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O ENSINO DA ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL, UMA VISÃO PSICOPEDAGÓGICA

Por:   •  25/12/2018  •  3.277 Palavras (14 Páginas)  •  570 Visualizações

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[...] assim como uma árvore frutífera pode se desenvolver por si mesma, mas ainda silvestre e dando frutos também silvestres; é preciso que, se devem dar frutos agradáveis e doces, seja plantada, regada e podada por um agricultor experiente. Do mesmo modo, o homem desenvolve-se por si próprio em sua figura humana.” (COMENIUS, 1997, p. 45).

Já sabemos que aprendemos desde a vida intrauterina e que este processo só acaba com o fim do nosso percurso na história da existência. É na primeira infância, idade que varia de zero a seis anos, que a criança começa a conceder significados aos objetos ao seu redor, em primeiro momento, a partir das percepções e experimentação do meio em que vive. Um dos pontos iniciais para o desenvolvimento da aprendizagem é a aquisição da linguagem que no interagir social é instrumento que possibilita a uma determinada sociedade construir sua cultura. Assim, ao se pensar em desenvolvimento e aprendizagem Vygotsky, teórico sócio-interacionista que construiu a teoria do desenvolvimento e aprendizagem baseada na interação social do indivíduo com o meio onde habita, resultando no processo sócio-histórico de saberes acumulados, podemos então dizer que a linguagem que não é necessariamente vocal pode ser expressa por mímicas, sons , representações entre outras. Essa forma de comunicação, nada mais é do que arte imbuída de significados lúdicos que se aprende nessas interações sócios- culturais desde o início da vida das crianças.

“A linguagem é fundamental, não só para a construção de um nível de cada vez mais elevado de pensamento, mas mesmo para a estruturação de outros atos motores. Não podendo falar, o recurso da criança para agir com o mundo são as sensações e os movimentos corporais.” (FREIRE, 1997, p.31).

A educação pela arte possibilita a criança agir no mundo; possibilita também, adquirir capacidade crítica em relação aos valores impostos estimulando sua capacidade intelectual para impulsionar ideias e ações autônomas. Esta educação presente em todos os momentos da rotina escolar na educação infantil, sejam elas com cantos, expressões ,dança ou outro tipo de representação torna o processo de ensino-aprendizagem prazeroso e mais significativo no mundo infantil.[pic 10][pic 11]

O processo de aprendizagem se dá, não somente ao campo visual, mas primeiramente em sentir o que está próximo e na busca de simbolizar essas descobertas. Desde o seu ingresso na educação infantil, a criança usa o desenho e as brincadeiras simbólicas para representar sua realidade. O desenho aparece na infância com um dos primeiros registros da sua percepção de mundo e também na humanidade como um meio de comunicação entre os homens. Na faixa etária de dois a três anos a criança rabisca e constrói seus significados. Ela imagina, fantasia, cria na mente o que tentou desenhar, assim, para as crianças o desenho é uma forma de linguagem, como é também a arte.

“Para a criança, brincar e desenhar são atividades importantes que a envolvem por inteiro e a fazem viver intensamente esses momentos, criando e recriando a realidade” (SANS,1995,p27).

Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), a criança de alguma forma expressa o que sente ou o que vê através do desenho, da música, da dança ou do teatro. A arte tem como objetivo ajudar a criança a se desenvolver livremente, a estimular a criatividade e a expressão. A arte desenvolve o pensamento artístico, deixando o particular dar sentido às experiências do exterior, onde a criança aumenta a sensibilidade, a percepção, a reflexão e a imaginação. A criança sem o conhecimento das artes tem uma aprendizagem limitada escapando o faz-de-conta, as cores do seu mundo, os gestos e as luzes (BRASIL, 1977).

“A escola é a instituição por excelência responsável em construir junto com os indivíduos uma aprendizagem formal e também responsáveis em colocar os indivíduos em contato com os sentidos que circulam a cultura da sociedade, para fazer com que eles conheçam as múltiplas significações e as compreenda.”( Duarte, Jr, 1981,p.93). [pic 12]

Para o educador a importância de conduzir o aluno mediando o contato com a cultura e o saber pronto a ser construído, é a certeza de junto com os alunos experiênciar o belo, o verdadeiro sentimento ,que terá produzido aprendizagens que resultem em ações no seu contexto social, provocando mudanças, redefinindo valores em seu meio.

3. A ARTE PERMEANDO OUTRAS DISCIPLINAS

A interdisciplinaridade ocorre quando, ao tratar de um assunto dentro de uma disciplina, você lança mão dos conhecimentos de outra. (CAVALCANTI,2008).[pic 13]

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[pic 15]

Em artes a interdisciplinaridade é facilmente entrelaçada, pois como linguagem está presente em quase todas as ações pedagógicas principalmente na Educação Infantil onde a divisão das disciplinas é pouco percebida porque as atividades neste contexto tratam os conteúdos e procedimentos pedagógicos de forma global para atender as especificidades envolvidas na didática lúdica para esta faixa etária. Assim os temas transversais citados nos PCN’s, contribuem para a interdisciplinaridade como a interdisciplinaridade contribui para os temas transversais, característica bem presente nos procedimentos pedagógicos na Educação Infantil. Os conteúdos neste contexto são trabalhados em blocos, para maior organização, então hora o foco está em uma área, hora em outra. Segundo Cavalcanti (2008), a interdisciplinaridade não que dizer que tudo que se trabalha tem que ser globalizado, também tem que fechar o conteúdo, para não cansar o aluno na sua aprendizagem. É de extrema importância avaliar durante o ano como utilizar a interdisciplinaridade sem exageros. Ao logo do planejamento, com a evolução das crianças pode-se estimular para outras áreas do conhecimento não fugindo do seu objetivo.[pic 16]

4. A ARTE COM O FAZER LÚDICO UMA VISÃO PSICOPEDAGÓGICA

“O brincar como um modo de ser estar no mundo; o brincar como uma das prioridades de estudo nos espaços de debates pedagógicos, nos programas de formação continuada, nos tempos de planejamento; o brincar como uma expressão legítima e única da infância; o lúdico como um dos princípios para prática pedagógica; a brincadeira nos tempos e espaços da escola e das salas de aula; a brincadeira como possibilidade para conhecer mais as crianças e as infâncias que constituem os anos/séries iniciais do ensino fundamental de nove anos”. (PCNS,Brasil, 2006,

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