INDISCIPLINA EM SALA DE AULA: COMPREENSÃO E POSSIBILIDADES DE ENFRENTAMENTO DO PROBLEMA
Por: SonSolimar • 17/2/2018 • 5.753 Palavras (24 Páginas) • 393 Visualizações
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de preceitos ou normas. 5. Submissão a um regulamento. (...) (FERREIRA, 2010, p.723)
Quando se fala de indisciplina na sala de aula, o conceito de disciplina almejado pelos professores está intimamente ligado às relações de subordinação do aluno. VASCONCELOS (2000, p.39), afirma que:
O conceito de disciplina associando à obediência está muito presente no cotidiano da escola, mais ou menos conscientemente; isto porque há uma verdadeira ‘’luta de classe’’, onde o professor está procurando sobreviver, num contexto de tantos desgastes. O trabalho do educador é estressante, ele procura um pouco de paz para poder respirar; daí esperar o comportamento dócil, passivo do aluno.
É diante dessa perspectiva que as escolas buscam manter os alunos disciplinados. A problemática da indisciplina tem ocupado um espaço cada vez maior no cotidiano escolar indiferente do meio socioeconômico em que está inserida. FOUCAULT (1997 p. 126-127) entende disciplina como:
Os métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo, que realizam a sujeição constante de suas forças e lhes impõem uma relação de docilidade- utilidade. [...] A disciplina aumenta as forças do corpo (em termos econômicos de utilidade) e diminui essas mesmas forças (em termos políticos de obediência).
È a partir desse conceito que as escolas tentam manter os seus alunos disciplinados, utilizando políticas públicas, projetos que envolvam a família na tentativa de amenizar essa temática. Estas definições podem ser entendidas de diversas formas. É possível entender que disciplinável é aquele que se deixa submeter, de modo passivo ao um conjunto de regras normativas geralmente estabelecidas sem questionar. O indisciplinado é aquele que manifesta rebeldia, não acata e não submete a regras não se acomoda provocando rupturas e questionamentos.
Segundo (Foucault,1998), a indisciplina é uma técnica de exercício de poder, não inteiramente inventada, mas elaborada em seus princípios fundamentais durante o século XVIII. Historicamente as disciplinas existiam há muito tempo, na Idade Média e mesmo na Antiguidade. Os mecanismos disciplinares são, portanto, antigos, mas existiam em estado isolado, fragmentado, até os séculos XVII e XVIII, quando o poder disciplinador foi aperfeiçoado como uma nova técnica de gestão dos homens.
Após consultar essa obra foi possível perceber que indisciplina existe desde a antiguidade, mas que nos últimos tempos vem se agravando de forma desordenada, deixando os pais e professores sem ação.
PARRAT-DAYAN salienta que:
Em geral o conceito de indisciplina é definido em relação ao conceito de disciplina, que na linguagem corrente significa regra de conduta comum a uma coletividade para manter a boa ordem e, por extensão, a obediência à regra. [...] Assim, o conceito de disciplina está relacionado com a existência de regras; e o conceito de indisciplina, com a desobediência a essas regras. (2009, p. 18)
Diante disso percebe-se que a indisciplina é um ato que muda de acordo com os valores e princípios que norteiam cada escola, em seu conjunto de regras e regulamentos está expressa a ordem que deve ocorrer na mesma, e tem ocupado um espaço cada vez maior no cotidiano escolar, propagando em todos os tipos de instituições mantenedora como: (pública, comunitária ou privada) e de localização geográfica diferenciada, ou seja, centro ou periferia, capitais ou no interior, urbanas ou rurais. Esses problemas vêm desencadeado doenças ocupacionais como: (desgastes nas cordas vocais, auditivos devido à exposição aos sons acima do limite, tendões sobrecarregados e músculos cansados por estarem em pé por horas seguidas, movimentos repetitivos para apagar a lousa, estresse e outros) e até mesmo abandono da profissão por parte do professor, devido às agressões verbais e físicas que vem sofrendo no dia-dia.
Neste artigo, usa-se o conceito de indisciplina para nomear aqueles comportamentos que infrinja regras estritamente escolares, as quais buscam de modo mais imediato assegurar as condições necessárias à realização do trabalho pedagógico. Esse conceito certamente envolve alguns comportamentos que violam normas sociais mais gerais, de fundo ético-social e que servem para satisfazer a convivência entre os sujeitos no ambiente escolar. Contudo, tais comportamentos não chegam a impactar o foro da violência, uma vez que não se observa neles qualquer intenção de causar danos materiais aos sujeitos ou alguma capacidade de acertá-los em sua integridade física, psicológica ou moral.
1.1 Os fatores causadores da indisciplina escolar
Para entendermos a problemática da indisciplina no ambiente escolar é preciso analisar e discutir os fatores que vêm causando esse problema na escola. Vasconcelos (1995) afirma que esse fator está ligado com o relacionamento familiar, sociedade, escola, professor e com os alunos.
De acordo com (AQUINO 1994) a família é entendida como o primeiro contexto de socialização, exercendo grande influência sobre a criança e ao adolescente. A atitude dos pais e suas práticas de criação e educação são aspectos que interferem diretamente no desenvolvimento individual, e consequentemente influenciado o comportamento das crianças na escola. Serão analisados três estilos de práticas educativas.
Chamam de “pais autoritários” aqueles que, além de serem pouco comunicativos e afetuosos, são bastante rígidos, controladores e restritivos quanto ao nível de exigência de seus filhos. [...]. Em contrapartida, os “pais permissivos” valorizam o diálogo [...] e o afeto. São pais que têm enorme dificuldade em exercer algum tipo de controle sobre a criança. Consequentemente são bastante tolerantes e até mesmo indulgentes em relação aos desejos, atitudes e impulsos infantis. Normalmente diante de uma situação de conflito, teimosia ou birra não estabelecem limites e parâmetros [...]. Os “pais democráticos”, por sua vez parecem conseguir um maior equilíbrio entre a necessidade de controlar a dirigir as ações infantis. (AQUINO, 1996 pg.97):
Diante dessa perspectiva fica evidente a importância de situar cada caso para entender e analisar que tipo de influência a família tem no comportamento do filho no ambiente escolar. Geralmente os pais democráticos estimulam o amadurecimento, o respeito, a independência e a liberdade de cada criança. CURY (2008, p.130) afirma que:
A liberdade que o jovem precisa está intimamente relacionado com a sua autonomia e independência, e essas precisam ser conquistada. A
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