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EDUCAÇÃO INFANTIL E O PAPEL DO PEDAGOGO

Por:   •  3/2/2018  •  3.282 Palavras (14 Páginas)  •  449 Visualizações

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As curiosidades das crianças sobre sexualidade são assuntos extremamente significativos, onde podem obter um conhecimento básico sobre as origens de cada um, criando um desejo de saber mais, aparecendo assim suas dúvidas. Respostas para tais curiosidades colaboram para o esclarecimento, incentivando de forma positiva o desenvolvimento da criança ao longo da vida. Porém se essas respostas não forem apropriadas para as suas curiosidades, pode sentir ansiedade e tensão. Uma educação sexual de qualidade é aquela que pode originar constantes reflexões sobre temas coletivos ou individuais.

A sexualidade da criança costuma ter pouca importância do educador, pelo fato de o mesmo desconhecer que a sexualidade envolve as histórias de vida e seus segredos, as emoções e sentimentos, expressos e experimentados por pensamentos, fantasias, desejos, crenças, atitudes, valores, atividades práticas e relacionamentos.

Percebemos educadores vulneráveis, sem orientação e preparo para enfrentar os choques e os desafios relativos à sexualidade das crianças no cotidiano da escola. Muitas vezes os educadores carregam marcas de angústia e constrangimentos a respeito do tema, sentindo-se impossibilitados de transgredir sobre uma consciência que desafia a ordem estabelecida na escola, de reprimir energias inúteis dos hábitos individuais.

Na instituição, a orientação sexual deve ser atribuída a educadores capacitados e preparados para esta função. Devido às transformações corporais e mentais da criança, se faz necessário acompanhamento e orientação adequados para a sua formação integral como indivíduo. A relação da família e da escola no processo de orientação sexual da criança é de grande importância, pois a família é o primeiro lugar de informações, e na escola é onde ela é ensinada e desfaz as possíveis distorções adquiridas em outro ambiente.

Piaget (1977) distinguiu quatro grandes períodos no desenvolvimento das estruturas cognitivas, relacionados ao desenvolvimento da afetividade e da socialização da criança e chamou-os de estádios: estádio da inteligência sensório-motora (entre 0 a 2 anos aproximadamente); estádio da inteligência simbólica (entre 2 a 7-8 anos); estádio da inteligência operatória concreta (7-8 a 11-12 anos); estádio da inteligência formal (a partir dos 12 anos). Trataremos apenas dos dois primeiros estádios, que se encaixa também no tema sexualidade infantil.

O período sensório-motor é de fundamental importância para o desenvolvimento cognitivo. São as primeiras formas de pensamento e expressão; são padrões de comportamento que podem ser aplicados a diferentes objetos em diferentes contextos.

No período pré-operatório realiza a transição entre a inteligência propriamente sensório-motora e a inteligência representativa. Ela ocorre através de transformações lentas e sucessivas. A criança ao atingir o pensamento representativo, precisa reconstruir o objeto, o tempo, o espaço e as categorias lógicas de classes e relações nesse novo plano da representação.

O egocentrismo intelectual é a principal forma assumida pelo pensamento de criança neste estádio. Uma vez que lhe falta a generalidade de um verdadeiro raciocínio lógico, seu raciocínio procede por analogias. A principal aquisição da criança nesse período é o desenvolvimento da função simbólica, conseguido através da capacidade de representação. Nesse estádio a inteligência representativa se manifesta pela reprodução de um modelo. O significante é dissociado do significado, tornando possível a elaboração do pensamento representativo. A criança tem acesso, dessa forma, à linguagem e ao pensamento. Pode elaborar imagens que lhe permitam transportar o mundo para a sua cabeça.

No período entre 2 a 5 anos, a criança adquire a linguagem e forma um sistema de imagens. Porém, a palavra ainda não tem para a criança um valor de conceito. Um pensamento assim dominado pelo simbolismo essencialmente particular, pessoal, e incomunicável, não pode ser um pensamento socializado. Ele não se assenta em conceitos, mas sim em pré-conceitos, que são particulares, tendo seu correlato simbólico próprio à experiência de cada criança.

As etapas do desenvolvimento emocional pelas quais uma criança passa, é algo fascinante. As etapas representam período de passagens que levam ao agrupamento de experiências vividas. Cada etapa é marcada por acontecimentos particulares que desde o início trazem consigo valores bio-fisiológicos, emocionais, afetuosos e intelectuais. O corpo armazena todos os fatos vividos durante a vida, sobretudo na primeira infância, quando as formas que elas acham para se defender ainda são hipotéticas. Quando traumáticos, muitas vezes deixam no corpo marcas irreversíveis e profundas.

A principal instituição social para a criança é a família, devendo este grupo receber condições básicas para a formação social das crianças. A criança possui características próprias e observa o mundo e o comportamento das pessoas que a cerca de uma maneira muito distinta. A criança desde o início de sua vida está em constante e profunda transformação. Inicialmente as respostas são dominadas por processos naturais e é através dos adultos que os processos psicológicos mais complexos tomam forma. Dessa forma a aprendizagem da criança inicia-se muito antes de sua entrada na escola. Ela já está exposta desde o primeiro dia de vida aos elementos do seu sistema cultural, e a presença do outro se torna indispensável para a mediação entre ela e a cultura.

O ser humano nasce e se desenvolve pelo auxílio de suas respostas inatas. Com o passar do tempo ele adquire habilidades que lhe possibilitarão o convívio dentro de uma sociedade.

Os pais são os primeiros educadores sexuais de seus filhos. O ambiente familiar precisa ser o porto seguro da criança para que a mesma se sinta encorajada a conversar sobre temas dos mais simples aos mais complexos como a sexualidade, trazendo para o ambiente suas dúvidas, expectativas e dilemas.

Já no ambiente escolar, a função de passar informações concretas a respeito da sexualidade tem como objetivo esclarecer as distorções aprendidas pelas crianças. Mas apenas ensinar não basta, seria preciso atitudes positivas em relação ao sexo, para que as crianças tivessem percepção positiva sobre sexualidade. A escola deve ter uma visão aberta sobre as expectativas vividas pelas crianças, com a finalidade de desenvolver a busca de informações. Deve reconhecer que a sexualidade na educação é vinculada à vida, saúde, prazer e ao bem-estar. A orientação sexual dentro das escolas, portanto, é da promoção

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