As trajetórias de Vygotsky e Wallon

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O papel do professor para Vygotsky seria o de intervir, ou mediar, entre o que o aluno sabe e o que virá a saber; e para Wallon seria o de observar e considerar suas demandas, para a construção do ‘eu’ do aluno, que é essencialmente dialética, isto é, continua em movimentos contínuos e contraditórios, que duram por toda a sua vida. Enfim, para ambos a importância do papel do professor está no relacionamento que tem com seus alunos, pois faz parte da construção de cada um deles. E o papel do aluno para ambos é participar do processo de construção do conhecimento, sendo co-autor, ativo e questionador.

Em suma, ocorre que as duas teorias se completam, pois na teoria de wallon, foi dada especial atenção ao pressuposto de que a relação dialética entre movimento e emoção é o fundamento da futura atividade mental, caracterizada, na sua forma mais desenvolvida, pelo processo de construção de conhecimentos e modos de pensamento derivadas de experiências, amplamente discutido por Vygotsky. Quando aplicado nas bases da teoria, podemos ter como exemplo a linguagem como uma demonstração de afetividade, pois para comunicarmos com qualquer pessoa precisamos ter o mínimo de empatia, até quando o outro nos é estranho, por exemplo: ao procurarmos alguém na rua para nos dar informação, buscamos aquele que nos transmita “segurança” e a afetividade é uma forma de linguagem entre os seres humanos sendo possível “ler” os movimentos e seus significados.

Referências bibliográficas:

OLIVEIRA, M. K. Vygotsky. Aprendizado e desenvolvimento um processo sócio-histórico. 4ᵃ ed. São Paulo: Scipione, 1997.

VYGOTSKY, Lev S.; As raízes genéticas do pensamento e da linguagem in: Pensamento e Linguagem; São Paulo: Martins Fontes, 1998.

GALVAO, I. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. 18ᵃ ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.