O PAPEL DO SUPERIOR/ORIENTADOR ESCOLAR NO PROCESSO DO APRENDIZADO NA EDUCAÇÃO INFANTIL POR MEIO DA LUDICIDADE.
Por: Hugo.bassi • 23/12/2018 • 3.883 Palavras (16 Páginas) • 540 Visualizações
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Carvalho (1992, p.28) acrescenta, mais adiante:
(...) o ensino absorvido de maneira lúdica, passa a adquirir um aspecto significativo e afetivo no curso do desenvolvimento da inteligência da criança, já que ela se modifica de ato puramente transmissor a ato transformador em ludicidade, denotando-se, portanto em jogo.
O jogo é um canalizador de energias, no sentido de um esforço total para a busca de seu objetivo, uma necessidade interior, pois o ser humano apresenta uma tendência lúdica, um impulso natural da criança. O prazer e o esforço espontâneo São elementos que caracterizam o jogo. O prazer é a capacidade de atrair o jogador de forma total e intensa, criando um clima de euforia e entusiasmo o que torna o jogo uma atividade excitante, porém de esforço voluntário.
Segundo Vygotsky (1998) o jogo simbólico é como uma atividade típica da infância e essencial ao desenvolvimento infantil, ocorrendo a partir da aquisição da representação simbólica, impulsionada pela imitação. O mundo imaginário da criança abre portas regidas por regras semelhantes a vida adulta real. Assim, a criança experimenta papéis e funções sociais diferenciados a partir da observação do mundo dos adultos.
Santos (2002, p. 90) relata que “(...) os jogos simbólicos, são jogos através dos quais a criança expressa capacidade de representar dramaticamente.”
Vygotsky (1998), “No brinquedo, no entanto, os objetos perdem sua força determinadora. A criança vê um objeto, mas age de maneira diferente em relação àquilo que vê. Assim, é alcançada uma condição em que a criança começa a agir independentemente daquilo que vê.” Ao discutir o papel do brinquedo, refere-se privilegia especificamente à brincadeira de faz-de-conta, como brincar com um cabo de vassoura como se fosse um cavalo.
Conforme afirma Oliveira (2000, p. 19):
O brincar, por ser uma atividade livre que não inibe a fantasia, favorece o fortalecimento da autonomia da criança e contribui para a não formação e até quebra de estruturas defensivas. Ao brincar de que é a mãe da boneca, por exemplo, a menina não apenas imita e se identifica com a figura materna, mas realmente vive intensamente a situação de poder gerar filhos, e de ser uma mãe boa, forte e confiável.
A criança recria os seus modelos a partir de sua realidade, o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal, através de certos conceitos compreendemos o “porquê” de certos adultos estarem mais aptos ou não para determinadas situações sociais.
Segundo Vygotsky, Luria & Leontiev (1998, p. 125) O brinquedo “(...) surge a partir de sua necessidade de agir em relação não apenas ao mundo mais amplo dos adultos.”
Durante brincadeira que a criança aprofunda o seu conhecimento sobre as dimensões da vida social, as associações e internalizações sobre conceitos, valores, normas, condutas são facilitadas a partir dos recursos lúdicos.
Na brincadeira, a criança pode dar outros sentidos aos objetos e jogos, seja a partir de sua própria ação ou imaginação, seja na trama de relações que estabelece com os amigos com os quais produz novos sentidos e os compartilha (CERISARA, 2002).
2.2 O ATO DE BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Brincar é "divertir-se, recrear-se, entreter-se, distrair-se, folgar”, significado esse encontrado no dicionário Aurélio (2003), além de prazeroso o brincar pode e deve se tornar um potente veículo de aprendizagem, pois permite, através do lúdico, vivenciar a aprendizagem como processo social. A criança às vezes sem percebermos desenvolve capacidades importantes como a memória, a imitação, a atenção, a imaginação através das trocas recíprocas, e através dessas capacidades que o pressuposto do trabalho do supervisor escolar, deve basear-se num olhar crítico-reflexivo, fazendo constantemente uma leitura da realidade que o cerca. Segundo Vygotsky (1998),o sujeito se constitui nas relações com os outros, por meio de atividades caracteristicamente humanas, que são mediadas por ferramentas técnicas e semióticas. Portanto a brincadeira já não pode ser vista como atividade natural e sim uma possibilidade de intervenção e maior compreensão das atividades dos adultos possibilitada através da ação do supervisor, investigando junto ao professor, caminhos que conduzam o processo de ensino-aprendizagem de forma a reafirmar a proposta construída e vivenciada pelo grupo.
A criança brinca daquilo que vive; extrai sua imaginação lúdica do seu dia a dia (ZANLUCHI 2005).
Zanluchi (2005, p. 89) reafirma que “Quando brinca, a criança prepara-se a vida, pois é através de sua atividade lúdica que ela vai tendo contato com o mundo físico e social, bem como vai compreendendo como são e como funcionam as coisas.” A criança pode transformar e produzir novos significados, sendo assim as crianças tendo a oportunidade de brincar, estarão mais preparadas emocionalmente para controlar suas atitudes e emoções dentro do contexto social, portanto a brincadeira exerce uma importância fundamental para o desenvolvimento infantil obtendo assim melhores resultados gerais no desenrolar da sua vida.
A disposição e a facilidade para imaginar, fazer planos, apropriar-se de novos conhecimentos surgem nas crianças, através do brincar. O momento da brincadeira é interpretado e estudado cada dia mais por mais estudiosos para aproveitar as “janelas” possíveis e abertas da idade cronológica de cada indivíduo.
Segundo BRASIL, 1998, p. 27, v.01:
O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira, as crianças agem frente à realidade de maneira não-literal, associando as suas ações cotidianas pelas ações e características do papel assumido, utilizando-se de objetos substitutos, assim se transfere e substitui para a vida adulta.
2.3 O CONTEXTO DA LUDICIDADE EM SALA DE AULA.
A visão da escola tradicional ainda está associada ao caderno bem cheio, fileiras, carteiras em fila indiana, raciocínio,”decoreba”,etc. Neste sentido, a prática supervisora se constitui num dos elos fundamentais no processo de reconstrução da escola, desestimulando o prosseguimento de práticas rotineiras e comodistas e levando a todos os participantes a empregarem novos processos de ação. Vê-se marcado a pouca disponibilidade da escola tradicional em elevar a brincadeira
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