Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

Resenha - Na prática a teoria é outra

Por:   •  26/12/2018  •  1.892 Palavras (8 Páginas)  •  519 Visualizações

Página 1 de 8

...

isso, podemos afirmar que a totalidade social é formada por totalidades de menores e mais simples.

De acordo com Santos, São essas que permitem o pensamento teórico alcançar seu objetivo de reproduzir e refletir com precisão o movimento do objeto, alcançando sua estrutura interna, particular e sua dinâmica. (2011, pág 24). Marx entende a sociedade a partir de uma perspectiva totalitária. “A totalidade é uma categoria que existe na realidade e que é reconstituída teoricamente enquanto um princípio teórico metodológico recuperado para a análise do social.” (NETTO, 1990, Pág 118).

Santos sustenta que a afirmação ‘na prática a teoria é outra’, tem relação a uma expectativa equivocada dos assistentes sociais em relação à função de teoria e da prática.

destaquei, primeiramente, a enfática afirmativa de que teoria é ato do pensamento e, em um segundo momento, o fato da teoria ser a apreensão do movimento efetivo do objeto pelo pensamento. Esses destaques significam que, nessa vertente, a teoria se distingue da prática, é ato do pensamento, o qual, todavia, dirige-se para um objeto - produto da prática - , ou seja, a teoria almeja o conhecimento da constituição do concreto, entretanto, esse concreto tem sua gênese na prática, é nela que se expressam as determinações do objeto. Dessa forma, teoria e prática se distinguem ao mesmo tempo em que estabelecem uma relação de unidade. (SANTOS, 2011, Pág 27).

Chauí afirma que:

A relação entre teoria e prática é uma relação simultânea e recíproca por meio da qual a teoria nega a prática enquanto prática imediata, isto é, nega a prática como um fato dado para revelá-la em suas mediações e como práxis social, ou seja, como atividade socialmente produzida e produtora da existência social. (CHAUÍ, 1980, Pág 111).

Teleologia é um agir pensado. É um estudo filosófico dos fins, ou seja, propósito, objetivo e finalidade. Um projeto tem que ter teleologia. Ele indica a direção que uma categoria ou sociedade construiu para tornar real, aquilo que sonhou e idealizou. “A práxis humana só é possível em razão de a atividade humana ser um pôr teleológico. O homem, ao agir, põe uma finalidade que desencadeia relações naturais.” (SANTOS, 2011, Pág 37).

Dessa forma, mesmo que de forma inconsciente, o homem age com uma finalidade, a partir de um projeto, que vai guiar e orientar essa ação. isso é Teleologia. Nem sempre, o produto final e real dessa ação vai ser igual ao projetado. A realidade social é criada a partir da influência das condições reais e concretas que o trabalho se realiza.

desse modo, a ação humana é teleológica, mas não o é a história humana. Isso porque a história não está dada, ela é construída, não por um indivíduo, mas por uma práxis social coletiva que, por sua vez, é uma combinação de diversidades de práxis individuais. (SANTOS, 2011, Pág 37).

Na práxis, o que se leva em consideração não é o resultado ideal (finalidade), mas sim, o resultado real (resultado final).

A práxis, no seu mais alto grau (criador, revolucionário), inclui a teoria que ela vivifica e verifica. Ela compreende a decisão teórica como a decisão de ação. Supõe tática e estratégia. Não existe atividade sem projeto; ato sem programa, práxis política sem exploração do possível e do futuro. (Lefebvre, 1977, pág 188).

Devemos aceitar que há uma unidade entre sujeito e objeto e, um processo teleológico que guia as ações do homens, pondo em movimentos as relações de causa.

De acordo com a autora, O homem é um ser da práxis,que é o conjunto das objetivações humanas. A práxis supõe o trabalho, este é o fundamento daquela, mas não a esgota. Todavia, é o trabalho que garante a reprodução da sociedade. (SANTOS, 2011, Pág 39)

Para Marx, o ser social é constituído pelo trabalho. A sociedade existe na relação de troca com a natureza por meio do trabalho e este, transforma o sujeito e o objeto. “pelo trabalho o homem (o sujeito) transforma a natureza (o objeto) que, por sua vez, transforma o homem.” (SANTOS, 2011, Pág 40). Essa é uma relação de ação.

o homem se naturaliza ao transformar a natureza e essa se humaniza ao ser transformada pelo homem. É o trabalho que funda a socialidade humana, ou seja, pelo trabalho o homem satisfaz suas necessidades e cria outras novas, sendo que nesse processo, ele se cria, emergindo, assim, o Ser Social, o qual tem por característica o pensamento e a linguagem. (SANTOS, 2011, Pág 40)

As objetivações são expressões do caráter prático e social do homem e este, por sua vez, é um ser ativo.

Em outras palavras, as objetivações envolvem prática, visto que o homem só existe na relação prática com a natureza, e são teóricas na medida em que essa relação é teleológica. Por conseguinte, a transformação da natureza pelo homem (atividade objetiva) e, por sua vez, a transformação do homem pela natureza (atividade subjetiva) são o universo da práxis humana. O trabalho é considerado, então, a forma primária e central de objetivações humana. (SANTOS, 2011, Pág 40)

O serviço social é uma profissão que vai atuar sobre e na realidade. Orienta-se como um produto dos agentes profissionais e as exigências da realidade histórica, pelas mudanças políticas, sociais e econômicas na e em sociedade.

A prática profissional, vista como um produto histórico e resultante de uma intervenção teórica e prática dos agentes nela envolvidos, tem determinada prática social implícita, a qual deve ser compreendida por esses agentes a fim de que seja uma prática crítica. Entender que a prática profissional favorece determinada prática social significa não só compreender até que ponto a atividade prática do profissional se insere numa práxis humana social, como compreender também o significado social da profissão. (SANTOS, 2011, Pág 46)

Para concluir, a autora, traz o debate sobre “na prática a teoria é outra?” a partir

...

Baixar como  txt (12 Kb)   pdf (52.1 Kb)   docx (15.2 Kb)  
Continuar por mais 7 páginas »
Disponível apenas no Essays.club