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Supervisao escolar na educacao infantil

Por:   •  24/4/2018  •  5.338 Palavras (22 Páginas)  •  392 Visualizações

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A infância ninja é aquela infância que esta a margem de tudo. Das novas tecnologias, dos games, da internet da multimídia, são crianças e adolescentes que estão muitas vezes fora das casas, sem acesso aos produtos de consumo e muitas sobrevivem nos bueiros da vida urbana.

Desigualdade que na cotidianidade se naturaliza produzindo a própria exclusão, materializada na infância da rua, na prostituição, no trabalho infantil, nas instituições de enclausuramento das crianças que vivem em presídios por suas mães estarem presas, na falta de creches e instituições de atenção a saúde, etc.

Um exemplo da infância ninja pode ser encontrado a partir do século XVIII, nas rodas de expostos ou dos hospícios para menores abandonados.

As crianças ninjas atualmente são encontradas dentro de esgotos, embaixo de viadutos e pontes. São vistas diariamente nas esquinas com sinaleiras fazendo malabarismos, vendendo coisas, pedindo esmolas, isso certamente marca em tipo de infância inventada como marginal, perigosa, aquela que, mesmo sem o adulto para protegê-la e ampará-la, produz um cotidiano que possibilite sua sobrevivência.

Já a infância cyber (cyber-infância) é aquela infância afetada daquelas novas tecnologias, que vêm produzindo a infância tida como perigosa, talvez por não se ter produzido um saber suficiente para controlá-la ou por que não consegue melhor governá-la.

Os quartos das crianças se transformam numa sala informatizada, um quarto/lan house globalizado, com televisão a cabo e informações do mundo via internet e o hábito de ler na tela do computador, tão comum quanto o tradicional virar a pagina de um livro.

Crianças da cyber-infância detêm o poder por estarem dominando um conteúdo de difícil acesso a muitos adultos, e quando se pensa/problematiza a alteridade da cyber-infância se percebe como ela nos escapa. Talvez por ainda não tiverem produzido suficientes tecnologias ou saberes para controlá-las e poderes para governá-las.

Os adultos perderam a autoridade que tinham antes por saberem coisa que as crianças, propositalmente protegidas não sabiam, talvez por isso muitos pais venham usando seu tempo livre para aprenderem com seus filhos sobre as suas brincadeiras que mostram o que é e como se é criança hoje.

A nova relação produção-consumo constitui a criança como um consumidor alvo de interpelações que o individualizam e fragmentam. Consumir também é uma forma de poder, um modo ou um estilo de auto-subjetivação ou de governo de si. Isto faz com que as crianças se identifiquem com os grupos nos quais é incluída, por uma política de inclusão.

Não se consome apenas o objetivo em si, mas tudo aquilo que ele possa representar para meninos e meninas, status, conforto, desejos e beleza, saber, poder.

O mercado interpela os sujeitos não só produzindo desejos, mas também mecanismos e dispositivos para garantir o consumo, isto é, uma pedagogia do consumo.

As crianças investem em seus corpos o que é “ditado” pelos sites, pelos clipes de musica ou pelas revistas infantis de forma que comprar produtos de grifes, ter os acessórios que aparecem nos anúncios publicitários, consumir jogos eletrônicos ou cards da ultima geração e no seu original, tudo isso indica um modo de ser fashion.

Muitas das crianças que não estão totalmente a margem, que têm ainda uma família ou alguém que as atenda, mesmo ainda nas margens do consumo, participam de alguma maneira do convite ao consumismo produzido para as infâncias. Muitas delas têm acesso mesmo que não na mesma proporcionalidade, aos artefatos culturais que produzem as infâncias mais privilegiadas na atualidade. Em alguma medida, muitas delas adquirem os lançamentos de brinquedos, jogos e roupas e mesmo que não usem os originais, “de verdade”.

Com tudo isso é necessário problematizar a infância, como ela sobrevive sem o adulto, sobre ela pensar sem muitas certezas de que de antemão já se sabe o que ela quer ou necessita.

2. QUADRO TEÓRICO

A infância e os desafios contemporâneos

A compreensão do livro lido, na perspectiva de entender a ‘infância e os desafios contemporâneos’, me conduziu a fazer uma leitura da criança e da infância construída ao longo do tempo.

Nesse percurso, é de grande relevância traçar as diferentes concepções de criança e de infância nos diferentes tempos, espaços e idades que marcaram a história da criança.

Pensar a infância e a sua relação com a escola, é voltar à idade média, que para um pequeno número de indivíduos que pertenciam a uma ordem eclesiástica, funcionando em asilos freqüentados por filhos de camponeses e pobres que precisavam ser catequizados.

A história da escola, inicialmente construída para isolamento da criança da sociedade, para separá-las dos adultos e das suas imoralidades, seguiu em progressiva mudança até o século XVII. Quando gradativamente ocorreram algumas mudanças na escola e nos seus objetivos, abrindo-se ao atendimento para um número maior de pessoas, então surgiu o reconhecimento da mesma como instituição essencial a sociedade. Surgiu também nesse período, a divisão das disciplinas e dos horários por professores, mas a separação por idade, só teve início por volta do século XIX.

No período anterior ao século XVII, não havia nenhuma manifestação do que chamaríamos de sentimento de infância. As crianças eram vistas como adultos em miniatura, ou seja, não eram respeitadas suas especificidades e nem eram tidas como seres inocentes e necessitados de cuidado e proteção diferenciados, mas sim como mero ser biológico. As crianças vestiam-se como adultos, participavam das conversas dos adultos e até mesmo de jogos sexuais, além disso, a partir de sete anos eram consideradas aptas para o trabalho.

No final do século XVI e inicio do século XVII as autoridades começam a voltar um pouco de sua atenção para os pequeninos. A mortalidade já não era aceita como natural nem pelo governo nem pelas instituições religiosas. O estado passava a administrar também a população infantil, interessava ao mesmo que, as crianças se tornassem úteis a sociedade.

No século XVIII, o discurso sobre o nascimento passa a incorporar a idéia de contratação. Esta se mostra como um modo de impedir o nascimento de crianças, com o objetivo especifico de fazer com que as já nascidas não viessem a morrer, pois a essa época, mais crianças morriam do que sobreviviam á primeira infância.

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