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A ATUAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO DENTRO DA ESCOLA

Por:   •  21/12/2018  •  6.711 Palavras (27 Páginas)  •  416 Visualizações

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distinção de idade ou sexo para que o atendimento seja realizado.

Podemos perceber que há variadas escolas em nosso país e que de acordo com o acompanhamento que há nas mesmas seu desenvolvimento é satisfatório, ou não. As dificuldades de aprendizagem nas diferentes disciplinas é muito frequente e preocupa muito, tanto professores, como gestão escolar e até os pais. É nesse momento diante dessas dificuldades que percebemos a importância do psicopedagogo dentro da escola, pois o mesmo realizará um trabalho analítico e encaminhará as intervenções precisas para que as dificuldades sejam amenizadas e aluno e professor convivam no ambiente adequado de aprendizagens.

Ao analisar essa realidade escolar vivida hoje em muitas escolas do país tanto públicas como escolas privadas, percebemos o quanto as dificuldades de aprendizagem são frequentes e se não houver intervenções esses problemas podem causar problemas mais sérios que serão levados por toda a vida.

É partindo desse contexto que justificamos o presente artigo, ou seja, entendemos a necessidade de se perceber a importância do psicopedagogo dentro da escola para mediar no combate às dificuldades de aprendizagem.

2. UM OLHAR PSICOPEDAGÓGICO SOBRE A ESCOLA E SUAS DIFICULDADES

A Escola cada vez mais precisa do olhar atento do psicopedagogo para enfrentar os desafios que vão surgindo nessa nova realidade que surge a cada dia. Tendo como objeto de estudo o próprio educando ou sujeito aprendente, como é chamado, a psicopedagogia se compromete “com qualquer modalidade de aprendizagem e de ensino e não só a exercida na escola.”

Fernández (2001) entende que

A psicopedagogia vem para explicar também que na fabricação do problema de aprendizagem como sintoma intervém questões que dizem respeito à significação inconsciente do conhecer e do aprender e ao posicionamento diante do escondido. (FERNÁNDEZ, 2001, p.45)

Segundo a autora, para que ocorra a aprendizagem dos aprendentes, é preciso que eles possam conectar-se mais com seu sujeito ensinante do que com seu sujeito aprendente, e quem ensina possa conectar-se mais com seu sujeito aprendente do que com seu sujeito ensinante.

É preciso deixar que o aluno, ou seja, aquele que está aprendendo, possa mostrar o que já sabe: as ideias, as opiniões, as hipóteses que ele tem a respeito do que lhe é ensinado. Por outro lado, aquele que está ensinando precisa poder reconhecer que o outro, ao mostrar-lhe o que sabe (o aluno), acaba o ensinando também. Ensina ao “ensinante” (função) o que ele, “aprendente” (aluno) conhece sobre o assunto, o caminho que o levou a tais opiniões, a tais hipóteses, mostrando o pensamento que pensou.

Sobre isso é importante entender que essa construção do sujeito/autor não começa só a partir da idade escolar, mas vem sendo construído desde o início da vida da criança. Para FERNÁNDEZ (2001) “desde o início de sua existência, o bebê já está constituindo o sujeito aprendente sempre em relação com a modalidade de ensino e de aprendizagem de seus pais”.

Fernandez destaca ainda o papel do inconsciente na aprendizagem. Para ela, não cabe ao psicopedagogo buscar culpados, mas sim investigar causas, fraturas e, acima de tudo, apontar caminhos, novas estratégias de ensinar e aprender. Estes caminhos devem fugir de paradigmas, permitir o novo, o criativo, o lúdico. Somos todos essencialmente humanos. Todos tem um potencial e uma modalidade particular de aprender, permeada por subjetividades, vivências, desejos. Pode-se dizer que o diferencial da psicopedagogia é que ela não se preocupa com conteúdos aprendidos ou não, mas sim como se posicionam os ensinantes e aprendentes e procura como se dá a relação com o conhecer e o saber.

A intervenção psicopedagógica não se dirige ao sintoma mas o poder para mobilizar a modalidade de aprendizagem, o sintoma cristaliza a modalidade de aprendizagem em um determinado momento, e é a partir daí que vai transformando o processo ensino aprendizagem.

Sobre o trabalho do Psicopedagogo, Fernández (2001) afirma que

Ser ensinante significa abrir um espaço para aprender. Espaço objetivo e subjetivo em que se realizam dois trabalhos simultâneos: a construção de conhecimentos e a construção de si mesmo, como sujeito criativo e pensante. (FERNÁNDEZ, 2001, p.67).

Fernández vê o professor não apenas como aquela pessoa que transmite os conhecimentos ou faz perguntas, mas também ouve o aluno, dando a atenção que ele precisa e cuida para que ele aprenda a expressar-se de maneira mais confiante e segura.

O aprendente que não aprende sempre foi a questão central da psicopedagogia. Só agora, mais recentemente, a atenção do psicopedagogo não está centrada apenas no aprendente, mas no contexto em que se realiza a aprendizagem.

Essa intervenção psicopedagógica acontece na forma de assistência às pessoas que apresentam dificuldades de aprendizagem, por meio do diagnóstico. Diante do desempenho acadêmico insatisfatório e com o objetivo de esclarecer a causa das dificuldades, os alunos são encaminhados ao psicopedagogo, pelas escolas que frequentam.

Sabe-se que cada criança tem o processo de desenvolvimento diferente, algumas aprendem com maior facilidade enquanto outras aprendem mais devagar. É nesse momento que se faz mais importante a importância de que o professor analise individualmente cada criança para poder adequar os conteúdos conforme a necessidade de cada um.

Para tentar entender melhor a Psicopedagogia e seu papel dentro e fora da escola é preciso pensar diferente do que pensa a maioria das pessoas. Enquanto o senso comum pensa na Psicopedagogia como uma fração da Psicologia, ou a parte da Pedagogia, ou até mesmo a junção dos dois, entende-se que “a Psicopedagogia é uma área de conhecimento e de atuação profissional voltada para a temática da aprendizagem ou, mais precisamente, para a temática do sujeito que aprende.” Se o seu foco era as dificuldades de aprendizagem e o fracasso escolar, atualmente sua preocupação se volta para a compreensão do processo de aprendizagem, dentro ou fora do ambiente escolar, considerando a influência dos fatores físico, psicológico, social, e outros.

Entende-se a Psicopedagogia como o encontro com o prazer de trabalhar, de investigar, de aprender com os nossos alunos. Isso é, a busca criativa que nos leva a buscar a inteligência, a despertar a criatividade, a deixar solto o pensamento e o conhecimento humanos. Sobre isso Fernández (2001) escreve que

Na aprendizagem, a primeira representação do conhecimento também pouco está diferenciada

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