A FUNÇÃO DO GESTOR NO ENSINO DA MATEMATICA

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Segundo Paro (1996, p. 18), “os argumentos que fundamentam e justificam a proposta de uma gestão para a educação assentam-se inicialmente, na compreensão da administração, no seu sentido geral”. Isto significa que:

- administração é uma atividade feita pelo homem, a qual é capaz de orientar ações para alcançar fins pré-estabelecidos;

- administração, como um meio particular de trabalho, ocupa-se com a organização do esforço coletivo;

- administração, gera práticas contraditórias, as quais servem tanto para organizar o trabalho de forma autoritária, como de forma democrática e participativa.

No ano de 1970, professores e membros da sociedade fizeram pressões exigindo um novo rumo à pratica administrativa educacional, cobrando uma postura adequada do administrador, ou seja, sem autoritarismo e sim com democracia. Porem, com todas as exigências feitas para que a prática administrativa mudasse, o que ainda acontece nas escolas é uma mudança “aparente”. Pois no ano de 1983, Moacir Gadotti publica em um texto, uma descrição de alguns aspectos que deveriam fazer parte da formação de um administrador da educação como:

- mentalidade empresarial, onde o administrador deveria trabalhar como se fosse um gerente de filial de uma grande empresa, sendo que a escola está subordinada a certas determinações do estado.

- o utilitarismo, onde o funcionamento da escola é medido em função dos resultados obtidos, interessando apenas a quantidade, a execução do planejamento, cumprimento de horários, ou seja, a burocracia escola.

- a divisão social do trabalho, tal como numa empresa capitalista (segundo a visão Marxista), observa-se na escola a divisão de trabalho, cargos, relações burocráticas, eliminação das diferenças individuais.

Esses três conceitos que já era descrito em literaturas à duas décadas atrás, não está superado na maioria das escolas, principalmente na pública, que é o objeto deste estudo, porque a maior parte da população brasileira hoje está nesta escola. Mesmo estando em 2014, ainda existem gestores com uma mentalidade retrógrada, lembrando que alguns se esforçam, mas acabam na maioria das vezes pecando, principalmente por não terem a visão da escola como uma “empresa”. Eles se preocupam com resultados pertinentes a indice de reprovação, de matriculas, mas esquecem da qualidade de ensino. Ou ainda, muitos diretores se dizem democráticos, mas fazem obras sem perguntar ao grupo se realmente acham pertinentes no momento ou se teriam algo como prioridade.

Dentro da escola, a administração deve promover o bom entrosamento com todas as áreas pertinentes à escola, e ainda preocupando-se com o bom desenvolvimento das atividades propostas pela escola. Enfim, administração é o processo racional de organização, comando e controle.

2.4. A função do Gestor Democrático

O gestor pode ser comparado a um maestro, pois os dois são líderes e regem uma equipe. Os dois servem ao público, mas a platéia do diretor é formada por uma comunidade que participa da cena educacional. Além de cuidar das finanças da escola, calendários, vagas, a pessoa que dirige a escola precisa ser um educador.

Se ele é educador deve participar do cotidiano da sala de aula, conhecendo os alunos, professores e pais, para poder ser um líder e não meramente uma autoridade burocrática. Portanto para que a escola funcione com sucesso o diretor não deve ser “eterno”, quer dizer ele deve gerir a escola por um tempo e ficar fora por outro tempo, estando dentro da sala de aula para não esquecer das ansiedades e dificuldades que o professor passa lá dentro. Se ficar sempre na posição de diretor dificilmente conseguirá auxiliar o seu professor a melhorar sua pratica docente.

Segundo um consultor educacional Antônio Carlos Gomes da Costa, existem três perfis básicos na função do gestor:

a) O administrador escolar que mantém a escola dentro das normas do sistema educacional, seguindo portarias e instruções.

b) O pedagógico que valoriza a qualidade de ensino, o projeto pedagógico, a supervisão e a orientação pedagógica criando oportunidades de capacitação.

c) O sócio-comunitário que se preocupa com a gestão democrática e com a participação da comunidade, está sempre rodeado de pais, alunos e lideranças do bairro, compartilha a escola com a comunidade nos finais de semana.

É muito difícil encontrar um diretor com todas estas qualidades, no entanto é importante que o diretor equilibre estas características descritas por este consultor, que nos parece o diretor ideal.

O bom diretor deve indicar caminhos, estar alerta as necessidades da comunidade, facilitar o trabalho da equipe escolar, saber delegar tarefas e ainda resolver problemas que apareçam.

Entre as tarefas do diretor encontram-se:

- Elaborar planos a curto e longo prazo para melhoria da escola;

- Incentivar idéias inovadoras;

- Gerenciar recursos financeiros e humanos;

- Garantir a participação da comunidade na escola;

- Verificar as necessidades da escola e buscar soluções.

2.5. O gestor e a Orientação Pedagógica

Neste item faz-se uma breve descrição das atribuições do orientador pedagógico e qual deve ser seu papel como especialista da educação, em ajudar o professor no ensino da matemática.

O orientador pedagógico é o principal responsável fazer a transposição da teoria para a prática escolar e pela formação dos docentes.

Ele ajuda a elaborar e aplicar o projeto da escola e deve dar suporte aos professores, deve refletir sobre o trabalho em sala de aula, logo um coordenador escolar “não pode ficar longe da sala”, se ficar não fará o seu papel.

Faz-se necessário que ele traga novidades para o grupo, precisando para este fim “ler muito”, sobre vários conteúdos. Na maioria das escolas, cabe ainda ao profissional atender pais, problemas de disciplina dos alunos.

Em resumo em suas funções consta ajudar a elaborar a proposta pedagógica e garantir sua prática, orientar os envolvidos na educação, responder pela formação dos docentes.

2.6.