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Relação Professor-Aluno no Processo de Aprendizagem

Por:   •  4/3/2018  •  2.873 Palavras (12 Páginas)  •  458 Visualizações

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Baseando-se na teoria de Vygotsky e nas palavras de Ribeiro e Pratti, o professor deve possuir conhecimento destes três casos para que saiba lidar com o aluno caso ocorra uma situação que seja considerada negativa.

A escola é o primeiro contato com o meio social diversificado[2] que a criança possui, assim há a necessidade de uma sala de aula bem estruturada socialmente. É ali que o organismo, além de passar boa parte de seu tempo, “cresce e se desenvolve”. (Vygotsky, 2003). De tal forma, o educador torna-se modelo para os educandos, torna-se formador do caráter destes e transmite, voluntariamente ou não, valores morais para seus alunos.

Segundo Oliveira (1992, p.27, citado por NASCIMENTO & PRATTI, 2011, p. 31)

Ao longo de seu desenvolvimento o indivíduo internaliza formas culturalmente dadas de comportamento, num processo em que atividades externas, funções intrapessoais, transformam-se em atividades internas, intrapsicológicas.

De forma prática, comparamos as palavras de Oliveira quando vemos uma criança no fim do estágio Sensório Motor e no início do estágio Pré-Operatório[3], observando as atitudes, gestos ou palavras de um adulto e logo em seguida repetindo-os. De tal modo, o indivíduo primeiramente observa a ação no nível social, e depois a internaliza.

A construção do conhecimento, na perspectiva de Vygotsky, se dá através do convívio social: é através dum processo de interação social que ocorre a apropriação dos objetos culturais. São as experiências vividas que dão os objetos um sentido afetivo. Sob esta perspectiva, todo o processo de aprendizagem está envolto em afetividade.

É neste contexto que se dá a importância da relação professor-aluno: havendo um bom convívio entre os sujeitos, os objetos da aprendizagem serão melhor transmitidos e absorvidos pelos alunos. Tornar a relação prazerosa desperta a vontade de aprender no aluno.

Para Cunha (2008, p.67, citado por SIQUEIRA, NETO, FLORENCIO, 2011, p.6)

[...] o que vai dar qualidade ou modificar a qualidade do aprendizado será o afeto. São as nossas emoções que nos ajudam a interpretar os processos químicos, elétricos, biológicos e sociais que experienciamos, e a vivência das experiências que amamos é que determinará a nossa qualidade de vida. Por esta razão, todos estão aptos a aprender quando amarem, quando desejarem, quando forem felizes.

Esta relação está pautada sobre os conhecimentos culturais trazidos por cada um, e deste modo, se houver divergências entre estes, haverá também divergências entre os sujeitos.

Libâneo (1994, p. 249, citado por NASCIMENTO & PRATTI, 2011, p. 33) parte da afirmação de que existem dois aspectos na relação professor-aluno:

O aspecto cognoscitivo (que diz respeito às formas de comunicação dos conteúdos escolares e às tarefas escolares indicadas aos alunos) e o aspecto sócio-emocional (que diz respeito às relações pessoais entre professor e aluno e às normas disciplinares indispensáveis ao trabalho docente.

Cabe ao educador, então, fazer bom uso destes dois aspectos, sabendo aplica-los em sala. A prática pedagógica não deve ser pautada apenas na rigidez e na hierarquia da sala de aula, mas deve conter traços do aspecto sócio-emocional para que a transmissão do conhecimento seja dinamizado.

Segundo Vygotsky (2003, p. 75, citado por NASCIMENTO & PRATTI, 2011, p. 33), “no processo de educação, o professor deve ser como os trilhos pelos quais avançam livres e independentemente os vagões, recebendo deles apenas a direção do próprio movimento.”. Enquanto sujeito educador, o professor não deve passar o conhecimento para o aluno unicamente, mas despertar nele a vontade de saber mais, incentivando-o a ir em busca do saber.

Para Bom Sucesso (2000, p.103, citado por NASCIMENTO & PRATTI, 2011, p. 34):

A sala de aula é um espaço rico para o desenvolvimento da inteligência intrapessoal. O professor deve contribuir e estimular a reflexão sobre atitudes, condutas ajudando a reconhecer valores e crenças indispensáveis ao comportamento ético, responsabilidade e respeito necessário a vida em sociedade.

2.3 A Teoria de Wallon

Henri Wallon obteve graduação em medicina e psicologia, e chegou a cursar Filosofia. Ao longo de sua vida, dedicou-se aos conhecimentos da infância e aos caminhos da inteligência na criança. Em sua teoria do desenvolvimento, elenca que o desenvolvimento pessoal acontece através das interações com o ambiente, combinados ao conhecimento que já trazem consigo. Segundo Mahoney e Almeida (2005), “Wallon afirma que o estudo da criança exige o estudo do meio ou dos meios em que ela se desenvolve.”.

A teoria psicogenética de Henri Wallon oferece uma importante contribuição para a compreensão do processo de desenvolvimento, e também contribuições para o processo de ensino-aprendizagem; promove meios de compreender o aluno e o professor, e suas interações.

A teoria de desenvolvimento de Wallon pode promover uma melhor compreensão do professor sobre as possibilidades do aluno no processo de aprendizagem, fornecendo meios para que o processo de ensino se dê em condições favoráveis. Assim, o aluno desenvolve a habilidade aprender novos conteúdos e desenvolver novas ideias e valores.

Entendemos, aqui, que o meio é fator indispensável ao ser vivo. Para confirmar a afirmação, usamos das palavras de John Donne (1572-1631), poeta inglês: “Nenhum homem é ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra”. Assim, podemos observar a importância do outro na formação do indivíduo, vendo-nos como parte integrante de um todo.

Para Wallon (1975, p. 164, citado por MAHONEY & ALMEIDA, 2005, s.p.),

O meio é um complemento indispensável ao ser vivo. Ele deverá corresponder a suas necessidades e as suas aptidões sensório motoras e, depois, psicomotoras. Não é menos verdadeiro que a sociedade coloca o homem em presença de novos meios, novas necessidades e novos recursos que aumentam possibilidades de evolução e diferenciação individual.

Em seus estudos, Wallon determina cinco estágios do desenvolvimento do indivíduo, e iremos tomá-los para explicitar a relação do educador com o educando. Apresentaremos, aqui, propostas de ação por parte do professor em cada estágio do desenvolvimento proposto por Wallon. São eles:

- Impulsivo-emocional

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