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A PEDAGOGIA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por:   •  21/12/2018  •  1.876 Palavras (8 Páginas)  •  333 Visualizações

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A PESQUISA ENQUANTO PRÁTICA COTIDIANA

Uma das importantes tarefas do professor consiste em motivar seu aluno para a aprendizagem. A motivação no aluno surge a partir de um desejo que, por conseqüência, gera uma necessidade. Assim, do ponto de vista cognitivo, a necessidade gerada através de um desejo será provocada no aluno por meio de problemas que o toquem, ou seja, problemas que o impulsionem a querer resolvê-los.

Portanto, para que ocorra a aprendizagem efetiva no aluno, o professor deve apresentar-lhe vários problemas e propor-lhe a resolução. Ao desejar resolvê-los, o aluno reorganizará os elementos teóricos que entram em ação nesta tarefa e dar-se-á conta de novas necessidades, lançando-se, então, à pesquisa para tentar resolver os seus problemas.

É importante que o professor possa apresentar diferentes problemas aos alunos, pois o desejo é algo individual e o desafio de um problema apenas não atingirá o universo dos alunos.

Desta forma, o professor irá desencadear o processo de pesquisa no aluno, não pela exposição ou explicação dos conteúdos já estruturados, mas encaminhando o modo de atender às necessidades explicitadas nos problemas apresentados e propiciando que cada aluno construa originalmente suas soluções.

Como a pesquisa pressupõe um questionamento acerca de um assunto, ao tentar resolver o problema o aluno busca alternativas de solução. Estas alternativas possibilitam a construção de novos conceitos os quais geram novos conhecimentos e solidificam aqueles já internalizados.

No entanto, para que o professor consiga desencadear este trabalho na sala de aula, primeiramente é necessário que ele também transforme-se em um pesquisador. A competência do professor para instaurar o diálogo e a mediação teórica é que tornará possível postular um ensino transformador.

São desafios para o professor que deseja tornar-se um pesquisador:

- Construir projeto pedagógico próprio, avaliando o currículo e todo o entorno do processo de ensinar e aprender;

- Produzir textos científicos próprios, quer sejam referentes à sua prática ou aprofundando temas pertinentes à sua área de atuação;

- Construir seu próprio material didático, que será utilizado para enriquecer os debates com os alunos;

- Buscar inovar sua prática pedagógica, proporcionando a emancipação do aluno através do questionamento;

- Possuir manejo eletrônico como parte da recuperação de sua competência.

O professor que se predispõe ao aprendizado constante, que não tem medo de “alçar vôos”, buscando inovar sua metodologia de trabalho, com certeza terá os requisitos necessários ao desenvolvimento da pesquisa em sala de aula. A vivência da curiosidade presente no professor é que permite o seu crescimento e contagia o aluno. Assim, a aula transformar-se-á num fórum de debates, onde os conhecimentos são construídos a partir das reflexões conjuntas entre professores e alunos.

Podemos comparar o professor que apenas transmite ou repassa o conhecimento elaborado por outros àquela história da anta contada por Rubem Alves que, por medo da onça pegar-lhe, estabeleceu uma trilha na floresta por onde sempre andava. O caminho traçado pela anta passava por baixo de um galho de árvore. Quando a onça atacava a anta, esta saía em disparada pela trilha. Ao chegar no galho da árvore, a anta passava por baixo, sempre raspando suas costas, e a onça, por ser maior, recebia uma paulada.

Assim, o professor que tem medo de errar ou aventurar-se a novos desafios, permanece sempre na mesma “trilha”, mesmo que “raspe sempre suas costas”. Da sua “trilha” sabe tudo, é especialista, mas o restante da floresta é uma incógnita para ele.

O professor – pesquisador não tem medo de sair da trilha traçada inicialmente por ele e lançar novas hipóteses sobre o seu trabalho, o conteúdo, o currículo, mesmo que ao final da pesquisa conclua que todas as suas hipóteses estavam erradas.

Consideramos as seguintes ações do professor como desencadeadoras da pesquisa em sala de aula:

- Tratar em aula questões controvertidas;

- Trabalhar o diálogo, e não a instrução, como atividade central da aula;

- Respeitar os pontos de vista divergentes por parte dos alunos;

- Assumir a responsabilidade pela qualidade e nível de aprendizagem.

Para FREIRE (1998:32), “não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Faz parte da natureza da prática docente a indagação, a busca, a pesquisa”.

Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade. (FREIRE, 1998: 32)

Portanto, desmistifica-se o conceito de que a pesquisa é para pessoas especiais e em momentos específicos. A partir deste ponto de vista, a pesquisa passa a ser uma atitude diária de professor e aluno e constitui-se em instrumento para a construção de conhecimentos para ambos.

Isto não significa que o professor – pesquisador deixará de utilizar como estratégias a aula expositiva ou a cópia, pois a criatividade que se espera do pesquisador é a de saber produzir, confrontando, reconstruindo e recriando. Não será necessário “reinventar a roda”, mas o que não se pode mais permitir é que aconteça a mera reprodução dos conteúdos sem uma reflexão mais aprofundada sobre eles.

A formação do pesquisador tem início na cópia, com certeza. Mas o importante é tomar consciência deste processo e procurar ir avançando. Da cópia, parte-se para a reconstrução por meio de sínteses, reelaborando com as próprias palavras e interpretando com certa autonomia. Por fim, atinge-se a produção própria do conhecimento, em estágios mais avançados. O importante é perceber que este caminho é possível e procurar percorrê-lo em cada uma de suas etapas de forma ascendente.

À GUISA DE CONCLUSÃO

A pesquisa de que nos propusemos a tratar neste texto traduz-se como tarefa cotidiana de grande valor científico, onde as aulas tornam-se o laboratório para a comprovação das teorias e o professor um investigador.

Nesta

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