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Processo de trabalho e toyotismo no Brasil.

Por:   •  17/3/2018  •  4.020 Palavras (17 Páginas)  •  354 Visualizações

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do trabalho, a captura da subjetividade operária e a inserção subordinada do país no concerto das nações enquanto base para a renovação da relação de subordinação capital-trabalho, ideia clara nos textos de Antunes. Com a refiguração da relação capital-trabalho se reformula o padrão de desenvolvimento dos países periféricos, era uma das respostas do capital a toda aquela crise que se desenvolveu nos anos de 1970 com os movimentos de reajustes e reestruturação.  No Brasil a compensação foi a flexibilidade do trabalho que trouxe o desbaratamento daquela rede de garantias e direitos dificilmente conquistados em anos anteriores por movimentos sociais. Com todas essas facilidades voltadas para o capital e não para o trabalhador, esse totalmente alheio aos seus direitos, a empresa passa a representar um espaço fora da lei, da tradição, do costume, da nacionalidade, ela não precisa de nenhum discurso para desenvolver uma aparência civilizatória, nem de regras para ordenar e organizar os operários, se o possui é apenas para que o trabalhador se esmere ainda mais em agradecimentos referente a benevolência empresarial ofertada a ele. O consenso, que é quando o trabalhador abre mão de seus direitos para ter o emprego, não é uma demanda dos indivíduos envolvidos e não está presente nos locais para trabalho naturalmente, mas é construído como opção política, uma estratégia de amenizar os descontentamentos e vencer as resistências, como se fosse uma coerção oculta do trabalho que seria capaz de formular uma aparência de igualdade em torno da qual se constrói uma ideia de democracia que possivelmente não se realizará. Esse processo de reestruturação é bastante nefário, pois quando propõe a polivalência e vem a transformar o trabalhador em um especialista do nada em incompetente do tudo, onde o trabalhador não possui mais o poder de conhecimento em cima daquilo que produz, é algo totalmente desconhecido e distante de sua realidade. Buscou-se construir um patamar para o crescimento da produção simultâneo com formas de controle que quando reafirmassem a condicionamento do trabalho admitiriam respostas para a crise que rondava o país, por isso, tratava-se de uma conjuntura social que marcou a nova fase das transplantações das empresas automobilísticas, confirmando a busca por capital por essas formas renovadas de se extrair valores. Após a II Guerra Mundial e com o desenvolvimento do capitalismo no Brasil, tem-se dois períodos históricos que surgiram com as diversas dimensões sociais, o primeiro é referente a uma que se considera o primeiro desses períodos e que tem a inflexão  da ditadura militar coo momento marcante de fortalecimento do papel do Estado na formulação e condução das estratégias de concentração e junção de capital, o segundo seria aquele que abre com a transição lenta e gradual dos governos de Geisel e Figueiredo, a conjuntura pós-ditadura militar, que se inicia na fase da Constituinte até a aprovação da nova Constituição de 1988 que foi chamada de redemocratização do país e ainda se tem a transição do governo Sarney, a eleição presidencial e impeachment de Fernando Collor e a  eleição de Fernando Henrique Cardoso. No primeiro período da industrialização brasileira, o Brasil muda de uma estrutura produtiva pouco diversificada para a incorporação do padrão tecnológico, da estrutura produtiva e da organização do trabalho característico do padrão da industrialização estadunidense, como Mattoso aponta. Esses períodos referentes ao desenvolvimento da industrialização e sua crise na década de 1970, são patamares que vão refugiar os desdobramentos das relações sociais essenciais, assim como os desafios e as respostas das classes sociais em pugna. Por outro lado a emergência significativa de expressões sociais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido Verde(PV) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Após dois anos do lançamento da Política Brasileira da Qualidade Total pelo governo Collor, nos primeiros meses de 1993 o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento – CEBRAP, realizou um encontro para avaliar a forma como as indústrias brasileiras respondiam ao desafio da reestruturação técnico-organizacional, num contexto de crise econômica, de redefiniçao da ação estatal e de internacionalização do mercado, principalmente a indústria automobilística. O movimento de reestruturação que aumenta nos anos de 1970 com o progresso do modelo japonês aponta para a sua superioridade como estratégia avançada da resolução de questões não-lucrativas da empresa, tem como locus privilegiado o setor automobilístico esse que tem grande poder de expansão das formas de gestão maximizadoras de extração de valor. Antes de tudo isso não se pode esquecer que o período dos anos 1970 foi o auge da ditadura militar, marcado pela repressão que tinham como garantias individuais e pela proibição da livre expressão e associação, o que contribuiu para o desmonte progressivo do sistema de relações de trabalho determinadas no espaço social pelas negociações coletivas e pelo Estado, proporcionando maior controle sobre o trabalho para as empresas e assim dando uma sequência e uma trajetória que repassa o domínio sobre o uso da força de trabalho para o campo privado, ou seja, para as empresas capitalistas. Talvez seja mais lógico pensar que teve um período de transição marcado pelo hibridismo de técnicas antigas com as recém-introduzidas impedindo a visualização prática dos conceitos, até mesmo porque as empresas não param para modificar as operações, elas as fazem em pleno horário de produção, os trabalhadores são treinados e não podem parar de produzir. As dúvidas da existência dos CCQs, que seriam pequenos grupos que propagam procedimentos inovadores para uma determinada empresa, ou de suas vantagens como uma forma básica com a filosofia de vida com uma importância prática para os trabalhadores. Dessa maneira os CCQs adquirem a dimensão constitutiva de formas de conhecimento enquanto senso comum, o bom senso e a intuição possuíam a utilidade prática organizativa da experiência cotidiana que podem ser apreendidos como momentos de fecundação de um ideário que sobrepõe o projeto competitivo da empresa para as necessidades da vida pessoal e por outro lado é um mecanismo de sucção e apropriação da experiência prática e do conhecimento do trabalhador, sem qualquer contrapartida real pelo gasto de energia. Com relação ao capitalismo, a análise ideológica poderia afirmar que nada foi acrescentado, mas o que é enfatizado é a negação da capacidade da reflexão humana em encontrar respostas, ou seja, o homem poderá realizar tal função agora porque já possui a técnica correta na sua disposição. Partindo

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