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A LUTA PELA IGUALDADE DE GÊNERO NO AMBIENTE ESCOLAR

Por:   •  24/2/2018  •  3.570 Palavras (15 Páginas)  •  553 Visualizações

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1. CONCEITOS E DEFINIÇÕES SOBRE A PALAVRA GÊNERO

O termo gênero foi utilizado pela primeira vez dentro do campo das ciências médicas, na sociologia e psicologia. Nos anos 70, na França, o termo utilizado pelas pessoas para falar de gênero era sexo social ou diferença social de sexos, em 1972, Ann Oakley, socióloga britânica, começou a desenvolver um estudo para diferenciar o gênero do sexo. Já nos anos 80, o termo gênero ganhou maior força e repercussão através dos movimentos feministas.

Com a intenção de distinguir os termos sexo e gênero, eis que encontramos as seguintes definições para ambos, o sexo visto somente como um fator biológico difere do gênero que ao contrário do sexo utiliza o caráter cultural.

“Todas as palavras têm uma história, são distintos os símbolos, significados e interpretações que se tem a respeito de determinados conceitos e relações. Ignorar este caráter social e historicamente construído pode ser um grande equívoco quando trabalhamos com conceito de gênero, cujo cerne é sair de explicações das desigualdades fundamentadas sobre as físicas e biológicas, afinando seu caráter, social, histórico e político” (SCOTT, 1992, p. 44).

Um exemplo mais simplificado destas termologias seria que sexo pode ser referenciado como o fato de sabermos que mulheres possuem seios e gênero por sabermos que homens gostam de futebol. O gênero representa as diferenças que são resultados das construções culturais e sociais e não resultados advindos da natureza humana.

Nesse sentido, afirma Scott (1991, p. 4) que “o gênero [...] é uma maneira de se referir às origens exclusivamente sociais das identidades subjetivas dos homens e das mulheres”.

Na realidade, podemos abordar o conceito de gênero em diversos casos, por exemplo, o conceito de gênero pode ser utilizado para tratar de questões que envolvem desigualdade social, hierarquia masculina, entre outros. Um exemplo comum na sociedade esta na distribuição das tarefas domésticas, uma vez que as mulheres passam maior parte do tempo realizando tais tarefas, não sendo uma questão natural e sim cultural.

Existe uma maneira de medir tais desigualdades, chamado de índice das desigualdades de gênero, tal índice leva em consideração a participação econômica, politica, social e questões que envolvam saúde.

A desigualdade de gênero tem seu início desde a infância, na socialização primária, num contexto geral meninos gostam de carrinhos e bonecos de ação e meninas de bonecas. É exatamente neste momento que surgem as desigualdades. Os pais, os professores e todos envolvidos na formação das crianças estabelecendo diferenças entre as funções do sexo masculino e feminino.

Os meninos precisam ser fortes já as meninas frágeis e tranquilas, as filhas devem seguir os passos da mãe e os filhos os passos dos pais, sabendo que os pais são as primeiras referências de comportamento para seus filhos. O indivíduo, desde a socialização primária aprende as diferenças de gênero.

2. A ÉTICA NA EDUCAÇÃO COMO CAMINHO PARA IGUALDADE DE GÊNEROS

De acordo com Rheta De Vries e Betty Zan (1998), a ética é considerada um conjunto que envolve valores, princípios e até tomadas de decisões para encaminhar e nortear as relações dos seres humanos. Tais valores possuem perfil característico comum no mundo todo e deve valer para qualquer pessoa sem prazo estipulado, ou seja, indeterminado. Mas esta definição não é utilizada na prática, principalmente num item essencial a criação dos filhos.

Atualmente vivemos em uma sociedade onde a escola e as mídias estão assumindo para si uma responsabilidade antes atribuída aos pais, que seria educar seus filhos para a cidadania. Com o passar do tempo a sociedade teve sua estrutura modificada diversas vezes o que acabou atingindo e também mudando os valores éticos presentes em sua base.

Antes de tantas transformações a escola que era encarregada de transmitir cultura para as crianças e o professor era o detentor de conhecimento e a mídia no caso a televisão tinha a função de entretenimento, hoje esta missão de transmitir valores morais, antes tarefa feita pelos pais de forma indireta passou a ser executada pela escola e pela mídia.

O fato não se dá pela acomodação dos pais perante tal situação, a realidade é que hoje em dia os pais estão numa jornada de trabalho maior passando em grande parte mais de dois terços do dia entre o percurso e o trabalho, passando pouco tempo na companhia dos filhos.

A mãe figura presente dentro das residências responsável pelo cuidado e afazeres doméstico e principal transmissora de valores éticos, agora invade o mercado de trabalho e por muitas vezes é a chefe da família.

E esta nova realidade está presente claramente dentro do ambiente escolar, os pais exaustos da jornada de trabalho, acabam sentindo culpa pela ausência durante o desenvolvimento dos filhos e tornam-se mais tolerantes a medida que impõem limites sobre o certo ou errado.

A base mais importante dos pilares da educação infantil, a família esquece que o conceito de educar é voltado ao amadurecimento, crescimento da criança em um ser ativo na sociedade em todas as dimensões seja ela moral, religiosa ou material e nesse contexto podemos citar, a desigualdade pré-estabelecida sobre os gêneros.

O eixo principal de uma sociedade é a família. De acordo com a Constituição Federal, no artigo 226, é a partir dela que se constrói uma sociedade plena e de qualidade, os defeitos e erros presentes nesta educação que vem de casa será reflexo na sociedade vivida fora de sua casa.

As crianças estão carentes da falta de valores morais e éticos ensinados pelos pais que por causa dos transtornos diários acabam deixando o amor e atenção aos filhos em aberto, em grandes partes ausentes também da educação e acaba atribuindo a responsabilidade de educar aos professores e à escola.

Para solucionar esta ausência na educação das crianças os pais assumem atitudes contraditórias que acabam desestruturando as crianças, tornando-se negligentes, na formação do caráter dos filhos, caminho usado pelos pais pelo sentimento de culpa gerado na falta de sucesso em cria-los, entre estes fatores negativos podemos encontrar o preconceito e a desigualdade.

Esse longo caminho revela uma sociedade despreparada para a formação de um indivíduo, pois ocorre que os mais velhos, detentores de conhecimentos dos usos e costumes não exercem a sua função de transmitir tais conhecimentos

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