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A Educação Infantil

Por:   •  19/3/2018  •  2.351 Palavras (10 Páginas)  •  272 Visualizações

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Questão 2: O tema central das aulas de Educação Infantil recai sobre a concepção de infância na atualidade. A partir das leituras feitas, explicite seu entendimento quanto ao seguinte questionamento: “Ser criança significa ter infância?”

Comentário: A aula 3 do módulo 1 de Educação Infantil 1, da página 37 a 40, faz uma abordagem desses conceitos, principalmente com base nas ideias de Manuel Jacinto Sarmento, educador de Portugal que na atualidade vem contribuindo para a elucidação do entendimento sobre infância, enquanto categoria de análise no contexto social da contemporaneidade. Criança nos remete a ideia de ser humano, de fase do homem que, cronologicamente, se refere aos primeiros aos de vida. Logo, todos nós fomos crianças, seres físicos com características dessa idade. Já infância se refere ao modo como vivemos socialmente a nossa fase de criança. Por isso ela é singular, pois cada um vive a sua maneira, em um dado contexto, em um local, sob esta ou aquela cultura. Nesse sentido é que Sarmento e outros autores se referem à infância no plural - infâncias. Para se responder se ser criança significa ter infância é preciso que se compreenda quais os conceitos e noções que são atribuídos a essas palavras por grande números de autores que abordam a educação infantil. Ter infância significa socialização (não adaptação ao meio), partilha e criação de cultura, apropriação e reinvenção de saberes, expressão de múltiplas de linguagens. Mas será que isso é garantido a todas as crianças? Se não, ser criança não significa necessariamente ter infância (ver página 38 da aula 3 do módulo 1 de Educação Infantil 1), visto que a infância compreende esses múltiplos aspectos. A infância varia de uma cultura para outra, é dependente de um contexto social, logo as infâncias são muitas e singularmente vividas por cada criança (ser humano de pouca idade). Você já deve ter escutado a seguinte frase: “Minha infância foi roubada!“. O que você pensa sobre isso?

Como vimos na resposta da questão anterior, não há verdades absolutas e desejamos que você reflita sobre o assunto, logo, mais do que admitirmos uma única resposta, desejamos levar você a fazer questionamentos sobre o tema, ser autor na elaboração de respostas, desde que fundamentadas em noções, princípios, ideias. Você está se graduando, é construtor de conhecimento, reflexivo, crítico, logo deve estabelecer relações de conceitos, saberes e práticas. Uma resposta que só aponte sua opinião sem fundamentação nas leituras é insuficiente. Dialogue com os textos, faça conexões de ideias, se interrogue, reflita....

As questões 3 e 4 se articulam, por isso o comentário é único e traz um desdobramento dos conceitos apresentados nas referidas questões.

Questão 3: O autor Manuel Sarmento, citado nos textos das aulas de Educação Infantil 1, pautado na ideia da ‘sociologia da infância’, considera a ‘institucionalização da infância’ como um processo que é fruto da modernidade. Explique em que se fundamenta esse conceito do autor.

Questão 4: Agora que você já respondeu a questão anterior sobre “institucionalização da infância” , faça uma explanação sobre o conceito de “reinstitucionalização da infância”, também apresentado por Manuel Jacinto Sarmento.

Comentário: O que Sarmento quer dizer é que na Modernidade (aquele período histórico que compreende aproximadamente o século XVII, como vimos na questão 1 sobre paradigma clássico) vários fatores contribuíram para se pensar sobre a infância. Antes de apontar esses fatores, não podemos perder de vista o entendimento da visão de mundo que influenciava as ideias da época, ou seja, o paradigma dominante nesse tempo histórico. Como era um período de racionalidade, de objetividade, de organização e de fragmentação de saberes, pensava-se em organizar e controlar os modos de vida em sociedade, até porque um conjunto de fatores foi se conjugando e apontando essa necessidade. (já que nada é estático, muito menos a vida em sua dimensão social e simbólica, vários novos e outros fatores tecem a trama social constantemente). A reorganização familiar no cuidado com os filhos (que não mais eram vistos como adultos em miniatura, mas como seres que precisavam ser educados) levou a criação de instituições para este fim (a institucionalização da infância). Se o conceito de infância é uma construção social datada desde o século XVII, como infere Sarmento, à época já era necessário se pensar em instituições para educá-las. No entanto, as instituições ficavam submetidas à lógica do paradigma da época. Assim as instituições públicas criadas (escolas de massa) se configuraram pela separação das crianças como um grupo à parte em relação à rotina dos adultos; pelo saber homogeneizado, ou seja, igual para todas elas sem respeitar as diferenças culturais, sociais e de cognição; pela disciplina mental e corporal; pela produção de saberes e conteúdos prescritivos; inculcação (recomendação) comportamental, de hábitos e atitudes normativos e disciplinares. Normas e procedimentos configuravam uma administração simbólica da infância que as condicionavam e até as constrangiam. (ver esses fatores da página 41 a 43 da aula 3 do módulo 1 de Educação Infantil 1 e página 48 - aula 4- do mesmo módulo). Os cuidados para com a infância tinham caráter de intervenção, muito mais do que de compreensão de suas necessidades, seus direitos, suas possibilidades, sua participação na vida social. A Pediatria, a Psicologia do Desenvolvimento e a Pedagogia foram saberes construídos para este fim. A participação da mulher no mundo do trabalho também foi mais um fator que levou a uma preocupação na educação dos pequenos, reverberando ideias e iniciativas de se criarem instituições para cuidar (muito mais do que educar) as crianças. (Veja reportagens sobre o tema, converse com pessoas que viveram sob o signo das influências da Modernidade – anos 30, 40, 50- e pergunte sobre as propostas educativas, o papel social da mulher, os fatos políticos da ocasião, a economia vigente. Faça relações com as propostas e contextos atuais, mas lembre-se que, para além da crítica, devemos compreender as possibilidades para época, o que foi avanço para aquela ocasião, pois tudo na vida é provisório e não há rupturas profundas. Todo tempo histórico traz em si algo da matriz anterior e, por isso, a vida e os saberes são processos em construção. Será que daqui a algumas décadas estaremos pensando a infância do mesmo modo como pensamos hoje?).

Um novo conjunto de fatores entra em cena na fase de transição da Modernidade para a contemporaneidade,

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