A LITERATURA INFANTIL NOS PRIMEIROS ANOS ESCOLARES E A PEDAGOGIA DE PROJETOS
Por: SonSolimar • 15/12/2018 • 5.151 Palavras (21 Páginas) • 438 Visualizações
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Monteiro Lobato utiliza o humor e também o folclore brasileiro com um trabalho em cima da relação fantasia e realidade utilizando uma linguagem coloquial bem característica da infância.
2. 1 História da Literatura Infantil
O conceito de infância começa a surgir, na Europa entre os séculos XVII e XVIII, com ascensão da burguesia quando passa a ver a criança como o futuro da nação. Ziberman (1985), relata que antes, a criança era ignorada pela sociedade dos adultos, não havendo nenhuma atenção ou cuidados específicos para com ela, era visto como um adulto em miniatura, podendo desta maneira participar das atividades apropriadas aos adultos; eram elas: esportivas ou intelectuais, não existia leitura destinada somente a criança, já que, esta perante a sociedade não tinha características próprias da infância, a educação atribuída a criança era a mesma oferecida ao adulto.
A única educação diferenciada, era a educação dos filhos da nobreza e os filhos da classe desprivilegiada, os pequenos nobres deliciavam-se na leitura em grande clássicos; já os filhos dos pobres, a esses lhe restavam ouvir histórias de cavalaria, heróis desconhecidos, lendas ou contos, que eram contadas e recontadas oralmente pelo povo, essas histórias tinham como características uma linguagem simples formando assim as primeiras literaturas de Cordel.
Surge então uma nova noção de família, centrada não na relação de parentesco, mas no núcleo familiar preocupado em manter uma privacidade impedindo a intervenção de parentes em seu negócio interno e estimula o afeto entre os seus membros, (ZIBERMAN, 1985).
Com o declíneo do Feudalismo surgem, na Europa, grandes transformações sociais e econômicas em que a classe burguesa buscava espaço social e estabilidade por meio da intelectualizarão. A educação é reorganizada, surge a concepção de infância baseado na idéia cristã de inocência e a literatura infantil floresce, igualmente com a dominação do jovem e o controle do que aprender para formar o adulto que a sociedade almejava, assim a literatura infantil assume um caratê pedagógico, para transmitir normas que influenciam na formação moral dos futuros adultos. Com isso a pedagogia assume a criação da literatura infantil, e o desenvolvimento intelectual da criança e alimenta a ideologia da classe dominante. “O livro passa a ser o elo da criança com o mundo, um espelho da realidade que não a reflete direito; antes disso, retrata a realidade de forma obtusa, superficial e maniqueísta” (ZIBERMAN, 1985).
2. 2 Literatura Infantil
O processo da leitura em sala de aula é de extrema importância para aqueles que as praticam. A Literatura Infantil, por sua vez, vem nos mostrar um mundo de conto de fadas, onde podemos viajar em nossos pensamentos e também nos tornar autores da própria história. O contexto das histórias infantis nos permite trabalhar de uma forma mais dinâmica, inserindo-a na realidade de cada criança.
A Literatura Infantil está conectada em não somente de ler livros, mas também em contar histórias, de levar os ouvintes a compreensão do que lhe está sendo transmitido. A partir de então, surge o desejo de levar essa importância dos livros; o ato de ler, contar e recontar histórias para crianças, possuindo o objetivo de atingir os seus diferentes aspectos de desenvolvimento[a].
2.3 O que é Literatura Infantil?
O conceito de literatura infantil é muito discutido por autores e educadores. Para uns, ela é prazer, para outros, ela é informação. Assim sendo, não há um conceito único para esta produção literária.
Uma criança ao ler um texto de literatura infantil, percebe a fantasia, o belo, o prazeroso, o fantástico, o mágico. Sendo assim, ela viaja, mergulha sem medo neste universo cheio de encantamentos e emoções.
Dessa forma, a “... literatura infantil, por seu caráter lúdico-mágico é o caminho natural, a chave mágica que abre a porta de entrada principal que dá acesso ao mundo da leitura e a tudo o que ela pode nos proporcionar” (FRANTZ, 1997, p. 8).
A literatura é também ludismo, fantasia, questionamento, e, dessa forma, consegue ajudar a encontrar respostas para as inúmeras indagações do mundo infantil, enriquecendo no leitor a capacidade de percepção das coisas.
Oliveira (1996), sobre os livros infantis, constatou que eles abrem um leque de possibilidades para o empreendimento de atividades pedagógicas. O emprego didático deste tipo de impresso pode orientar os educadores a criarem práticas educacionais, que através do lúdico, estimulem a imaginação das crianças.
A literatura infantil é observada como material que estabelece uma ponte entre as concepções ideológicas de seus autores, professores e alunos. Neste sentido:
A literatura infantil tem [...] por meta a exploração do processo de comunicação que a obra literária por si só já representa. Através da identificação e de trocas culturais entre obra e leitor, provocado pela mediação do professor, as visões de mundo do aluno defrontam-se com visões de mundo da obra. Ao lidar com a literatura infantil em sala de aula, o professor estabelece a relação dialógica com o aluno, com sua cultura e com sua realidade quando, para além de contar ou ler a história [...] cria condições para que eles lidem com a história a partir de seus pontos de vista, trocando impressões sobre ela, assumindo posições frente aos fatos narrados, defendendo posições e personagens, criando novas situações através das quais eles vão desdobrando a história original. (FRANTZ,1997, p. 49-52).
Vários são os conceitos elencados pelos autores que estudam o assunto, no entanto, Coelho (2000, p. 24) resume muito bem essa produção literária: “A Literatura Infantil é, antes de tudo, literatura; ou melhor, é arte: fenômeno de criatividade que representa o Mundo, o Homem, a Vida, através da palavra...”. Completa ainda que ela “... funde os sonhos e a vida prática; o imaginário e o real; os ideais e sua possível/impossível realização...”.
2.4 O Papel da Literatura Infantil
Segundo Zilberman (2003) a Literatura Infantil tornou-se um dos instrumentos onde a pedagogia almejou atingir seus objetivos, pois os textos escritos exclusivamente para crianças têm sua origem primariamente não em motivos literários, mas pedagógicos. Afirma ainda a autora que a literatura infantil é primariamente um problema pedagógico e não literário.
Participa desta circunstância
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