CONTRIBUIÇÕES DO BEHAVIORISMO, PIAGET E VYGOTSKY PARA O TRABALHO PEDAGÓGICO

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- ABORDAGEM PSICOGENÉTICA E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO

Grande pensador do século XX, Jean Piaget (1896-1980) desenvolveu estudos com base na epistemologia genética do conhecimento para a psicogênese.

O conceito de desenvolvimento cognitivo acontece pela ação do homem sobre o meio ambiente, e com isso estruturas mentais são construídas e transformadas pelo próprio sujeito, de forma adaptativa ao longo da vida. Desse modo o conhecimento passa a ser resultado de interações entre o sujeito e o ambiente, bem como são assimilados entre o objeto e os esquemas do sujeito. Os esquemas são compreendidos como unidades estruturais básicas de pensamentos e ações, que mudam e adaptam-se, já que o sujeito é visto como ativo.

Para Piaget o conhecimento também é construído, uma vez que o pensamento não é inato e nem adquirido. E essa construção ocorre pela experiência sensorial e pelo raciocínio.

A assimilação e a acomodação são necessárias para o crescimento e o desenvolvimento cognitivo, juntas concluem o processo de adaptação e desenvolvimento de estruturas cognitivas. A equilibração passa a ser o balanço entre as duas. Dessa forma, a passagem de um equilíbrio para o outro, seria fundamental para uma análise do desenvolvimento humano desde sua gênese, segundo Piaget.

A passagem de um equilíbrio para o outro foi chamado por Piaget como estágios ou períodos, que caracterizam as diferentes formas de adaptação do sujeito em organizar o seu conhecimento. Neste sentido, a inteligência do sujeito passa a ser desenvolvida com base em um processo de assimilações.

O primeiro estágio foi denominado de sensório-motor que compreende crianças de 0 a 2 anos de idade onde a natureza da criança é sensorial e motora, o segundo estágio o pré-operacional que compreende crianças de 2 a 7 anos, onde a criança desenvolve capacidade simbólica sobre objetos e ações. O terceiro estágio é o operatório concreto que compreende crianças de 7-11 anos, onde há uma integração mental da criança. E por fim o quarto estágio, o operatório formal que vai de crianças com 11 anos em diante, onde as operações de raciocínio abstrato são consolidados.

Neste sentido, o processo de aprendizagem depende do estágio em que o sujeito se encontra inserido em um constante processo de equilibração. E cabe ao professor sistematizar as informações necessárias para o aprendizado do aluno.

Sabe-se que o aprendizado do aluno depende de uma elaboração individual de cada um, ou seja, ocorre a partir de diferentes formas de assimilação. No entanto, é importante que não ocorra ideias diferentes sobre o objeto. Cabe ao professor utilizar meios de interferir no que está sendo assimilado pelo aluno, de modo a reorganizar o processo de assimilação de forma construtiva. Desse modo se desenvolve uma relação entre o professor e o aluno, o que contribui para a educação, uma vez que o aluno é um sujeito ativo.

Além da interação com o professor, o meio em que o aluno/sujeito está inserido também é de fundamental importância para o seu desenvolvimento cognitivo, já que ele não é construído de uma hora para outra. Trata-se de um processo gradual, que gera demandas de assimilações para a formação de sua inteligência. É importante que o aluno encontre na instituição de ensino atividades além do ler e escrever, como atividades físicas, culturais, sociais, lógicas. Tudo o que contribui para a construção do conhecimento.

Piaget considera que o próprio indivíduo é capaz de construir seu conhecimento, e cabe a escola desenvolver atividades que desequilibre o aluno, de modo a incentivar o seu reequilíbrio. O conhecimento é desenvolvido com base nesse processo de descobertas e construção.

- ABORDAGEM HISTÓTICO-CULTURAL E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO

A última teoria a ser apresentada neste trabalho foi desenvolvida por Lev Vygotsky (1896-1934) e ficou conhecida como uma abordagem Histórico-Cultural.

Seu modelo foi bastante influenciado pelas teorias Karl Marx, a partir do conceito de consciência de classe, no qual é construído socialmente e determinado pela realidade concreta. Neste sentido, Vygotsky tratou a consciência como objeto de estudo. Além disso, para ele, o conhecimento está associado com as relações sociais que o homem mantem em sua cultura. Diferentemente dos outros pensadores, ele sugeriu o desenvolvimento humano a partir de uma abordagem histórico-cultural, já que está diretamente ligado a vivencia sociocultural do sujeito com seu ambiente em um processo histórico.

Vygotsky também propões planos genéticos de desenvolvimento. A filogênese baseada na história do homem e de sua espécie, a ontogênese baseada no que acontece com cada sujeito, microgênese que ocorre de modo subjetivo, de acordo com as experiências individuais de cada um e a sociogênese construída a partir da cultura e o ambiente, de fora para dentro ao longo da história social do homem no mundo.

Para Vygotsky as relações com objeto e um sujeito mais experiente é o que permite a formação das funções psicológicas superiores. Surge assim mais um conceito utilizado pelo autor, o da internalização que é muito importante para o desenvolvimento psicológico do sujeito. A internalização causa transformações comportamentais com base na utilização dos signos produzidos em um cenário cultural e social. O ambiente da internalização influencia para que o aprendizado gere o desenvolvimento, assim o desenvolvimento mental se realiza através do intermédio do aprendizado.

Outro conceito desenvolvido por Vygotsky em sua teoria é o da mediação, no qual o objeto é mediado por sistemas simbólicos, dentro de uma abordagem cultural de representação da realidade. Neste sentido, a construção do conhecimento em sua aprendizagem incorpora a própria experiência de vida do sujeito. A relação entre o sujeito e o objeto existe, no entanto deve ser mediada por algo.

Nesse sentido, a forma de aprendizado do aluno pode ser influenciada pelo modo como o professor age, quanto melhor a qualidade da mediação, melhores resultados de apropriação são adquiridos pelo aluno em seu desenvolvimento. O professor possui papel central na teoria de Vygotsky. Desse modo cria-se a zona de interferência proximal onde age o mediador, de modo a provocar avanços no processo de aprendizagem do aluno. O processo deixa de ser emergente no plano interativo e passa a ser autônomo, uma vez que está internalizado no indivíduo, gerando desenvolvimento para o