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Vygotsky e Suas Teorias

Por:   •  30/8/2018  •  2.224 Palavras (9 Páginas)  •  329 Visualizações

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Essa capacidade de associação que o ser humano possui, é fundamental para que o indivíduo adquira conhecimentos ao longo de sua vida de acordo com as experiências vividas por ele mesmo ou outro indivíduo no meio externo. Não é necessário que uma criança encoste o dedo em uma tomada para saber que isso causa choque. Através do conselho da mãe a criança adquire este conhecimento. Quando a criança associa a representação mental da tomada à possibilidade de levar um choque, ocorre uma internalização do conhecimento, e as advertências da mãe já não serão necessárias para evitar este tipo de ocorrências. Esse mecanismo é chamado, por Vygotsky, de processos de internalização. Vigotsky deixa claro que, para entendermos a origem das funções psicológicas superiores, é necessário refletir sobre as relações sociais entre o indivíduos inseridos em um mesmo meio externo, considerando que o fundamento do funcionamento psicológico tipicamente humano é social e, por isso, histórico. Entre o individuo e um objeto há outros indivíduos que auxiliam como mediadores, cada individuo é mediador de aprendizado do seu próximo. Por isso, o conceito de aprendizagem mediada confere um papel privilegiado ao professor.

Vigotsky como um amante da linguagem e psicologia afirma que a principal função da linguagem é a de intercambio social, ou seja através da criação e utilização da linguagem que o ser humano é capaz de se comunicar com seus semelhantes. Para que este intercambio ocorra de maneira benéfica e eficiente e mais sofisticada é necessário o uso da segunda função da linguagem, também conhecido como pensamento generalizante. O pensamento generalizante nada mais é que o encaixe da língua e o pensamento.

O pensamento e a linguagem têm origens diferentes e independentes. Antes que ocorra uma associação entre o pensamento e a linguagem, devemos lembrar que existe na criança pequena, uma fase pré-verbal. Mesmo não falando, utilizando linguagem verbal, a criança consegue resolver problemas práticos, de utilizar instrumentos e meios indiretos para conseguir determinados objetivos.

Pensamento e linguagem seguem suas trajetórias diferenciadas de desenvolvimento no indivíduo, até que, em certo momento do desenvolvimento da aprendizagem do individuo, o caminho de ambas se unem, surgindo então o pensamento verbal e a linguagem racional, o ser humano adquire a capacidade de utilizar um novo modo de funcionamento psicológico mais sofisticado é ágil, sendo mediado pelo sistema simbólico da linguagem.

No presente livro que estamos analisando, fica claro que Vigotsky trata o significado das palavras como sendo componente essencial da palavra, além de ser também um ato de pensamento, pois o significado de uma palavra já é em si um pensamento a ser formado. Ou seja é no significado da palavra que encontramos a união entre o pensamento e a fala, surgindo assim o pensamento verbal. É no significado que se encontra a unidade das duas funções básicas da linguagem, o intercâmbio social e o pensamento generalizante. São os significados os responsáveis pela mediação simbólica entre o indivíduo e o mundo externo. Como os significados são construídos ao longo da história, de acordo com a interação entre indivíduos e o mundo físico e social, eles se encontram em constante transformação. Vigotsky atribui essa transformação ao fato do significado de uma palavra devido dois componentes do significado da palavra: o significado e o “sentido”. O significado é aquele compartilhado por todas as pessoas que a utilizam, dentro de um mesmo meio social. O sentido, é o significado da palavra para cada indivíduo, de forma individual, de acordo com as relações que dizem respeito ao contexto de uso da palavra e a vivência particular daquele indivíduo.

Além da utilização da fala para comunicação verbal entre indivíduos, Vigotsky alerta para o estudo da fala egocêntrica, ou discurso interior, que nada mais é que uma forma interna de linguagem, um discurso particular onde não há interlocutor, este mecanismo tem comof unção, auxiliar o indivíduo nas suas operações psicológicas. A criança utiliza primeiro a chamada fala socializada, com a função de comunicação com os demais indivíduos inseridos em um mesmo meio externo. Após certo tempo, vem o desenvolvimento desta criança, e ela passa a conseguir utilizar a linguagem como instrumento de pensamento. No estudo da transição entre o discurso socializado e o discurso interior. Se, durante a fase da fala egocêntrica houver alguma deficiência de elementos e processos de interação social, qualquer fator que aumente o isolamento da criança, iremos perceber que seu discurso egocêntrico aumentará subitamente. Isso é importante para o cotidiano dos educadores, pois a atenção a este aspecto poderá permitir com que detectem possíveis deficiências no processo de socialização da criança, facilitando assim o diagnóstico de distúrbios psicológicos além de auxiliar na criação de metodologias de ensino diferenciadas de acordo com cada criança e seu desenvolvimento.

Marta Kohl de Oliveira diz que Vygotsky estudou e buscou entender a origem e o desenvolvimento dos processos psicológicos ao longo da história do ser humano e sua individualidade. No decorrer desenvolvimento de cada indivíduo, o aprendizado, so é possível através do contato entre o indivíduo e um certo ambiente externo, munido de uma cultura, que possibilitará o despertar de processos internos de desenvolvimento. Vygotsky divide os níveis de desenvolvimento em:

- Nível de desenvolvimento real, que é determinado pela capacidade do indivíduo de solucionar de maneira independentemente as atividades que lhe são propostas em seu dia a dia.

- Nível de desenvolvimento potencial, que pode ser determinado através da solução de atividades realizadas sob a orientação ou auxilio de um outro indivíduo mais capaz e com experiência mais vasta em determinado assunto.

O nível intermediário entre desenvolvimento real e desenvolvimento potencial, é conhecido como Zona de desenvolvimento proximal. Segundo Vygotsky, a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) é potencializada por meio da interação social do aprendiz com outro(s) indivíduo(s) mais experiente(s). A aplicação de sua abordagem na prática educacional requer, primeiramente, que o instrutor reconheça a ideia desta zona proximal e a estimule ao desenvolvimento cooperativo e colaborativo, procurando promover assim, um caminho de aprendizagem adequado, capaz de conduzir o aprendiz de sua Zona de Desenvolvimento Proximal ao Nível de Desenvolvido Real.

A zona de desenvolvimento proximal (ZDP) descrita por Vigotsky e exemplificada pela professora

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