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Resenha do Livro A interpretação social da Revolução Francesa

Por:   •  11/11/2017  •  1.510 Palavras (7 Páginas)  •  689 Visualizações

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Os direitos senhoriais sobreviveram e foi objeto de ataque generalizado, mas principalmente do campesinato já que como Cobban afirma a burguesia nunca teve o interesse de atacar os direitos senhoriais. Os citadinos pouco fazem alarde a respeito de tais direito, mas em relação ao campo, muito se protesta e se pedi que esses direitos sejam suprimidos. Um direito senhorial que os habitantes da cidade se opunham tratava-se do franco-feudo que deveria ser pago a coroa uma parte do feudo mediante transação de um nobre para um não-nobre. Contudo, foi mediante a pressão dada pelas revoltas camponesas que a assembleia nacional deu o passo decisivo para a extinção desses tributos. Foi nessas discursões que se enfatizou a intenção de acabar com o feudalismo. Então se percebe que intenção de extinguir o feudalismo não partiu da burguesia, mas sim dos camponeses, e a burguesia era contra a extinção dos tributos e direitos senhoriais, principalmente a partir do processo de decapitação de terras pela classe comerciante. Esse processo desencadeou um descontentamento da classe camponesa que se queixava da venda de terras para senhorios burgueses que lhes aplicavam tributos exorbitantes. Acontece a ascensão capitalista na zona rural que de nada agradou aos camponeses que sofriam com fraudes e abusos dos novos senhores. Isso ocasionou a Revolução rural não contra o feudalismo, mas contra a comercialização crescente e que não foi um movimento “burguês”, mas estava em parte direcionado contra a penetração dos interesses burgueses na zona rural.

A burguesia era constituída não por um grupo centralizado e uniforme, mas eram uma burguesia multiforme, formada por vários grupos denominados burgueses, entre eles os burgueses propriamente ditos, que viviam como nobre, a base de sua riqueza, seu status e a ajuda do governo. Tinham os membros da administração real, que possuíam cargos venais, os advogados, os indivíduos que possuíam cargos liberais e os que trabalhavam com as finanças e o comércio. Dentre esses grupos, os que prosperaram bastante foram os que trabalharam no âmbito das finanças e do comércio, se ascendeu bastante seu status, tidos como os novos ricos. Já os que possuíam cargos venais, advogados, não se desenvolveram tanto quanto os negociantes, já que não acumulavam tanta riqueza, e a classe estava em declínio. Dessa forma, tendo uma classe ascendente e outra descendente, ocorreram disputas entre a burguesia, e o autor reformula que não foi à burguesia ascendente a liderança da Revolução, mas sim a classe que perdia força e buscava sua ascensão, mas mesmo assim a classe dos negociantes se favoreceu com o movimento revolucionário, pois foi a partir da revolução que o capitalismo se consolidou.

Economicamente a revolução possibilitou o fechamento das corporações industriais e a abertura do comercio de acordo com o individualismo econômico burguês. Vários embates entre os direitos econômicos entre o patronato e os comerciantes ocorreram em prol de liberdade de comercio. Em relação à revolução industrial, pouco se aconteceu na França, já que a revolução francesa retardou esse acontecimento, por ser um movimento da classe menos prestigiada.

A respeito dos sans-cullotes, considerado a classe “miserável” da revolução, o autor se atenta a falar que esse grupo era heterogêneo, e que nesse consistiam pequenos proprietários e trabalhadores assalariados ao mesmo tempo. O que leva a uma contradição interna, já que esse grupo se determinava único, e que a relação dos sans-cullotes com a revolta armada é pouco precisa já que em certos lugares elas foram utilizadas como forma de repressão ao aumento salarial. De tal forma a principal característica da Revolução foi à luta entre ricos e pobres.

Esse livro busca romper os paradigmas estabelecidos ao longo da história da Revolução Francesa e apresentar uma nova visão, mais analisada do real contexto, dos principais personagens e dos reais motivos que levaram a Revolução a acontecer. Percebe-se uma Grande diferença entre a revolução ocorrida na Inglaterra em relação a da França já que na Inglaterra o movimento foi realmente burguês, foram às classes comerciais que buscavam sua ascensão social e econômica, já na França, pude observa a partir deste livro que o movimento só foi possível pela reação dos camponeses, desfavorecidos com a classe que se elevava e que estabelecia tributos exorbitantes no campo e que se revoltou contra essa classe que se dizia a líder do movimento Revolucionário. O autor mostra que a uma historia bastante diferente da conhecida em relação à Revolução.

O texto de Alfred Cobban torna-se interessante, portanto para os estudiosos da História moderna, assim como aqueles que pretendem entender profundamente o contexto da Revolução.

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