A Formação do Mercado de Trabalho no Brasil
Por: YdecRupolo • 8/12/2018 • 1.650 Palavras (7 Páginas) • 424 Visualizações
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Foi redefinido então a classificação do mercado de trabalho e seus trabalhadores, mas não modificando sua estrutura social. Onde um dia houveram escravos depois tornaram-se assalariados e onde um dia houve os senhores hoje são os detentores do capital e empregadores.
Já na era Vargas, era instituído mesmo que restritamente a ideia do bem-estar social com o regulamento das relações de capital-trabalho o que marcaria o mercado de trabalho até hoje. A sociedade do trabalho ainda não estava completamente formada no país já que historicamente sempre foi presente várias desigualdades dentro dessa sociedade, desigualdades mantidas principalmente pelos detentores do capital e hoje padrões do capitalismo empresarial oriundo do passado escravocrata a hierarquização da sociedade do trabalho ainda é muito forte junto da não mobilidade dos trabalhadores perante a isso, continuou a crescer aos passos do crescimento do mercado. Principalmente, de acordo com Oliveira (2010), essa falta de mobilização da sociedade era uma das características principais para a estruturação da mesma. Em cima disso, o bem-estar social deveria estabelecer-se por via de redistribuição que não chegou a ser eficaz tendo em vista incapacidade de reduzir a pobreza e a desigualdade. Não só em perímetros urbanos, as modificações do período varguista não mexeram nas relações de trabalho nos perímetros rurais, deixando a persistir a desigualdade e deixando as modificações propostas de modo paliativo por lá. Como exemplo, as migrações para oferta de emprego por exemplo, deixara claro a relação de poder dos empresários e dos empregados onde, pela quantidade de pessoas, criavam-se vilas e cidade operárias como forma de manutenção dessa força de trabalho deixando-os imóveis.
Até 1980 os trabalhadores rurais não tinham qualquer proteção social existente em perímetros urbanos o que criou uma expectativa de melhoria vida por médio de migração parar cidades em massa o que acabou resultando num crescimento dessa população agora urbana e aumentando o mercado informal já ocasionado pela falta de oferta de emprego, aumentando índices de violência e outras ilegalidades o que se tornou característicos de cidade médias brasileiras. Ainda com a CLT tendo se tornando um símbolo de identidade dessa sociedade, a busca pela inclusão proposta pela mesma foi incessante, criando um campo de disputa pelo trabalho instaurado e legitimado pelo próprio Estado.
Assim, ter a carteira de trabalho significava não só o acesso a direitos, mas como pertencimento a uma sociedade dando-se assim o sucesso do governo varguista tendo toda a legislação social e trabalhista em funcionamento mesmo que sendo apenas uma esperança para um futuro próximo, foi o necessário parar criar expectativas sobre proteção social e integração cidadã. Já como uma classe mais próxima da plenitude social, foi percebido por eles a necessidade dessas características propostas e que mesmo teriam que lutar por elas, moldando assim sua identidade social e política.
Com a quebra do Taylorismo e Fordismo e ascensão do neoliberalismo após os anos de welfare state, foi preciso modificações nos modelos de produção industrial devido a quebra por conta das produções homogêneas em massa., Com o mercado agora regindo o mundo, desembarcou junto as privatizações e novas desregulamentações tanto economicamente como também nas relações trabalhistas e até leis fiscais, reduzindo sempre a ação do estado sobre meios de produção e até na prestação de serviços públicos devido as privatizações do aparato estatal.
Tudo isso alterou muito o mundo do trabalho, como se pode ver pelos exemplos que seguem: em meados dos anos 1980, havia cerca de 850 mil bancários, no Brasil. Hoje, 2005, são pouco mais de 400 mil bancários. O ABC Paulista tinha, no mesmo período, cerca de 240 mil trabalhadores metalúrgicos, hoje tem menos de cem mil. A região de Campinas teve setenta mil metalúrgicos, atualmente tem perto de 40 mil. Só para dar esses exemplos. Por outro lado, expandiu-se o telemarketing, as terceirizações, os assalariados/as do setor de serviços inseridos na lógica da acumulação, como turismo, hipermercados etc. (ANTUNES, 2016)
Com isso e a modificação da indústria a oferta de trabalho se limitou, aumento a substituição da mão de obra humana pelas novas tecnologias metalúrgicas visando sempre diminuir a presença a força de trabalho e querendo sempre aumentar a produtividade, remoldando assim a sociedade do trabalho antes formada pressupondo direitos e suportes estatais quanto aos seus direitos, incluindo os sociais e que agora perdera força e o apoio do Estado, já que o mesmo tornou-se mínimo perante o mercado aplicando-se também ao identitário da classe, já não mais como trabalhador e sim, colaborador pela multifuncionalidade aplicada a ele e toda flexibilização imposta pelo liberalismo recorrente.
A especialização do trabalho outrora necessária, agora tornou-se o contrário. Em crescente precarização, a sociedade virou-se para um mercado não só material, mas como imaterial, como a publicidade e a propaganda assim como marketing, dão valor ao material do trabalho pela sua fama e relevância na sociedade. A instabilidade do trabalho tomou conta da sociedade atual, o acesso a mecanismos como
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