VYGOTSKY E A CRIANÇA
Por: Carolina234 • 15/4/2018 • 2.995 Palavras (12 Páginas) • 468 Visualizações
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Segundo a Revista Nova Escola (2009), Vygotsky morreu há anos, mas sua obra ainda está em pleno processo de descoberta e debate em vários pontos do mundo, incluindo o Brasil, pois sua obra ressalta o papel da escola no desenvolvimento mental das crianças e é uma das mais estudadas pela pedagogia contemporânea.
A parte mais conhecida da extensa obra produzida por Vygotsky em seu curto tempo de vida converge para o tema da criação da cultura. Ele atribuía um papel preponderante às relações sociais nesse processo, tanto que a corrente pedagógica que se originou de seu pensamento é chamada de socioconstrutivismo ou sociointeracionismo.
Ainda conforme a Revista, como Piaget, Vygotsky não formulou uma teoria pedagógica, embora o pensamento do psicólogo , com sua ênfase no aprendizado, ressalte a importância da instituição escolar na formação do conhecimento. Para ele, a intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorreriam espontaneamente.
Diante disso, concluí-se que na visão vygotskyana, caberá ao educador o papel de interventor, desafiador, mediador e provocador de situações que levam os alunos a aprender, na medida em que o educador propor estímulo ao interesse do aluno, contribuindo assim para novas descobertas para o seu desenvolvimento e enriquecimento de sua personalidade, propiciando a construção do conhecimento pelo próprio aluno.
Conforme evidencia o exposto até aqui, atualmente é consenso entre os estudiosos, que na pré-escola a criança desenvolve seus primeiros passos em um novo mundo e reforça seu relacionamento com o meio e as pessoas. Nessa fase tão importante, é que as crianças precisam de estímulos adequados para desenvolver-se inteiramente, conforme apregoado pelas principais teorias do desenvolvimento e da aprendizagem (OLIVEIRA, 2000, p.17).
Certamente, como descrito pela autora, os educadores devem estar preparados para ajudar as crianças na construção do saber, oferecendo-lhes um ambiente que vá de encontro ás suas necessidades. O educador deve propiciar situações adequadas ao desenvolvimento de cada criança, preparando atividades que atendam aos seus anseios, priorizando um ensino que promova a troca de experiências, tornando o pré-escolar mais rico, interessante e compensador.
A autora segue argumentando que, durante muito tempo confundiu-se “ensinar” com “transmitir” e, nesse contexto, o aluno era um agente passivo da aprendizagem e o professor um transmissor. A idéia de um ensino despertado pelo interesse do aluno acabou transformando o sentido do que se entende por material pedagógico. Seu interesse passou a ser a força que comanda o processo da aprendizagem, suas experiências e descobertas, o motor de seu progresso e o professor um gerador de situações estimuladoras e eficazes.
Partindo desse pressuposto, concluí-se que se trata de uma organização do trabalho pedagógico, onde ambos, professor e aluno têm papéis ativos. Cabendo portanto ao professor, pesquisar e conhecer o desenvolvimento de seus alunos a fim de poder organizar atividades onde os mesmos possam experimentar situações diversas, que possibilitem atingir seus objetivos. Deve também, atuar de maneira extremamente próxima a seus alunos, sendo o mediador para que eles alcancem os objetivos propostos.
Conforme nos coloca a Revista Nova Escola (2009), os estudos de Vygotsky sobre aprendizado decorrem da compreensão do homem como um ser que se forma em contato com a sociedade. “Na ausência do outro, o homem não se constrói homem”, escreveu o psicólogo.
Dessa forma, pode-se inferir que segundo Vygotsky a idéia de aprendizado inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos numa relação entre aquele que aprende e aquele que ensina, ou seja, o aprendizado ocorre numa interação social. O homem se constrói em interação com o meio em que vive, aprendendo através da sua própria história de vida, seu cotidiano, resolvendo questões, fazendo inferências, pensando, repensando e descobrindo seu aprendizado junto a sociedade em que está inserido.
Aponta ainda a Revista que, para Vygotsky, a formação se dá numa relação dialética entre o sujeito e a sociedade a seu redor, ou seja, o homem modifica o ambiente e o ambiente modifica o homem. Essa relação não é passível de muita generalização. O que interessa para a teoria de Vygotsky é a interação que cada pessoa estabelece com determinado ambiente, a chamada experiência pessoalmente significativa.
Concluí-se que para o psicólogo, a construção do sujeito se dá na interação com o outro, a partir do contato com a cultura da sociedade a qual pertence, pois é ela que vai indicar os modos e os saberes constituídos pelo meio.
É oportuno acrescentar ainda que para Vygotsky (1896-1934) aprendizagem mediada nada mais é que, a aquisição de conhecimentos realizada por meio de um elo
intermediário entre o ser humano e o ambiente. Para Vygotsky há dois tipos de elementos mediadores: os instrumentos e os signos, representações mentais que substituem objetos do mundo real. Segundo ele, o desenvolvimento dessas representações se dá sobretudo pelas interações que levam ao aprendizado.
Portanto, como descrito por Vygotsky, o conhecimento ocorre através da relação que a criança estabelece com as outras crianças e com os adultos (pais, professores e outros), com o meio ambiente e com a cultura, todos esses elementos são mediadores essenciais entre o conhecimento e o desenvolvimento global da criança.
Segundo Vygotsky, a construção do pensamento e da subjetividade é um processo cultural, e não uma formação natural e universal da espécie humana. Ela se dá graças ao uso de signos e ao emprego de instrumentos elaborados através da história humana em um contexto social determinado.
Enquanto os animais agem e reagem à natureza de uma forma sensorial instintiva, o homem extrapola suas capacidades sensoriais pelo uso de instrumentos construídos por meio do trabalho coletivo no qual interage com outros homens. Esses instrumentos não se reduzem à dimensão material, mas incluem a utilização de signos que estimulam diferentes funções mentais (OLIVEIRA, 2002, p.127).
Categoricamente, conforme nos coloca a autora, concluí-se que esses dois elementos mediadores, ou seja, os signos e os instrumentos, são elementos carregados de significados que impregnarão por toda a vida humana, num processo de transformação, onde os indivíduos construíram seu sistema de significados na interação social entre os membros do mesmo grupo cultural num ambiente que lhes forneçam meios para seu desenvolvimento.
A autora segue
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