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Teorias do Turismo - Japão

Por:   •  23/2/2018  •  1.753 Palavras (8 Páginas)  •  425 Visualizações

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O debate de autenticidade esta ligado também com o conceito de pseudo-acontecimento. Esse seria um acontecimento puramente manipulado pela indústria turística, mas que os turistas acreditam fazer parte da cultura local, como é afirmado no texto “Olhares contemporâneos sobre o turismo”: “O turismo estaria fechado como num circuito de ilusões, e o turista somente conseguiria observar a cultura alheia protegido por uma ‘bolha ambiental’”. Assim, alguns afirmariam que essa experiência não seria autêntica.

O turismo no Japão não pode ser definido simplesmente como “autêntico” ou “inautêntico”, pois o país possui diversos tipos de turismo e de turistas. Tanto o turista alocêntrico (o qual procura novas realidades e experiências), quanto o psicocêntrico (que procura serviços padrões, destinos conhecidos e de massa) e o mesocêntrico (que varia entre o alo e o psicocêntrico) podem achar destinos turísticos dentro do Japão. Dessa forma, não se pode generalizar as experiências turísticas no país como somente autênticas ou somente inautênticas.

O turismo também está muito relacionado com a imagem do destino. No caso do Japão, a imagem que este passa é uma mistura dos estereótipos existentes sobre o mesmo, sua cultura e seu “status” de país de primeiro mundo. Existem diversos estereótipos sobre o Japão, a maioria deles vindos de animes (desenhos japoneses que ganharam fama em todo mundo) e da “cultura” japonesa do seu próprio país, como bairros (um bom exemplo seria o bairro da Liberdade em São Paulo) e restaurantes. Um dos estereótipos mais comuns é achar que japoneses só comem sushi, quando na realidade essa é apenas uma das comidas tradicionais japonesas e não é nem a mais comum. Esse indício da cultura japonesa pelo mundo, seja os animes ou a comida, cria um interesse no estrangeiro de conhecer essa cultura. Dessa maneira, os estereótipos também ajudam a atrair o turismo.

No site da “Organização Nacional de Turismo Japonês” pode-se ver que a imagem que o país deseja passar de si mesmo foca na sua cultura única, com imagens de construções históricas (como castelos, jardins e templos) e cerimônias tradicionais, em suas belezas naturais e seu avanço tecnológico (mostrando o trem bala e a grande cidade de Tóquio). A imagem do Japão que é passada para os turistas é de um lugar com uma cultura incrível, tecnologicamente avançado e com uma população educada e prestativa. Assim, mesmo que o turista não encontre todos os estereótipos que estava buscando, encontrará uma cultura rica que não o decepcionará.

No texto “A construção histórica do turismo e da hospitalidade” o autor menciona a teoria de Andrade que define o turismo como: “um conjunto de serviços que teria como objetivo o planejamento, a promoção e a execução de viagens, além dos serviços de recepção, de hospedagem e de atendimento, seja este individual ou grupal, de pessoas que estão fora de suas residências habituais”. Para o turista ocidental, o Japão parece um lugar impossível de se visitar. A língua é estranha e complicada (nem o alfabeto é o mesmo), não há muitas pessoas que falem inglês e a cultura é completamente diferente. Deste modo, como se pode atestar na teoria de Andrade, é necessário que haja uma indústria turística desenvolvida para haver turismo estrangeiro no país.

O sistema turístico de Beni (SISTUR) também pode ser encaixado na indústria turística do Japão. Segundo o texto “Epistemologia do turismo” o SISTUR, que pode ser visto na figura 1 abaixo, “(...) configura-se na categoria de sistema aberto por influenciar e ser influenciado pelos demais sistemas com os quais se relaciona”. Esse é composto por três conjuntos: a organização estrutural (que inclui a super e a infraestrutura), as relações ambientais (que inclui o ecológico, o social, o econômico e o cultural) e as ações operacionais (que inclui a oferta turística, a distribuição e a demanda turística).

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Figura 1: http://rafaellaromina.zip.net/images/sistur.png

Esse sistema pode ser aplicado ao turismo no Japão, levando em conta que todos os conjuntos afetam uns aos outros. Por exemplo, o Japão possui uma economia forte, portanto tem dinheiro pra investir na sua infraestrutura. Essa boa infraestrutura então melhora a oferta turística, melhorando a distribuição e aumentando a demanda. Com isso, há uma maior entrada de dinheiro no país, o que melhora a sua economia. Da mesma maneira se houver uma crise econômica, o turismo será afetado de forma negativa. Esse sistema aberto deve ser aplicado no Japão, pois no turismo tudo se influencia, a economia, a cultura, o meio ambiente, a infraestrutura, todos exercem certo controle (mesmo que seja indireto) sobre os outros fatores.

Para o turista ocidental o Japão representa um destino diferente de seu cotidiano, que confere certo “status” e que pode se encaixar para diversos tipos de turistas. Dessa forma, inúmeros tipos de turismo são possíveis, o que torna este país um atraente destino turístico.

Referências:

AQUINO, C. A.; MARTINS, J. C. Ócio, lazer e tempo livre na sociedade do consumo e do trabalho. Fortaleza, 2007.

SERRANO, C.; BRUHNS, H.; LUCHIARI, M. T. Olhares contemporâneos sobre o turismo. Campinas, 2004.

URRY, J. O olhar do turista: lazer e viagens nas sociedades contemporâneas. São Paulo, 3ª ed., 2001.

SIQUEIRA, D. E. A construção histórica do turismo e da hospitalidade. Goiânia, 2005.

FREIRE-MEDEIROS, B. O Rio de Janeiro que Hollywood inventou. Rio de Janeiro, 2005.

LOHMANN, G.; NETTO, A. Epistemologia do turismo. Brasil, 2012.

JNTO,

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