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A timidez como medo na escola

Por:   •  25/1/2018  •  2.062 Palavras (9 Páginas)  •  378 Visualizações

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O professor deve ser coerente, implicando em ser a pessoa que é realmente, e tendo consciência plena das atitudes que assume, postura recomendada por Rogers (1961) para a realização do clima de confiança em sala de aula. O professor pode se demonstrar irritado e ser capaz de ser sensível, aceita seus sentimentos e não impõe posturas sobre os alunos, é verdadeiro e transparente propondo a não-diretividade, ensino centrado no aluno, auxiliando o desenvolvimento espontâneo da criança, ele não deve ensinar, mas criar situações para que os alunos aprendam. Esta metodologia levará o aluno a uma postura e atitude de maior proximidade com sua própria natureza e liberdade, portanto errando menos.

Na obra Emílio, encontramos, logo no início, a tese central do pensamento de Rousseau: o homem nasce bom – entenda-se o homem natural –, mas a sociedade o modifica de forma negativa – o homem social é corrompido. Mas há uma saída, pois existe, segundo ele, uma forma de preservar essa bondade natural –, mas a sociedade o modifica de forma negativa – o homem social é corrompido. Eis um trecho que explica tal pensamento:

“Sendo portanto a educação uma arte, torna-se quase impossível que alcance êxito total, porquanto a ação necessária a esse êxito não depende de ninguém. Tudo o que se pode fazer, à força de cuidados, é aproximar-se mais ou menos da meta, mas é preciso sorte para atingi-la. Que meta é essa? A própria meta da natureza; isso acaba de ser provado”.(ROUSSEAU, 1992, p.11).

Contra o medo e a timidez, Dewey apresenta (1897) grave crítica aos métodos “individualistas” que requeriam que todos os alunos da classe lessem o mesmo livro simultaneamente e recitassem as mesmas lições, atrofiando os impulsos sociais da criança e desperdiçando o “desejo natural da criança de dar, de fazer, isto é, de servir”. Reclama justamente Dewey que o espírito social se substitui por “Motivações e normas fortemente individualistas”, como o medo, a emulação, a rivalidade e juízos de superioridade e inferioridade favorecendo condições de opressão.

O medo e a timidez se apresenta como característica normal da criança mas, quando se diz “criança medrosa já é uma perturbação profunda, quase independente das condições ambientais, e que a exemplo da timidez, faz parte do caráter” (Montessori, M. s.d.), que são crianças “passivas, como que revestidas de uma aura angustiosa de medo.” Segundo Montessori estes estados podem ter sido causados por algumas situações passadas de medos menores que foram se instalando e tomando dimensões maiores tornando-as “dependentes dos adultos” que, muitas vezes, se aproveitam de modo pejorativo “exigindo obediência” e ampliando seus medos para manipulá-las. Daí a importância do papel libertador e afetivo a escola oferecendo à criança “contato com a realidade e permite experiências com as coisas do ambiente, facilitando sua compreensão e afastando o estado perturbador dos medos”, segundo Montessori é o que resulta das “Escolas Normalizadoras” (203-204).

O que se pode transformar na escola para diminuir a timidez como, por exemplo, o medo e a insegurança gerada na criança durante a fase escolar?

Este artigo objetiva discutir estratégias utilizadas pelo professor para contemplar as demandas de alunos com necessidades educativas especiais, em particular, os alunos “tímidos”. Para isto, será realizada revisão bibliográfica a respeito da temática e será apresentado como a metodologia centrada no professor pode ser útil nestes casos.

1. DESENVOLVIMENTO

Em nosso país, observa-se que as escolas tradicionais ainda trabalham privilegiando a quantidade de informação, mistura os conteúdos significativos com os menos significativos, usam os questionários para reforçar e avaliações para medir a assimilação dos conteúdos.

O correto seria trabalhos e conteúdos para formação do aluno, e os conhecimentos mais importantes para cada aluno. É necessário que a escola favoreça o desenvolvimento de atitudes positivas, que atua na formação do aluno.

É provável que na metodologia atual, centrada no professor, possibilite escasso espaço e tempo para inserção destas ferramentas e suas possibilidades reestruturadoras.

O método desenvolvido por Rogers ficou conhecido inicialmente por Terapia Não Diretiva, tendo posteriormente evoluído para Terapia Centrada no Cliente e mais tarde Abordagem Centrada na Pessoa. A definição de não diretividade passa, segundo Rogers, pelo acreditar que "o indivíduo tem dentro de si amplos recursos para autocompreensão, para alterar seu autoconceito, suas atitudes e seu comportamento autodirigido" (Rogers, 1989: 16). Rogers acredita na autonomia e na capacidade de uma pessoa, que ela tem a capacidade de escolher o caminho a ser seguido.

Rogers enumerou e definiu um conjunto de atitudes facilitadoras do processo de comunicação intra-humana, onde a qualidade de relação no contexto pedagógico entre professor e aluno seria essencial para a qualidade de aprendizagem e o desenvolvimento pessoal do aluno.

Apesar de, na perspectiva de Rogers estas atitudes fazerem parte de um conjunto que deve estar integrado na pessoa do professor, iremos defini-las cada uma, como forma de melhor explicitarmos o quadro conceptual do autor.

Aceitação positiva incondicional

Aceitação positiva incondicional é a pessoa aceitar por parte da outra incondicionalmente, como ela é, sem críticas(Rogers, 1985:65), assim a pessoa pode sentir-se livre para poder expressar, elaborar suas experiências da forma como ela entender.

Poderá então sentir que não é necessário abdicar das suas convicções para que os outros a aceitem.

Compreensão empática

Rogers definiu compreensão empática como uma "capacidade de se imergir no mundo subjetivo do outro e de participar na sua experiência, na extensão em que a comunicação verbal ou não verbal o permite. É a capacidade de se colocar verdadeiramente no lugar do outro, de ver o mundo como ele o vê". (Rogers & Kinget, 1977, citado por Gobbi et al., 1998: 45).

Congruência

As pessoas que apresentam alto grau de congruência, conseguem demonstrar por meio de atos exatamente o que têm em mente. As crianças pequenas são altamente congruentes, pois expressam seus sentimentos conscientemente tão logo estejam prontas.

Para Rogers se estas atitudes,

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