Prestígio e Hierarquia Escolar: Estudo de caso sobre diferenças entre escolas em uma rede municipal
Por: Kleber.Oliveira • 18/12/2017 • 832 Palavras (4 Páginas) • 616 Visualizações
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4)O autor identificou uma característica comum entre as três escolas de alto prestígio estudadas, um longo tempo de gestão de suas diretoras. Todas estavam há, no mínimo, 16 anos ocupando a função, ao passo que nas outras escolas as direções estavam, no máximo, há quatro anos no cargo. A maior rotatividade parece ser uma marca dessas escolas de baixo prestígio, também entre o corpo docente, ao passo que nas escolas mais privilegiadas há equipes estáveis, ou núcleos centrais das equipes com vários anos nessas mesmas escolas. Em duas das escolas menos privilegiadas, em nenhum momento encontramos algo que sugerisse um ambiente escolar ‘positivo’ ou o orgulho de pertencimento à escola. São escolas que nos pareceram bastante desagregadas, com docentes e funcionários cumprindo cada um sua tarefa, sem a presença de esquemas aglutinadores e, sobretudo, sem a presença de um sentido ou projeto coletivo que atribuísse sentido superior ao que é feito. Aparentemente, cumpre-se nelas o que é determinado por instâncias superiores, mais ou menos precariamente.
5)Os chamados ‘círculos viciosos’ e ‘círculos virtuosos’ são fielmente estudados pelos pesquisadores que trabalham com a educação das elites. A imagem externa de uma escola seria um elemento que proporciona competição pelo acesso a ela, o que permite algum tipo de seleção por parte de sua burocracia, no caso de imagens valorizadas. Na contramão, uma imagem externa negativa relega o acesso a tais escolas àqueles providos de menos recursos competitivos ou de menores aspirações no campo educacional. Além disso, no plano interno, essa imagem favorece que atitudes positivas ou negativas sejam adotadas pelos diferentes autores, constituindo um elemento cultural relevante que comporia os ‘círculos’ mencionados. Uma possível explicação para a reversão de tal força inercial, quando no caso de um ‘círculo vicioso’, estaria no empuxo de uma figura carismática, conforme os relatos colhidos informam sobre a trajetória de duas escolas de alto prestígio de nosso estudo. Retornamos, assim, ao papel da liderança escolar, mas não necessariamente em um modelo de causalidade circular, dado que o elemento disparador, em termos históricos, parece estar no plano dos agentes envolvidos.
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