Olhares e Leituras Contextualizadas em Espaços Culturais

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tempo e espaçohumano. (CAVASSIN, 2008, p.49)

O teatro quando considerado como arte se liga de maneira profunda à história da humanidade e se transforma num grande instrumento de comunicação envolvendo em sua expressão elementos como literatura e oratória. Não é à toa que no passado, em diferentes momentos da história, o teatro foi utilizado como grande forma de persuasão e influência á serviços da propagação de uma ideologia. Basta lembrar de gregos, romanos, da inquisição e do renascimento para se notar tamanha importância.

Quando inserido na educação promove efetivamente o desenvolvimento das faculdades intelectuais. Para Miranda; Elias; Faria; Silva e Felício (2009) a importância do teatro na educação e na história da humanidade gera reflexões:

O questionamento que se levanta em torno da função e da importância de se utilizar o teatro na escola faz com que haja a necessidade de abordamos, de modo geral, os aspectos mais relevantes a respeito dessa arte, quanto à definição e à evolução do teatro no decorrer dos tempos. A bem da verdade, entendemos que conhecer a definição e a trajetória histórica do teatro já se constitui um caminho para a compreensão da importância e da função desse instrumento dentro do espaço escolar. O teatro, etimologicamente, é de origem grega, nasceu no século V a.C., como culto ao deus Dionísio. Significava lugar onde as peças eram encenadas e apreciadas pelo público. A primeira ideia que se teve do teatro é que ele era um edifício, constituído de um palco, lugar destinado à apresentação das mais diversas peças e para uma plateia. Posteriormente, o teatro passou a designar não só o espaço físico, mas também a arte da interpretação. (MIRANDA; ELIAS; FARIA; SILVA e FELÍCIO, 2009, p.172)

Como se nota, o teatro representa uma grande contribuição tanto para a área artística como para a área da educação. Possibilitando leituras e releituras do passado e presente e contribuindo para o conhecimento e formação do aluno e espectador. Neste contexto, pode se resumir que o teatro está presente há séculos em nossa sociedade e tem sido utilizado como fonte educativa por todas as civilizações. Por esta importância que ao analisarmos uma peça teatral, deve-se notar suas contribuições positivas e até negativas para a sociedade que se insere.

3 Observações da Peça Teatral: “O meu coração de giz e a rainha Maria Beatriz”

O resumo da peça a seguir foi feito no auditório “Professora Josefina Meloni” anexo à Secretaria de Educação de Jacutinga (MG). Local amplo com belas instalações de áudio e vídeo, cadeiras confortáveis e um palco feito em madeira que proporciona uma bela acústica para seus ouvintes e espectadores. Este loca foi criado especialmente para proporcionar aos alunos de Jacutinga (MG), a capacidade de mostrar suas habilidades teatrais, assim como receber palestras, oficinais, mesas redondas e peças profissionais de teatro. O espaço comporta mais de 200 pessoas sentadas e possui também acesso à estacionamento, banheiros e bebedouros.

No último dia 01 de novembro de 2016, o Colégio Aplicativo, instituição particular, promoveu a comunidade de Jacutinga, uma apresentação de teatro com seus alunos, demonstrando que é possível envolver arte e educação de forma simples e objetiva. Com grande participação e dedicação por parte dos alunos e dos organizadores, um cenário simples e ao mesmo tempo lindo, a peça foi muito aplaudida e mesmo tendo público limitado, devido ao comportamento do local, o Colégio Aplicativo mostrou a peça (aqui de forma resumida) da seguinte forma e seguidas das imagens anexas posteriores:

O Meu Coração de Giz e a Rainha Maria Beatriz

Quatro herdeiros de um grande reino receberam uma herança dividida de forma desigual: O primogênito Boris recebeu a maior parte na qual criou gado para vender a carne; Natasha recebeu uma parte menor que a do filho mais velho, onde tinha o rio verde; Safira recebeu uma parte menor que a da filha mais velha, onde ganhava dinheiro com pedras preciosas; a última filha Catarina, por sua vez, recebeu a menor parte e distante dos demais, onde cultivava rosas e algodão. E como as rosas e o algodão se davam tão bem, cresceram juntos.

Cada herdeiro foi cuidar de seu reino até que uma praga alcançou-os, acabando com tudo o que havia nele. A Rainha Catarina acolheu seus irmãos em seu castelo, pois seu reino não foi atingido.

A Rainha Catarina era sozinha, sem esposo ou filhos, apenas os criados a acompanhavam: Bobo da corte e seus aprendizes, cozinheiras, costureiras, Amapola, entre outros. Dois desses criados eram apaixonados: a cozinheira Maria Beatriz e o bobo da corte Abelardo, um sonhador, sonhava em voar.

Com os anos se passando e sem herdeiros, os irmãos discutiam quem seria o sucessor de Catarina. Essa, por receio de algum deles tomar o seu reino após sua morte, já que estava doente, mudou a linha de sucessão: quis escolher entre as camponesas uma para lhe suceder.

Para cada uma das camponesas, Valentina entregou uma gaiola com pássaros para que cuidassem dos mesmos. A que melhor cuidasse seria sua sucessora. Os dias se passaram e a Rainha convoca as camponesas para apresentarem suas gaiolas. Todas continham lindos pássaros e muito bem cuidados, menos Maria Beatriz. O pássaro dela havia morrido. A Rainha ficou contente e anunciou que sua sucessora seria Maria Beatriz, pois foi a única que tinha sido honesta, já que todos os pássaros estavam envenenados e as candidatas à sucessão trocaram o pássaro morto por outro saudável.

A Amapola ficou irada com a Rainha Catarina, pois julgava que ninguém seria melhor sucessora do que ela. Então fez uma profecia para Maria Beatriz: “Quando estiveres feliz, a pessoa que ama terá o que sempre quis.”

A Rainha Catarina faleceu, Maria Beatriz foi coroada rainha e a profecia se cumpriu: Abelardo conseguiu voar em um lindo balão.

“Todo grande amor só bem grande ser for triste.”

Vinícius de Moraes

4 Conclusão.

A