Flow, Propósito e Drive na gestão de RH

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Um nível ainda mais radical é aquele em que ninguém tem compromisso de horário na empresa. A equipa aparece quando quer. A única coisa que importa são os resultados. Os trabalhadores decidem se preferem trabalhar em casa, de madrugada, de pijama ou durante 24 horas sem parar e descansar 36 horas.

Nesse ambiente, os objectivos são claramente definidos e existem formas para facilitar a coordenação. Mas o detalhe é que a remuneração não é directamente relacionada aos objectivos alcançados, pretendendo-se a criatividade dos trabalhadores em alcançar resultados.

A teoria do Flow (Mihaly Csikszentmihalyi), caracteriza-se pelo estado mental de total imersão em uma actividade e cujo resultado/objectivo é alcançado no sucesso. “Ser completamente envolvido em uma actividade por sua própria causa. O tempo voa. Toda acção, movimento e pensamento segue inevitavelmente da anterior.

É um estado subjectivo que a pessoa experimenta quando está totalmente envolvida com alguma coisa ao ponto de se esquecer de tudo.

Ter sucesso é contribuir com algo para o mundo e ser feliz fazendo isso. Em segundo lugar, temos que sentir que estamos a contribuir para algo que vale a pena. Se qualquer um destes ingredientes estiver em falta, provavelmente o nosso trabalho não terá significado.

Elementos comuns que indicam o que é estar no estado de flow:

- Completamente envolvido no que se está a fazer: com foco e concentração;

- Um sentimento de êxtase, de estar fora da realidade do dia a dia;

- Uma maior claridade interna, sabendo o que deve ser feito e quão bem estamos fazendo o que deve ser feito. Temos feedback imediato;

- Saber que a actividade é possível, que as nossas habilidades são adequadas para a tarefas (Equilíbrio entre o desafio e as nossas competências);

- Um sentimento de serenidade, sem preocupações e um sentimento de estar crescendo além dos limites;

- Uma ideia de estar para além da dimensão temporal, totalmente focado no momento presente. As horas parecem passar como se fossem minutos;

- Motivação intrínseca seja qual for o elemento que produz o flow é a nossa recompensa;

Os componentes que compõem o flow são: Atenção/Concentração; Satisfação; Controle; Habilidade; Desafios e Retorno.

Quando uma pessoa está num estado de apatia ou aborrecimento, basta dar-lhe um pequeno desafio para o seu grau de motivação aumentar.

A cada momento que superamos os nossos desafios, evoluímos e adquirimos maior complexidade, ficando prontos para desafios maiores. É uma espiral virtuosa. Continuando esse processo, estamos na rota de tornarmos indivíduos extraordinários.

Para uma pessoa passar por experiências de flow, ela precisa de enfrentar desafios, consubstanciados num conjunto claro de metas, límpidas e compatíveis, que forneçam feedback imediato, ou seja, que deixem claro o seu desempenho. Além disso, as suas habilidades devem de estar envolvidas na superação de um desafio que está no limite da sua capacidade de controlo. Nessas condições, a atenção se ordena e recebe total investimento, de modo que a pessoa fica completamente concentrada, uma vez que a sua energia psíquica está sendo exigida ao máximo.