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A violencia simbólica

Por:   •  31/10/2018  •  2.442 Palavras (10 Páginas)  •  234 Visualizações

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[...] o sistema escolar cumpre uma função de legitimação cada vez mais necessária à perpetuação da “ordem social” uma vez que a evolução das relações de foca entre as classes tende a excluir de modo mais completo a imposição de uma hierarquia fundada na afirmação bruta e brutal das relações de força. (BOURDIEU, 2001, p. 311)

Na escola a violência simbólica se consolida não de forma física, muito longe disso, os gestos e símbolos violentos são exercidos numa ordem do maior para o menor socialmente, ou seja, na maioria das vezes o opressor é o que tem a melhor condição financeira, e o oprimido se sente desvalido e aceita a opressão. Essa hierarquia se firma na escola, pois, ela possibilita através da não restrição dessa violência. Ao longo do presente artigo, apresentaremos minuciosamente como a violência simbólica se cria no meio social, destacando uma série de implicações da mesma.

A violência simbólica no ambiente escolar

Não há dúvidas de que nos dias atuais vivenciamos um dos momentos mais importantes do cenário social e cultural, a era da globalização e da expansão social. Tudo isso, são aspectos que colaboram para o crescimento das desigualdades de maneira geral, pois, na medida em que há um desenvolvimento social, também se vê a necessidade de observação da importância da natureza do ser humano, natureza essa que, por um lado reforça as desigualdades e por outro, acaba não percebendo que é responsável por tal problema, denominado de violência simbólica.

A violência simbólica como já vimos, está presente em diversos ambientes e em qualquer classe social, de modo que, na maioria das vezes não percebemos que ela existe, e que acabamos nos transformando em meio a esse tipo de violência, que é reforçada e estruturada pelo fortalecimento de uma cultura imposta pelos dominantes aos dominados, uma verdadeira opressão. A partir de leituras feitas do livro “Pedagogia do Oprimido” de Paulo Freire, percebemos uma cultura onde existe uma demonstração maior de opressores, estes, que se sobressaem sobre os oprimidos. A violência simbólica pode acarretar numa série de contribuições para a expansão dessa cultura, e o pior, isso acontece com bastante frequência no âmbito escolar.

A escola acaba muitas vezes compartilhando e vivenciando, juntamente com os alunos e professores, toda a bagagem que ambos trazem da sociedade que vivem, e nessa bagagem, vem à presença de desigualdades que também reforçam a violência simbólica na relação professor-aluno, como por exemplo, o professor que trata o aluno de acordo com suas diferenças sociais e econômicas, ou quando o aluno demonstra interesse por determinado conteúdo do professor, e este, restringe outros saberes que iriam influenciar na sua aprendizagem.

Devido essa desigualdade, a escola acaba por se tornar um meio de reprodução desse tipo de violência, exercendo concomitantemente, um padrão de vida em que a classe domina a sociedade economicamente, impondo seu capital cultural à classe dos dominados, um problema que não é atual, mas perpetua desde os primórdios. Segundo Paulo Freire:

Esta violência, como um processo, passa de geração a geração de opressores, que se vão fazendo legatários dela e formando-se no seu clima geral. Este clima cria nos professores uma consciência fortemente possessiva. Possessiva do mundo e dos homens. Fora da posse direta, concreta, material, do mundo e dos homens, os opressores não se podem entender a si mesmos. Não podem ser. (FREIRE, 1987, p. 45)

Estamos tão acostumados a conviver e vivenciar esse tipo de desigualdade, que esse comodismo faz com que não acreditemos na existência da violência simbólica nos espaços educacionais, onde na teoria deveria ser um lugar de discussões e da criação de políticas pedagógicas em favor do estudante, que contribuíssem para a desconstrução de toda essa “simbologia má”, que entranha em nossos espaços mais importantes.

Essa violência tende a passar despercebida, não sendo entendidas por nós como algo errado, causal de grandes impactos a cada geração que se sustenta e se insere na sociedade de todas as formas. A violência simbólica é a mais difícil de ser percebida “(...) porque é exercida pela sociedade quando esta não é capaz de encaminhar seus jovens ao mercado de trabalho, quando não lhes oferece oportunidades para o desenvolvimento da criatividade e de atividades de lazer; quando as escolas impõem conteúdos destituídos de interesse e de significado para a vida dos alunos; ou quando os professores se recusam a proporcionar explicações suficientes, abandonando os estudantes à sua própria sorte, desvalorizando-os com palavras e atitudes de desmerecimento”. (ABRAMOVAY, 2002).

A escola não age de modo diferente, ela também faz parte da sociedade que vivemos e, além disso, é a principal responsável por formar indivíduos para atuarem em diferentes áreas dessa sociedade que sofre cada vez mais com a violência simbólica. A escola na maioria das vezes colabora para que a violência simbólica seja camuflada na sociedade, impedindo que as pessoas consigam ter a capacidade de pensar e de refletir um método ideológico, que visa à igualdade de oportunidade a todos. Ao invés da escola contribuir para uma geração de pensadores, ela contribui para a reprodução da violência simbólica, cada vez mais fazendo com que as pessoas pobres sejam submissas e obedeçam tudo o que lhe for solicitado pelos que na visão da escola, são os que detêm o poder, ou seja, os que possuem mais capital.

Estado, a imensa máquina simbólica.

A estrutura de dominação que constitui a sociedade é um produto de um o resultado histórico, que tem um grandes aliados que contribuíram e continuam Incessantemente na reprodução contínua que existem em cada sociedade e agentes singulares colaboradoras, ou seja, homens que exercem violência física ou psicológica e as instituições correspondentes como: família, igreja, escola, Estado. É uma violência suave e invisível que é criada e inserida através de uma ideia em que o dominado sente-se obrigado a conceder ao dominador desde as únicas ferramentas disponíveis para o próprio pensamento são compartilhados com o dominador. Portanto, a relação de domínio parece natural (Bourdieu, 2002).

Atualmente os meios de comunicação principalmente a internet são aliados desta violência simbólica extraordinária, esses meios trabalham incansavelmente pra reforçar o processo de socialização de gênero reforçando o mesmo tipo de valores simbólicos e paisagens sociais. Os conteúdos dos programas

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