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Educação infantil

Por:   •  23/1/2018  •  1.491 Palavras (6 Páginas)  •  302 Visualizações

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Também me lembro de que havia aulas de “reforço”, mas que não eram ministrados por professores mais por alunos considerados mais inteligentes, uns ensinando os outros.

Porém, apesar dos métodos rígidos, os alunos respeitavam o professor. Sempre gostei muito de ler, e isso me ajudou muito em todas as séries.

Nas primeiras séries, com a leitura, eu descobria novos lugares, fantasiava pessoas, fatos e momentos; nas séries de ensino fundamental e médio a leitura me auxiliava na realização de trabalhos e projetos, e até hoje a leitura é de extrema importância para o meu desenvolvimento.

Mas voltando para a história da minha formação; os anos foram passando, com eles muitos professores, alguns me deixaram marcas boas, que gosto de lembrar, outros nem tanto. Alguns me motivaram, confiaram em mim, outros me desanimavam com suas atitudes. Algumas aulas eram legais, outras monótonas, mas cada uma contribuiu da sua maneira para o meu aprendizado.

Chegou minha adolescência, período difícil, cheio de descobertas, anseios, mudanças físicas e psicológicas, não tinha muita liberdade de falar sobre isso com minha mãe, pois, apesar de ser muito atenciosa, carinhosa e dedicada, minha mãe era também muito rígida, não pensava duas vezes se tivesse que nos corrigir. O que aprendi em relação a essas mudanças físicas foi com amigas e minhas irmãs. Cada dia tinha uma novidade, uma curiosidade, uma verdadeira mistura de sentimentos.

Agora chegaram algumas dificuldades, teria que estudar à noite, pois a escola onde estudava era pequena e a 5ª série só tinha no período noturno, e isso trouxe alguns obstáculos pra mim, pois tinha apenas 11anos, ainda uma criança. Minha mãe que sempre me incentivou a estudar ficava me esperando chegar nos primeiros dias, depois voltava com algumas colegas que moravam próximos à minha casa, ela já não me esperava mais, na varanda da nossa casa.

Quando eu estava na 7ª série um professor nos perguntou sobre qual profissão gostaríamos de ter, onde cursaríamos o primeiro ano do 2ª grau, se este seria normal ou técnico. Teríamos que ir para outra escola, visto que onde estávamos não tinha o 2º grau. Foi aí que decidi, ia trabalhar para sustentar meus estudos e cursaria o Técnico.

Quando me formei na 8ª série, estava com 14 anos e já trabalhava no Hospital da minha cidade e podia custear meus estudos, pois o Técnico era pago, fiz o 2º grau, como Técnico em Contabilidade, em uma escola particular.

Confesso que no primeiro ano tive muita dificuldade, pensei que reprovaria, pois o ensino que tive até então foi muito “fraco” em relação ao que estava aprendendo agora. Eram muitas informações, muito conteúdo novo e ao mesmo tempo, teorias, conceitos que nunca tinha ouvido falar. Tinha muitos trabalhos, provas, distribuídos em onze aulas diárias. Havia muita leitura, muitas contas de matemática para solucionar, não estava acostumada a ler tanto e nem a estudar tanto.

Outra dificuldade que tive foi ter que falar, participar das discussões, pois até então era apenas uma aluna ouvinte/receptora de conhecimento, o máximo que podia era tirar alguma dúvida. Não tinha espaço para criticar, questionar, discordar, sugerir.

Mas consegui enfrentar meus medos, minhas ansiedades e me formei em Técnico em Contabilidade, com a idade de 17 anos. Tinha muitos planos, mas como nem tudo na minha vida foi fácil foi necessário abandonar os sonhos e viver a realidade. Casei-me, tive minhas filhas e hoje volto a estudar em uma Universidade Federal, tenho comigo uma bagagem da época que estudei que me garantiu chegar até aqui.

Apesar das dificuldades enfrentadas a maioria das lembranças do meu processo de alfabetização é boa, e sou muito grata a todos os professores e responsáveis da escola que fizeram a diferença e tiveram uma participação de extrema importância no meu desenvolvimento, e para finalizar, gostaria de dizer que essas questões não me prejudicaram no meu desenvolvimento escolar, pois nunca repeti de série na escola, e, sobretudo me fortaleceu para continuar buscando meios para continuar a acreditar na educação em nosso país, pois

só tenho a agradecer os professores que passaram por minha vida e os ensinamentos que me deram.

Referências Bibliográgicas:

Alfabetização: conceito e uma breve reflexão sobre a história da escrita – Kelli Damer Pogorzelski(Unicentro)kellidamer@hotmail.com -Michelle Fernandes Lima (Unicentro) mfernandeslima@yahoo.com.br

Aproximações entre a concepção de Alfabetização de Paulo Freire e os novos estudos sobre letramento – Maria do Socorro Alencar Nunes Macedo-Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)-socorronunes@terra.com.br

AMARAL, C. W. Alfabetizar para quê? Uma perspectiva crítica para o processo de alfabetização.Campinas. São Paulo. Komedi, 2001.

BARBOSA, J.J. Alfabetização e Leitura. São Paulo: Cortez, 1992.

CAGLIARI, L.C. Alfabetização sem o ba-bé-bi-bó-bu: Por um construtivismo não psicogenético. In: III -Congresso Paranaense de Alfabetização. São Paulo.

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