Potência, Limite e Seduções do Poder - As várias faces do poder

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Uma vez que a vida em sociedade é sempre relacional e supõe intervenções constantes, não há como pensá-la sem o poder. Como o poder celebra a vitória do forte sobre o fraco, do senhor sobre o escravo. Isso expressa a desigualdade que Rousseau anteviu no discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade que dizia: “desigualdade natural ou física”, que assenta nas diferenças de idade, ou saúde, das “forças do corpo e das qualidades do espírito e da alma”. “desigualdade moral ou política”, que gozam alguns prejuízos de outros, como o de serem mais ricos, mais poderosos e mais homenageados do que outros.

O poder tem várias faces e aparece em todas as situações nas quais há interação como: na família, no trabalho, na igreja, na escola, nos exércitos e no Estado. Em cada uma dessas situações o sujeito ativo vale-se de determinados meios para condicionar o comportamento e obter a obediência dos que ele se submete.

Por exemplo, no poder militar, são as armas e o aparato bélico de um exército que o fazem ser temido ou respeitado pelos inimigos. No poder ideológico, é exercido mediante a posse de conhecimento e de instrumentos ideológicos com os quais se consegue influenciar a conduta ou o modo de pensar de uma comunidade. No poder econômico, que controla os bens e os meios de produção. No poder político, como poder supremo, distingue-se por reivindicar com êxito e exclusividade do uso da força, com a qual garante que decisões obrigatórias sejam acatadas e cumpridas pelos diversos membros de uma comunidade. No poder social, é uma realidade viva e dinâmica. Nem sempre consegue se impor, mas funciona como “ameaças potencial” o tempo todo. Quanto mais organizada, ciente de seus interesses e consciente de suas reais possibilidades por uma comunidade mais vera aumentada sua potencia.