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A MÚSICA COMO RECURSO DIDÁTICO FACILITADOR NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por:   •  25/9/2018  •  4.971 Palavras (20 Páginas)  •  575 Visualizações

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Buscando uma melhor percepção sobre a música no contexto da Educação Infantil, partiu-se o interesse de trabalhar o seguinte tema no estudo: A Música no Processo de Ensino e Aprendizagem. E para que esta temática fosse melhor compreendida delimitou-se a mesma em: A música como recurso didático facilitador do processo de ensino e aprendizagem na Educação Infantil.

Para melhor conhecimento do tema do ponto de vista científico foi necessário problematizá-lo da seguinte maneira: Quais as contribuições da música como recurso didático no processo de ensino e aprendizagem na Educação Infantil? A partir desta problematização necessitou-se também responder outras questões, que serviram para nortear o estudo: O que é a música como recurso didático? Qual a relação entre música e aprendizagem? Quais músicas são utilizadas na educação infantil? Por que o uso da música no processo de ensino e aprendizagem é um excelente recurso didático para ser aplicado na Educação Infantil?

Para tanto, o referido estudo teve como seu objetivo geral: Investigar a música como recurso didático no processo de ensino e aprendizagem. E como objetivos específicos: Caracterizar a música como recurso didático; Identificar os aspectos favoráveis que a música traz como recurso didático; Analisar o uso da música nas diversas atividades pedagógicas da Educação Infantil; e, Verificar as contribuições que a música pode proporcionar no desenvolvimento das crianças na Educação Infantil.

Como recurso didático a música na sala de aula cria várias possibilidades de vivência de diversas atividades para se trabalhar com os educandos sendo uma atividade indispensável no processo de desenvolvimento da criança, pois auxilia no seu desenvolvimento cognitivo e, por isso, deve ser valorizada no ambiente escolar.

Nesse sentido, este trabalho se justifica na medida em que procura demonstrar a importância da música no processo de ensino-aprendizagem das crianças. Isso vale tanto para as atividades escolares quanto para todas as outras atividades desenvolvidas para e com a criança.

Como suporte teórico o trabalho foi fundamentado em autores como: BRITO (2003), GONZALEZ-MENA (2015), BRÉSCIA (2003), MÁRSICO (1982), CRAIDY (2001), FARIA (2001), RAU (2012), RIZZO (2003) entre outros. Além de ter estudado os pressupostos descritos no Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (RECNEI. BRASIL, 1998).

A monografia encontra-se estruturada em três capítulos: CAPÍTULO 1: REFERENCIAL TEÓRICO (mostrando a música como instrumento do processo ensino e aprendizagem da Educação Infantil), CAPÍTULO 2: METODOLOGIA (explicando o percurso metodológico da pesquisa) e CAPÍTULO 3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS (expondo as discussões dos dados coletados na empiria e interpretados conforme a teoria estudada).

CAPÍTULO 1 REFERENCIAL TEÓRICO

- Educação Infantil: Aspectos Históricas, Legais e Metodológicos

A Educação Infantil nos últimos anos está em grande expansão não somente no Brasil, mas em todo mundo, pois o processo de urbanização e a inserção da mulher no mercado de trabalho levaram a um aumento significativo na demanda por vagas em escolas para as crianças de 0 a 6 anos.

A expansão da educação infantil no Brasil e no mundo tem ocorrido de forma crescente nas últimas décadas, acompanhando a intensificação da urbanização, a participação da mulher no mercado de trabalho e as mudanças na organização e estrutura das famílias. Por outro lado, a sociedade está mais consciente da importância das experiências na primeira infância, o que motiva demandas por uma educação institucional para crianças de zero a seis anos (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. BRASIL, 1998, p. 11)

Do ponto de vista histórico, a educação da criança esteve sob a responsabilidade exclusiva da família durante séculos, porque era no convívio com os adultos e outras crianças que ela participava das tradições e aprendia as normas e regras da sua cultura. Na sociedade contemporânea, por sua vez, a criança tem a oportunidade de frequentar um ambiente de socialização, convivendo e aprendendo sobre sua cultura mediante diferentes interações.

Com o intuito de auxiliar as mulheres que trabalhavam fora de casa e as viúvas desamparadas surgiu no Brasil as primeiras creches, asilos e orfanatos, porém como caráter assistencialista, outro elemento que contribuiu para o surgimento dessas instituições foram as iniciativas de acolhimento aos órfãos abandonados que, apesar do apoio da alta sociedade, tinham como finalidade esconder a vergonha da mãe solteira, já que as crianças “[...] eram sempre filhos de mulheres da corte, pois somente essas tinham do que se envergonhar e motivo para se descartar do filho indesejado” (RIZZO, 2003, p. 37). Numa sociedade patriarcal, a ideia era criar uma solução para os problemas dos homens, ou seja, retirar dos mesmos a responsabilidade de assumir a paternidade. Considerando que, nessa época, não se tinha um conceito bem definido sobre as especificidades da criança, a mesma era “[...] concebida como um objeto descartável, sem valor intrínseco de ser humano” (RIZZO, 2003, p. 37).

Sobre a educação pública no Brasil voltada as classes menos favorecidas só teve início no século XX. Durante várias décadas, houve diversas transformações: a pré-escola não tinha caráter formal, não havia professores qualificados e a mão de obra era muita das vezes formada por voluntários, que rapidamente desistiam desse trabalho (MENDONÇA, 2012). Graças à Constituição de 1988, a criança foi colocada no lugar de sujeito de direitos e a educação infantil foi incluída no sistema educacional.

Nos anos 70, o Brasil assimilou as teorias desenvolvidas nos Estados Unidos e Europa, que sustentavam que as crianças mais pobres sofriam de privação cultural e eram colocadas para explicar o fracasso escolar delas, esta ideia direcionou por muito tempo a Educação Infantil, enraizando uma visão assistencialista e compensatória foram então adotadas sem que houvesse uma reflexão crítica mais profunda sobre as raízes estruturais dos problemas sociais. Isto passou a influir nas decisões de políticas de educação Infantil. (OLIVEIRA, 2002, p. 109). Dessa forma, pode-se observar a origem do atendimento fragmentado que ainda faz parte da Educação Infantil destinada às crianças carentes, uma educação voltada para suprir supostas “carências”, é uma educação que leva em consideração a criança pobre como um ser capaz, como alguém que não responderá aos estímulos

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