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Capitulo 5 e 6 do livro questão social

Por:   •  25/12/2017  •  1.538 Palavras (7 Páginas)  •  488 Visualizações

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Capítulo 6

Determinantes do desemprego nos anos 1980 -1990

6.1 O desemprego dos 1980 e a relação com a crise do desenvolvimentismo

A correlação entre a crise econômica brasileira no final dos anos setenta e a influência internacional, permitiram uma propagação ideológica de que o Brasil precisava de uma maior abertura para políticas econômicas internacionais desregulamentadoras, sendo que o Brasil sempre teve uma internacionalização econômica considerável, prova disso é os impactos sofridos na economia brasileira diante das decisões internacionais. Com o Estado atuando como agente facilitador no tripé do padrão desenvolvimentista , assumindo papel de investidor que seria do capital internacional, comprometendo o equilíbrio de suas finanças e agravando um movimento recessivo no final dos anos oitenta. Esse comportamento fez com q o capital internacional recuasse nos investimentos diretos no setor produtivo , de pesquisa e desenvolvimento, acentuando ainda mais o atraso tecnológico do Brasil , com isso o capital nacional passa a ser refém da importação tecnológica diminuindo sua competitividade no mercado externo e interno, entendida como “crise do desenvolvimentismo” que explicou parte do desemprego no ano de 1980.

Nesse contexto econômico, as conquistas sociais garantidas com a redemocratização do país tornou a melhoria das condições de vida e de trabalho quase que imperceptíveis. Fazendo com que a dinâmica da flexibilidade e informalidade estrutural fossem agentes facilitadores para a terceirização da mão de obra, precarizando e negligenciando direitos trabalhistas. Nesse momento as organizações sindicais têm um recuo, porém foram fundamentais na restauração das perdas salarias causadas pela política de “arrocho salarial” e pautaram na sua agenda política a questão salarial. Essa organização sindical, a luta dos movimentos sociais, tiveram uma importância fundamental na luta contra a exploração da força de trabalho diante da crise. Se na ditadura esses movimentos são abafados e coibidos nesse momento ele ganha força e temos o chamado “ novo sindicalismo” que se fortalece e é protagonista nos debates durante a formulação da constituição de 1988,sendo o antagonista da política neoliberal.

Criado no governo Sarney para conter a inflação, o “Plano Cruzado” sofre boicote, por ser um plano visto como populista e inoperante diante das dificuldades estatais, polarizando interesses de classes , e a economia passa a ser guiada pelo “Consenso de Washington” realizado na capital americana, que estabeleceu dez regras básicas para reformulação da economia em toda a América Latina .

6.2 O desemprego dos anos 1990 e a relação com as políticas de ajustes neoliberais

A inserção de uma política neoliberal nos anos 1980 se deu de maneira morosa, causada pelo fortalecimento progressista da sociedade e dos movimentos sindicais. Com o declínio do Plano Cruzado é q essa medida ganha força e é no governo Collor De Melo, que para combater a inflação vai ser inserida como a principal medida econômica para estabilizar a economia brasileira, a medida neoliberal vem acompanhada de uma política monetária restrita, e de abertura comercial , desregulamentando a pouca proteção comercial aos produtos internos, reduzindo custo e controle aos produtos importados, criando a aparência de que a competitividade com a indústria nacional seria bom para a economia. Mas na verdade houve uma competição desleal entre o setor produtivo nacional e o setor de importação, fábricas nacionais fecharam suas portas gerando grande desemprego no setor produtivo nos anos 1990. A “era FHC” chamada de “berço” da ideologia neoliberal conseguiu estabilizar a economia e controlar a inflação , nesse contexto o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva ao fazer alianças para eleger-se continua com a mesma política em sua base econômica .

Aperfeiçoada por FHC e continuada no governo Lula, a política econômica ganha força e torna-se uma espécie de “patrimônio nacional” dado a estabilização econômica . Singer (1999) ao comparar os planos “COLLOR” q adotou uma política restritiva, “sequestrando” inclusive a poupança e o plano “REAL” amplamente discutido pelos parlamentares valorizando artificialmente a moeda brasileira adotando uma política expansiva temos um cenário de produtos importados a baixo custo satisfazendo consumidores , em detrimento da indústria nacional agravando o desemprego. A partir daí com a crescente especulação financeira e a fuga do capital o governo adota medidas para reduzir o déficit público a chamada “ Reforma do Estado” materializada nas privatizações, na reforma previdenciária, no corte do orçamento de políticas públicas. Assim, temos o agravamento do desemprego , crescimento da pobreza, concentração de renda crescimento do abismo social e precarização dos postos de trabalho existentes e baixa seguridade social. O campo também é atingido nessa política do Estado mínimo , com os investimentos governamentais favorecendo o latifúndio , e investindo em culturas mecanizadas, culturas tradicionalmente feitas por mão de obra entram em crise , mesmo essa crise antecedendo a urbana, a crise rural também recebe influência do neoliberalismo.

Diferentemente dos anos 1980, os anos 1990 não conta com a influência e a força dos sindicatos e dos movimentos sociais, para a conquista de novos direitos, estes assumem uma postura defensiva para possibilitarem a manutenção das conquistas

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