ABANDONO DA RAPARAIGAS EM ESCOLAS MOCAMBICANAS
Por: Kleber.Oliveira • 27/8/2018 • 2.088 Palavras (9 Páginas) • 344 Visualizações
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Alguns dos factores que causam o abandono de raparigas nas escolas (caso especifico da escola primaria de Muheia). Destacam-se:
- Casamentos prematuros;
- Ritos de iniciação;
- Mudanças de local de residência dos pais e encarregados de educação a procura de melhores campos de produção.
Objectivo Geral:
- Conhecer os factores que influenciam no abandono de raparigas nas escolas (caso especifico da escola primaria 1⁰ e 2⁰ Grau de Muheia)
Objectivos Específicos:
- Identificar as causa de abando das raparigas;
- Determinar os métodos para ultrapassar o fenómeno; e as possíveis soluções.
Hipóteses
- H1 - Os casamentos prematuros influenciam no abandono de raparigas nas escolas (caso especifico da escola primaria 1⁰ e 2⁰ Grau de Muheia).
- H0 - Os casamentos prematuros não influenciam no abandono de raparigas nas escolas (caso especifico da escola primaria 1⁰ e 2⁰ Grau de Muheia)
Problematização
- Será que o abandono das raparigas na escola pode influenciar no fraco aproveitamento pedagógico da escola?
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Justificativa
O Fenómeno de abandono das raparigas nas escolas é debatido em vários fóruns, devido ao crescimento de número de raparigas que precocemente abandonam a escola por razões não menos explicáveis com as condições económicas e sociais das famílias e a localização geográficas das regiões onde grande parte dos casos, são frequentes. A realização de estudos, investigações, inquéritos, pesquisas, debates em torno do abandono das raparigas nas escolas visa encontrar os mecanismos possíveis para estancar a ocorrência exagerada de abandonos das raparigas nas escolas.
Pensadores como BENAVENTE e tal., (1994, pp. 23-25), ̋O conceito de abandono escolar carece de definição, abandono ou desistência significa que um aluno (a) deixa sem concluir o grau de ensino frequentado por outras razões que não seja a transferência ou morte. Saber que se trata de abandono quando (no final de ano lectivo) ou desistência (durante o ano) pode ser relevante para a comparação dos motivos e das situações mas não altera o fundamental”.
Santos (2010), no seu estudo “Um Olhar Sobre o Abandono Escolar no Concelho da Trofa”, concluiu que o abandono escolar é um problema do domínio da conduta de um indivíduo e traduz-se na decisão de deixar a escola sem completar o nível de ensino desejado. Acrescenta também que esta não é uma decisão repentina, mas produto de um longo processo de tensões, desajustamentos, fracassos e desinteresse pela escola. A investigadora afirma ainda que a saída antecipada da escola põe em causa o valor instrumental da escola, como participante no desenvolvimento pessoal e de preparação para a vida activa que o aluno se nega a reconhecer.
Nesta sequência referimos outros autores que nos alertam para este problema e para as graves consequências económicas e sociais que tal fenómeno comporta (Benavente et al., 1994; Carneiro, 1997; Mata, 2000; Caetano, 2005; Mendes, 2006; Monteiro, 2009: Clavel, 2004). Há já alguns anos que inúmeros investigadores têm vindo a dedicar-se ao estudo do abandono escolar, procurando perceber quem são estas crianças, adolescentes e jovens que abandonam precocemente a escola, que razões as levam a tomar esta decisão e que consequências têm, a nível individual, social e económico (Monteiro, 2009). Estima-se, com base no relatório da UNESCO (2009), que cerca de 99 milhões de crianças em idade escolar em todo o mundo estejam em situação de abandono escolar, apesar de todos os esforços globais para tornarem a educação universal. Quando falamos de abandono escolar, inevitavelmente surgem várias questões ligadas à problemática, como as desigualdades sociais e a exclusão escolar
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(Monteiro (2009), questões estas importantes para o fenómeno em estudo até porque, segundo Nunes (2000), são os alunos das camadas menos favorecidas económica, social e culturalmente que engrossam as estatísticas da repetência e do abandono escolar. Ainda nesta linha de investigação sublinhamos os estudos que estão de acordo quanto ao facto de que os alunos que abandonam precocemente a escola são alunos que, geralmente, vivem em áreas desfavorecidas, em meios familiares desestruturados e com fracas ambições escolares. Importa, por isso, procurar entender o papel das desigualdades sociais e da exclusão escolar no abandono da escola (Justino, 2007; Amado & Freire, 2002; Benavente et al., 1994).
Assim sendo, nesta linha de investigação, o abandono escolar não é apenas um problema social ou educacional, é também um problema económico e é necessário ser encarado como tal por todos os atores sociais envolvidos na educação. E aos alunos é necessário fazer chegar a mensagem de que o seu processo educativo é a única forma de promoção pessoal e social. Os principais grupos de risco encontram-se em famílias com baixos rendimentos, baixas qualificações, pouco valorizadoras da escola e/ou inseridas em ambientes sociais desfavorecidos. Estes contextos, isolados ou em conjunto, conduzem a más experiências escolares (Mendes, 2006). Todos estes factores levam à dificuldade de inserção e manutenção no sistema educativo, cuja estruturação não está adequada a acompanhar alunos com este tipo de envolvência ou características, ao invés de atenuá-los.
Metodologia
Para a realização do presente trabalho foi necessário o uso dos seguintes métodos e técnicas de trabalho: observação directa, com este método foi feita uma observação directa extensiva visando fazer o estudo das raparigas que abandonam a escola, a partir deste método os autores foram a escola verificar como é que esta acontecendo o fenómeno em causa, descrevendo os elementos que contribuem, para o abandono escolar, neste método fez-se o uso de técnica por sondagem que consistiu em estudar uma amostra reduzida de uma grande comunidade humana e tornar as conclusões obtidas extensivas a comunidade total; Técnica de Entrevista foram usadas entrevistas semi-estruturadas baseadas numa lista de questões
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