O Lúdico Como Incentivador Processo Aprendizagem
Por: Sara • 22/3/2018 • 5.008 Palavras (21 Páginas) • 528 Visualizações
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do Infantil III do Núcleo de Educação e Desenvolvimento Infantil Nova Metrópole em Caucaia-CE. A relevância desse projeto sobre a importância do emprego de atividades lúdicas alinhadas com o conteúdo a ser apresentado em sala, vem contribuir na análise sobre estas práticas pedagógicas e como elas são necessárias na formação dos docentes. Além disso, perceberemos que essa ação proporciona um melhor nível de interação e satisfação entre crianças e professores.
Dessa maneira, este artigo tem como objetivo principal compreender a utilização do lúdico como um incentivador do processo ensino-aprendizagem na referida escola e como objetivos específicos: identificar de que maneira o lúdico entra no planejamento do professor; identificar quais as práticas lúdicas são empregadas pelo professor durante as aulas; descrever a participação dos alunos durante uma aula convencional e descrever a participação dos alunos durante uma aula utilizando o lúdico.
Ludicidade como prática pedagógica
Considerando que a Ludicidade é a forma plena de vivência das experiências (LUCKESI, 1998), é fundamental este estudo por parte dos docentes, pois é a linguagem mais expressiva da criança, sendo natural para sua compreensão e interação. Frequentemente, nos deparamos com o desmerecimento para com este tema e as várias interpretações e estudos que dele derivam. Todavia, a Ludicidade não se restringe somente aos jogos, brincadeiras ou divertimentos, indo muito além desses, pois, como já citado, trabalha o envolvimento total em vivências que se desenvolvem e formulam os aspectos, físico, emocional, social e cognitivo da criança.
Outros autores como (FREUD, 1915; LACAN, 1979, apud MRECH, 2012, p. 161), vem reforçar esse assunto quando dizem que o uso de atividades lúdicas é “uma das formas de revelar os conflitos interiores da criança”. Filósofos, como DEWEY (1924, apud AMARAL, 2012, p. 99) concordam que as atividades lúdicas favorecem o desenvolvimento de várias habilidades na criança, pois elas observam atentamente e deste modo fixam na memória e em hábitos muito mais do que se elas simplesmente vivessem indiferentemente todo o colorido da vida ao redor.
Consequentemente, enquanto jogos imitativos são de grande valor educacional de modo a ensinar a criança a observar seu meio e alguns dos processos necessários ao seu desenvolvimento, se o meio não for bom, a criança aprende maus hábitos e maneiras erradas de pensar e julgar. Tais modos são muito difíceis de corrigir, porque foram fixados ao serem vivenciados em situação de brincadeira.
A educação lúdica, na sua essência, além de contribuir e influenciar na formação da criança e do adolescente, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integra-se ao mais alto espírito de uma prática democrática enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação franca, criativa, livre, crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio (ALMEIDA, 1994, p.41).
O lúdico como método pedagógico prioriza a liberdade de expressão e criação. Por meio dessa ferramenta, a criança aprende de uma forma menos rígida, mais tranquila e prazerosa, possibilitando o alcance dos mais diversos níveis do desenvolvimento. Cabe assim, uma estimulação por parte do
adulto/professor para a criação de ambiente que favoreça a propagação do desenvolvimento infantil, por intermédio da ludicidade.
A ludicidade no processo ensino-aprendizagem
Segundo MORETTO (2007, p.100), existe, ainda, a crença que a experiência do professor já é suficiente para ministrar aulas com competência. Professores com este pensamento ignoram a função do planejamento bem como, a sua importância. Outro aspecto que vem influenciando o ato de planejar são os materiais didáticos ou as instruções metodológicas para os professores que acompanham estes materiais.
O ensino é uma importante ferramenta na construção da aprendizagem. É através da exploração que a criança expande seus pensamentos e aprendizados, adjunto à observação e investigação do mundo. Quanto mais a criança explora as coisas do mundo, mais ela é capaz de relacionar fatos e ideias, tirar conclusões, ou seja, mais ela é capaz de pensar e compreender. A criança processa o conhecimento através da exploração concreta do elemento. Ou seja, a criança absorve qualquer tipo de informação, contribuindo assim para uma maior carga de experiências e conhecimentos para seu desenvolvimento cognitivo.
Aprendizagem é toda atividade cujo resultado é a formação de novos conhecimentos, habilidades, hábitos naquele que a executa, ou a aquisição de novas qualidades nos conhecimentos, habilidades, hábitos que já possuam. O vínculo interno que existe entre a atividade e os novos conhecimentos e habilidades residem no fato de que, durante o processo da atividade, as ações com os objetos e fenômenos formam as representações e conceitos desses objetos e fenômenos (GALPERIN, 2001[d], p.85).
A educação por meio do lúdico possibilita um favorável crescimento da criança, investindo numa elaboração íntegra do conhecimento infantil. Enquanto joga e brinca, podem ser recriados conceitos cotidianos, compreendendo, encenando, reelaborando a realidade, contribuindo assim para uma maneira melhor de se relacionar com o outro e desenvolvendo sua identidade e autonomia.
O professor e a ludicidade
Muito se fala em dar a vez ao aluno, às suas vivências e necessidades. Percebe-se até em alguns educadores o conflito entre o desejo de mudar e o medo de se aventurar por caminhos ainda não percorridos. Mas o que se pode observar, no cotidiano escolar, é que a escola continua “fechada” e voltada à manutenção de “verdades” arraigadas em uma pedagogia tradicional. (BENEDET, 2001).
Conforme o que estudamos, as concepções dos professores baseiam-se em estereótipos e preconceitos, ligados ao senso comum, elaborados ao longo de um processo histórico.
Segundo BENEDET (2001, p.53), mesmo submissos às determinações superiores, muitas vezes os professores tentam sutilmente minar essas imposições, como forma de defesa contra uma estrutura educacional que diz que tudo o que fazem é errado. Porém, o medo do desconhecido, da mudança e das pressões internas não os deixa ir além, pois a mudança exigiria a disposição de rever o conjunto de crenças que lhes servem como referência à sua prática pedagógica. Instala-se então a frustração. Uma das formas de defesa contra a sua permanente frustração é a
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