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A CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA E SUAS IMPLICAÇÕES EDUCACIONAIS PARA A PRÉ-ESCOLA

Por:   •  13/2/2018  •  4.905 Palavras (20 Páginas)  •  347 Visualizações

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Autores vêm consolidando uma linha de pesquisa sobre avaliações e/ou intervenções sobre o desempenho da habilidade fonológica. Diante de tal afirmação é viável evidenciar estratégias, propor atividades e desenvolver instrumentos que possibilitem a avaliação da consciência fonológica, como método de intervenção para que haja construção e desenvolvimento do nível fonológico e, consequente, avanço significativo na leitura e na escrita. Para fundamentar de maneira mais oportuna este trabalho é imprescindível uma revisão dos estudos que indagam a influência da consciência fonológica sobre a aquisição da leitura e da escrita.

Esta pesquisa trata de uma revisão bibliográfica, que realizou-se a partir da busca de artigos científicos, na base de dados virtual do SCIELO, com base no descritor consciência fonológica, em 2013. Foram encontrados 22 artigos destes, 4 abordam a temática voltada para crianças pré-escolares. Além da análise destas consultas foram utilizadas ainda duas referências encontradas na Biblioteca Central Julieta Carteado, da Universidade Estadual de Feira de Santana. Com uma breve revisão em estudos da literatura brasileira, esta pesquisa visa verificar o papel da consciência fonológica na aquisição da leitura e da escrita, e se os estudos têm encontrado evidência de fato sobre o auxílio no desempenho destas competências escolares em crianças pré-escolares. Da mesma forma que pretende analisar a importância da implantação de atividades que possam desenvolver as habilidades em consciência fonológica bem como estratégias de intervenção, mesmo na fase inicial de alfabetização.

A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM

O aprendizado da linguagem se desenvolve em duas modalidades: oral e escrita. E embora não sejam excludentes, elas aparecem com certas características, e por interposição delas podemos diferenciá-las da seguinte maneira: a aquisição da linguagem escrita é um alvo básico a ser alcançado na fase inicial de escolarização e dele depende o sucesso da aprendizagem escolar nas fases posteriores. O estudo que contempla o processo de aprender a ler e escrever abrange tanto as demandas básicas do domínio do código alfabético, como as mais complexas, incluídas à sintaxe ou gramática e até mesmo às literárias, que são parte estrutural da língua; já a aquisição da linguagem oral é uma atividade livre, que se inicia aos primeiros meses de vida, determinante para o desenvolvimento da escrita, para a escola, pois toda a produção de linguagens conseguintes parte dessa linguagem. A aquisição da linguagem oral caracteriza-se como fator decisivo para o desenvolvimento da escrita.

Para Pestun, Omote, Barreto e Matsuo (2010), a leitura refere-se à interpretação de sinais gráficos, que envolve basicamente dois processos: decodificação e compreensão, já a escrita é considerada um conjunto de processos de conceituação e lexicalização, compete à conversão fonema/grafema, e em seguida, à aquisição ortográfica e memória grafêmica.

Segundo Byrne e Fielding-Bransley, apud Justino e Barrera (2012), a aprendizagem da leitura e da escrita baseiam-se na compreensão do princípio alfabético, para tanto faz necessárias três habilidades: (a) a consciência de que é possível segmentar a língua falada; (b) a consciência de que essas mesmas unidades se repetem em diferentes palavras; (c) o conhecimento das regras de correspondência entre grafemas e fonemas. Ressaltamos que as duas primeiras habilidades são aspectos da consciência fonológica.

Para Cardoso-Martins (1995), a consciência fonológica consiste em desenvolver a capacidade e reflexão e manipulação dos sons que compõem as palavras. Uma vez que facilita a aquisição da correspondência letra-som empregada na decodificação, logo se torna essencial para a aquisição do princípio alfabético. Porquanto auxilia no processo de alfabetização. Rego e Buarque (1997) reafirmam a influência da consciência fonológica para o entendimento do princípio alfabético.

Destaca-se a importância do exercício desta habilidade nos níveis iniciais de ensino, quando a aquisição da linguagem oral e escrita está em foco. Partindo desse pressuposto infere-se que:

Assim, e na medida em que esta competência é considerada uma competência necessária para a compreensão do princípio alfabético, tornam-se pertinentes, no pré-escolar e nas fases iniciais da aprendizagem da leitura, programas de treino que incluam jogos de análise e manipulação dos componentes orais da palavra. (SILVA, 2004, p.189)

Construir o princípio alfabético significa dizer que a criança atentou-se a esforços e elaborou uma série de hipóteses sobre escrita e leitura para compreender de como a escrita corresponde à fala. A estratégia de ensino alfabetizadora deve se orientar por este princípio, a fim de que o ensino/aprendizagem da leitura e escrita, bem como seu desenvolvimento transcorra de forma eficiente, uma vez que a consciência fonológica se estabelece como uma potente ferramenta de trabalho, um estimado instrumento para que a criança se aproprie da leitura e da escrita. Constitui-se ainda como uma estratégia de intervenção e/ou mediação de grande valia para a ação didático-pedagógica.

IMPORTÂNCIA DA METALINGUAGEM PARA A APRENDIZAGEM

Numa perspectiva de reciprocidade entre consciência fonológica e aquisição da leitura e linguagem escrita, origina-se um melhor desempenho no que se refere ao nível fonológico (GUIMARÃES, 2003; CAPOVILLA, DIAS, MONTIEL, 2007; SILVA, 2004). Corroborando tal hipótese Zuanetti, Schneck e Manfredi (2008) afirmam que a consciência fonológica é indispensável no processo da leitura e quanto melhor o desempenho desta, melhor é a habilidade na fonologia. Segundo estas autoras:

Para a aprendizagem da leitura e da escrita é necessário o princípio alfabético e para alcançar este princípio, fatores como a consciência da fala pode ser segmentada, de que tais segmentos reaparecem em diversas palavras e que existem regras de correspondência grafo-fonêmicas, são necessárias. (ZUANETTI, SCHNECK E MANFREDI, 2008, p. 172).

Cavalheiro, Santos e Martinez (2010), afirma que a consciência fonológica não deve ser desvinculada do processo da leitura e da escrita. Desta forma se torna uma competência necessária no início da escolarização, pois age como facilitadora do desenvolvimento da leitura e da escrita.

Segundo Guimarães (2003) o papel central da consciência fonológica sobre a aprendizagem da leitura e da escrita é atestado pelos resultados

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