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MOVIMENTO DA CLASSE TRABALHADORA

Por:   •  3/5/2018  •  4.937 Palavras (20 Páginas)  •  287 Visualizações

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Na primeira década do século XX o Brasil já tinha um contingente operário com mais de 100 mil trabalhadores, com sua grande maioria concentrada nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, nesse contexto as reivindicações por melhores salários, jornada de trabalho reduzida e assistência social, conviveram com as perspectivas políticas mais eficaz que lutavam contra a manutenção da propriedade privada e o chamado Estado Burguês.

Central Única Dos Trabalhadores CUT

Somos parte, fruto e herdeiros dos que sobreviveram e lutaram contra ditatura burgo-militar que perdurou por mais de duas décadas no Brasil, somos parte daqueles que se colocaram em movimento e clandestinamente organizaram as Oposições Sindicais no final da década de 70, somos parte do grande movimento da classe que com greves gerais intensas e extensas se colocaram contra o Capital, seu governo militar e seus pelegos interventores dentro dos sindicatos nesse período.

Somos parte dos milhares que com sua organização a partir da base criaram as condições para a construção da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que nasce fruto das intensas lutas realizadas no Brasil no final da década de 70, inicio dos 80, uma central que nasce com a classe e não apenas em seu nome. Independente em relação aos patrões e governos, autônoma em relação aos partidos, combatendo a estrutura sindical subordinada ao Estado e com o compromisso estratégico de lutar para além das demandas da classe em seu cotidiano imediato, construir as condições para a luta maior, por outra sociedade socialista.

Na década de 90 a CUT caminha rumo ao pacto com o Capital.

A subordinação da Central Única dos Trabalhadores ao Capital e seu Estado não se deu somente a partir da chegada do PT à presidência da República em 2003, foi um processo gestado durante toda a década de 90, onde o Partido dos Trabalhadores teve como principal laboratório para experiência da conciliação de classes a CUT.

No governo Collor (90/92) a CUT é chamada para construção de um pacto social que possibilitasse ao Capital garantir saídas para sua crise a partir de politicas onde os trabalhadores novamente seriam chamados ao sacrifício em nome “da retomada do crescimento econômico", ou seja, através do aumento da exploração da força de trabalho. É desse mesmo período a experiência da Câmara Setorial, acordo tripartite gestado no estado de São Paulo que envolveu as indústrias do setor automobilístico, Sindicato de Trabalhadores, sendo o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo/SP o principal protagonista desse acordo, mediado pelo Estado.

Com o argumento de evitar demissões, o empresariado conseguiu implementar novas formas de organização da produção o que possibilitou o aumento da produção investindo contra a jornada e direitos dos trabalhadores.

Mas houve quem disse Não: Os Sindicatos dos Metalúrgicos de Campinas, Limeira e São José dos Campos não aceitaram a Câmara Setorial e passado pouco tempo da concretização da Câmara, a constatação de que as demissões continuaram a acontecer em todas as bases onde o acordo foi aceito.

Em 1994 mais uma vez a Central é chamada ao pacto através do governo Fernando Henrique Cardoso e aceita uma das piores reformas na Previdência, atacando o direto à aposentadoria, ao concordar com a mudança de critério para garantia desse direito, ao concordar que ao invés de tempo de serviço, a regra se estabelecida a partir de então seria tempo de contribuição para Previdência.

É nessa década que parte significativa de sindicatos ligados à direção majoritária da CUT aceitará acordos de flexibilização da jornada de trabalho com a introdução do banco de horas e a redução de salários.

Ao mesmo tempo em que acordos desse tipo eram realizados, os espaços de decisão dentro da Central vão se tornando cada vez mais burocratizados, transformando-se em espaços de representação tão somente e distanciando cada vez mais a base dos processos decisórios dentro da CUT.

Em 2003 a consolidação da transformação do instrumento em seu contrário: quem nasceu com a classe, agora trabalha contra ela.

A “Carta ao Povo Brasileiro” onde o PT divulga seu programa nas eleições de 2002 é a síntese do processo de concertação de classes que teve a CUT como um dos principais instrumentos de execução. Assim o PT se apresentava para a burguesia nacional e internacional como “maduro” e capaz de gerir na máquina do Estado os interesses do grande Capital.

Já no primeiro ano de governo, Lula chama todos os governadores e lança sua proposta de Reforma da Previdência, na forma o discurso de combater privilégios na máquina do Estado, no conteúdo o ataque à aposentadoria dos servidores públicos que atendem diretamente a população trabalhadora (professores, funcionários da Previdência, técnicos nas áreas de saúde, educação, saneamento entre outros).

A CUT tenta reformar a Reforma e só nas vésperas da votação do projeto no Congresso Nacional se coloca contra a proposta, não organiza e nem está junto à greve do funcionalismo público.

Depois disso vários serão os momentos em que a Central se colocará como porta-voz dos interesses do Capital junto ao governo: nas saídas da crise de 2008/2009, ampliando os acordos de redução salarial e de direitos. Em 2011 junto com as Federações patronais lança proposta “Brasil Maior” que tem como centro mais medidas do governo para reduzir a “carga tributária” das empresas.

Em 2006 quem não se rendeu ao pacto com o Capital e não buscou o reconhecimento do Estado para continuar a luta, começa a construir a Intersindical

Em junho de 2006 dezenas de Sindicatos, Oposições Sindicais e coletivos rompem com a Central Única dos Trabalhadores e decidem construir um novo Instrumento que retome o processo de organização e luta abandonado pela CUT. Romper com a CUT não significou romper com centenas de sindicatos que embora ainda filiados à Central, não aceitaram sua rendição ao Capital.

Assim nasce a Intersindical - Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora, tendo como princípios fundamentais: a independência em relação ao Capital e seu Estado, autonomia em relação aos partidos políticos, e tendo a organização pela base com um instrumento fundamental para a luta de classes.

Dentro das principais ações se encontram a solidariedade ativa e internacional da classe trabalhadora, a formação politica

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