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Intertextualidade de Narrativas com Odisseia

Por:   •  18/5/2018  •  1.113 Palavras (5 Páginas)  •  450 Visualizações

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A visão acima nos remete à Ulisses, de Homero, por não ter problema em recorrer a todo tipo de fraudes e enganos para atingir o que quer. Já a visão de Dante Alighieri não corrobora com a de Homero, uma vez que nem tudo era considerado aceitável na busca de um objetivo qualquer. Consequentemente, o fato pode ser explicado pela crítica que Homero recebia de autores da Antiguidade, ou seja, que Ulisses era visto como herói apenas pelas palavras do autor.

A intertextualidade entre Circe, de Julio Cotázar, e a Odisseia

Em seu conto Circe, Julio Cotázar narra a história do jovem Mario, noivo de Delia, quem tem que atravessar uma prova perigosa e sair com vida e mais sabedoria: sua relação com Delia, que matou a seus dois noivos anteriores. Neste conto, a mitologia grega (especialmente o encontro entre Odisseu e Circe) e a simbologia dos animais são influências muito fortes. Os animais seguem Delia, como seguiam a Circe: os amantes que ela havia transfigurado em bestas, oferecendo-lhes poções. Delia, por sua vez, faz bombons e licores para seus noivos. Mario sabe da história dos noivos mortos, e inclusive tem uma visão de si mesmo morto também, deixando uma carta para sua mãe. Mario crê que pode romper o padrão de morte e salvar Delia de seu luto: crê que seu amor pode prolongar até que ela não veja mais uma terceira morte ao seu lado.

Delia brincava com aranhas quando pequena e borda, como Circe fazendo seu grande tear, um tapete no qual morrem seus noivos. Mario acha que é diferente dos outros, pois é o único que frequenta a casa dos Mañara, que está ilhada dos vizinhos, assim como a ilha de Circe. Como Odisseu que tem que abandonar sua família para fazer sua grande viagem, Mario rompe com sua família quando começa a sair com Delia.

A rede em que está Mario se caracteriza por vários aspectos como a obscuridade, a presença dos animais e as advertências de perigo. Delia pede para que Mario prove os bombons com os olhos fechados e as luzes apagadas, para que não saiba o que tem dentro. Para Mario, os pais de Delia queriam lhe dizer algo e não o faziam, isso lembra os animais mudos da ilha de Circe, que sabem o que vai acontecer a Odisseu e seus companheiros e não podem falar. O hábito dos pais da moça de abrir os bombons antes de os comerem também é uma demonstrativa de que eles sabem das artimanhas da filha, mesmo que não falem.

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