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Resenha-O futuro da educação em uma sociedade do conhecimento, A crise da teoria curricular crítica

Por:   •  26/1/2018  •  1.778 Palavras (8 Páginas)  •  520 Visualizações

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Moldando o ser para a sociedade

Antonio Barbosa Moreira, professor da Faculdade de Educação da UFRJ e da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense da UERJ

A teoria curricular crítica no Brasil

Surge no Brasil em meados da década de 70, uma literatura pedagógica com características mais progressista.

No inicio da década de oitenta, artigos publicados sofrem poucas influencias das teorias desenvolvidas nos EUA e Inglaterra. Estudos dessa época criticam as diretrizes curriculares dos anos setenta, para reformular e fortalecer o campo e acelerar as transformações necessárias na escola brasileira.

Luiz Domingues em 1986 publica um artigo muito importante no qual ele condiciona um foco à produção crítica, onde a intenção não é uma nova proposta curricular, mas a de desmembrar o modelo de Tyler. No artigo é abordado duas vertentes críticas: uma associada à pedagogia crítico-social dos conteúdos, e uma segunda associada às propostas de educação popular. O autor acredita que os teóricos do campo traduzindo a complexidade conceitual, transformando a teoria em ação, afirma que se isso não ocorrer, as propostas estão fadadas ao fracasso, uma vez que os professores não as podem implementar se não as compreendem.

Nos anos oitenta o currículo da escola de primeiro grau possuía falhas e preocupava especialistas do campo, Mesmo sabendo da importância da escola para as camadas populares, um debate inevitável deixou em xeque o poder para escolher o currículo. Em pouco tempo os debates ceçam parte do prestígio da pedagogia dos conteúdos, concomitantemente com a crescente de artigos brasileiros influenciados pela sociologia do currículo inglês. Na mesma década educadores associados tanto a pedagogia dos conteúdos como à educação popular contribuíram com idéias na renovação curricular em diferentes sistemas escolares do pais.

Em 1986 grandes nomes da área de currículo se reunirem na IX Reunião da ANPEd, onde o GT de Currículo inicia sua atividades. Nos primeiros encontros discutia-se sobre o currículo brasileiro que transitava entre pedagogia dos conteúdos e educação popular, tornando-se alvo da influencia das analises sociológicas inglesas e americanas, e o ensino de Currículo nas universidades.

Em 1990 é publicado um importante artigo por Tomaz Tadeu da Silva sobre lições e dúvidas após vinte anos de teoria crítica de currículo, e a possível contribuição de currículo para construção de uma sociedade democrática. Os artigos publicados no início dessa década traziam um peso maior de teoria onde é expressada a preocupação do conhecimento escolar, considerando a cultura do aluno no processo de seleção de conteúdos.

Entre 1995 e 1996 pesquisadores associados à ANPEd, debateram contra a decisão do governo de controlar a escola pública brasileira através dos Parâmetros e mecanismos de avaliação, com intuito de fornecer a qualidade que precisava. Na mesma época há uma crescente de debates e estudos sobre o currículo, porém a teoria curricular crítica é considerada em crise com o problema de distanciar a produção teórica da realidade vivida nas escolas.

O discurso crítico de currículo nos Estados Unidos

O lançamento das obras The Curriculum, de Bobbitt e Kilpatrick The Project Method são um marco da emergência do campo nos EUA. Dissemina se então uma reconceptualização do campo de que a escola e currículo devem analisados com referência aos contextos mais amplos que os envolvem, e na importância da escola no processo de construção de uma sociedade mais democrática e justa.

Pinar e colaboradores identificam quatro fases dessa teoria. A primeira fase (1980 – 1990) é caracterizada pelos estudos mais subjetivos a natureza social do currículo, tentando compreender como é construído os significados nas interações com outros indivíduos. Os estudos ajudaram o currículo a gerar uma construção social e a compreender as conexões entre currículo, cultura e sociedade capitalista.

Esta fase sofre uma forte influência das teorias do neo-marxismo de Gramsci e do marxismo culturalista de Raymond Williams.

A segunda fase é marcada pelas evidencias aos elementos de rejeição e oposição do dia a dia da escola, e a relevância da produção e reprodução de significados e práticas culturais.

A teoria crítica de currículo além do foco na resistência expande sua analise aumentado sua atenção ao papel do estado na legitimação do capitalismo. Em uma sociedade capitalista, há um interesse em entender como os currículos são produzidos funcionam através da relações de poder, conflitos e aliança. Ao final da década de noventa a categoria de resistência perde suas forças tendo sua atenção direcionada a estratégias de intervenção pedagógicas, isso após ter sido identificado alguns riscos envolvendo a supervalorização de seu potencial libertador, conferindo os limites desta categoria.

A terceira fase é permeada por propostas de currículo para que a formação de professores inclua discussões sobre o poder, linguagem, cultura e história. Nesse período é feito analises estratégicas práticas para um ação docente comprometida.

A ultima fase tem início no fim da década de noventa, onde ocorre a efervecencia das novas influências, críticas, problemáticas e discussões. Assim uma nova teoria curricular crítica descreve os estudos de gênero, da psicanálise, ambientais, culturais e de raça.

Tal diálogo foi considerado ineficaz para orientar educadores em decisões políticas e morais, nas quais as analises neo-marxistas concebem um enfoque ao caráter político do currículo. Alguns autores acreditam que a tentativa de integrar teoria crítica e pensamento pós-moderno acabaria invalidando a teorização educacional crítica.

Um outro diálogo de Giroux (1993) e McLaren é voltado ao aproveitamento das interpretações aos que enriquece a teoria crítica possuindo um compromio com a justiça social, democracia, libertação e direitos humanos.

Há uma preocupação com o discurso, para que ele não supervalorizasse as narrativas parciais e a descrença em uma consciência unitária centrada. Os autores direcionam sua atenção para: a desconstrução, textualidade, diferenças, narrativas locais, produção simbólica, cultura popular, identidades sociais e os excluídos. Redimensionando categorias empregadas e rejeitando dogmas teóricos.

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