovens daquela época.

Este trabalho é o resultado de uma pesquisa, será utilizada a história oral e a memória de vida, que é considerada como fonte identidária de um povo, capaz de retratar as realidades, as vivências e o modo de vida de uma comunidade em cada tempo e nas suas mais variadas sociabilidades. Esse tipo de fonte não só permite a inserção do indivíduo, mas o resgata como sujeito no processo histórico produtor de histórias e feitos do seu tempo. Thompson (1992, p.29) assegura que “as fontes orais podem de fato transmitir informações “fidedignas”, tratá-las simplesmente com o um documento a mais é ignorar o valor extraordinário que possuem como testemunho subjetivo, falado”. Sua importância consiste em documentar suas lembranças e experiências onde não encontramos em livros.

A entrevista oral permite também recuperar aquilo que não encontramos em documentos de outra natureza: acontecimentos pouco esclarecidos ou nunca evocados, experiências pessoais, impressões particulares etc. (ALBERTI, 2004 p.24)

O historiador que utiliza a história oral como base de pesquisa em seus estudos abre caminho para pessoas que guardam em suas mentes resquícios de relatos perdidos no tempo, a partir de um conceito de inclusão social cidadãos podem confabular com pesquisadores e ajudá-los a construir a história.

Hey Ho, let’s go: A música como instrumento de manifestação

A música ocupa no Brasil um lugar de destaque na história sociocultural nacional, um lugar de mediações, combinações, encontros e desencontros, entre as mais diversas etnias, classes e regiões que formam a geografia do país. Além disso, como afirma Napolitano, “A tradutora dos nossos dilemas nacionais e veículo de nossas utopias sociais.” (2002, p. 07).

A música Punk trouxe para o cotidiano dos jovens da periferia de São Paulo muito mais do que apenas um estilo de música, mas também uma forma de se manifestarem.

O Punk Rock possui como algumas de suas características um visual agressivo, como forma de protesto frente a padrões estabelecidos, temas políticos e sociais na forma de critica as guerras e militarismo, desemprego, desigualdade social e uma infinidade de assuntos pertinentes aos jovens da Inglaterra, expressando raiva e violência. Tudo isso expresso em suas músicas rápidas e bastante simples, tanto em oposição ao rock progressivo e seus demorados solos de guitarras e músicos extremamente técnicos sempre em busca de composições complexas, quanto pela necessidade que sentiram de tomar para si a tarefa de produção musical e narrar seu descontentamento e aventuras cotidianas. Como ressalta Essinger (1999, p. 19) em seu trabalho sobre o Punk, “O que faltava de técnica, a banda compensava em energia, uma urgência e uma visão acurada da realidade adolescente, que a tornava culto entre a garotada da cidade”.

A música Punk é basicamente o alimento básico para quase todos

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