Estágio Curricular Supervisionado em Língua Portuguesa
Por: Salezio.Francisco • 2/11/2017 • 3.528 Palavras (15 Páginas) • 519 Visualizações
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Desenvolvemos atividades significativas para descobrirmos o que já sabiam e o que gostariam de saber. Desta forma surgiu a questão “por que ler e escrever é importante?”
Exercer a leitura e a escrita é uma forma de lazer ativo, de crescimento pessoal, aliada ao desejo de apropriação cultural, constitui uma das atividades básicas de maior significado. Sabemos que a leitura e a escrita sempre temos algo a mais para aprender, desenvolver a reflexão e o espírito crítico.
“Escrever e ler esta dimensão traz referência ao processo de compreensão da escrita, assim como a compreensão das relações entre oralidade e escrita, entre escrever e ler.” (Colomer, 2003, p.86)
ABORDAGEM METODOLÓGICA
No texto “Estágio e pesquisa: contribuição para o debate” (Lima, 2002) pode-se constatar a grande importância de se caminhar em conjunto na formação acadêmica e que por meio de uma troca de informações, somadas à experiência, a vivenciar e à prática de estágio exigido pela universidade, refletirá consistentemente na vida do profissional.
Lima (2002, p. 66) diz que “estágio permite a análise da realidade, das marcas do tempo histórico que estão na escola, nos estagiários, nas relações de que se estabelecem nele a partir dele.”
A teoria é essencialmente importante assim como as experiências de vida, podendo ser trazidas interdisciplinarmente para a prática, tornando-se impossível separá-las para não acarretar perdas na formação profissional. A prática deve acompanhar a capacidade intelectual.
A aquisição da linguagem escrita e objetiva principalmente como forma de interação, manifesta por meio de diversos usos sociais construídos no seu contexto e na sua cultura. No processo de aprendizagem da leitura e da escrita aprender sobre as funções destas é tão importante quanto aprender sobre suas formas.Goodman(1195) afirma que:
As práticas escolares muitas vezes apresentam a escrita como um objeto de contemplação, ou seja, é permitido os jovens olhar e reproduzir, não sendo possível experimentá-la ou transformá-la. Desta forma, a escrita é um objeto de propriedade de outrem.
É um objeto que não pode ser transformado, alterado ou recriado por meio de intercâmbios sociais.Nessa perspectiva é necessário que tenha clareza de que a intervenção do professor na aprendizagem da leitura e da escrita é de grande importância, este deve”[...] ensinar as crianças a linguagem escrita, e não apenas a escrita das letras”. (Vygotsky, 1991, p. 134), para ter significado e tornar-se uma necessidade ou mesmo uma tarefa que possam incorporar a vida.
Desta forma a escrita deixa de ser uma habilidade motora para tornar-se uma forma nova e complexa de linguagem. Segundo Luria (1998), escrever e ler são funções culturais e pressupõe mediação de alguém que domine este sistema de signos e símbolos, portanto requer uma mediação de alguém que domine este sistema de signos e símbolos pertencentes ao sistema alfabético. Caberá o professor organizar situações que possibilitem os alunos refletirem sobre o processo de construção da linguagem escrita.
Para que o estágio se desenvolva com êxito é necessário que o estagiário tenha uma visão crítica e ampla acerca dos métodos de ensino atualmente utilizados pela escola bem como sua estrutura física e a realidade sócio-econômica-cultural de sua clientela.
Ao desenvolver um projeto o aluno realmente participa, vive a experiência positiva do confronto com os outros, toma decisões, planeja, assume responsabilidades, enfim, torna-se agente de sua aprendizagem. Por isso, foi possível perceber que nos momentos de brincadeiras e conversas livres na sala de aula as crianças mantinham interações entre elas administrando conflitos e divergências. For meio da oralidade expressam com facilidade o que gostam e o que não gostam, o que querem e o que não querem. São bastante falantes e gostam de fazer perguntas.
O trabalho com projetos elaborado em conjunto, professor-criança, é uma maneira de conseguir uma aprendizagem significativa para a criança, pois parte das necessidades básicas do ator principal do processo pedagógico, que é a criança. Num projeto, a responsabilidade e a autonomia dos alunos são essenciais, os alunos são co-responsáveis pelo trabalho e pelas escolhas ao longo do desenvolvimento do projeto.
A leitura e a escrita têm sido tradicionalmente consideradas como objeto de uma instrução sistemática, onde o sujeito que aprende praticamente desaparece. O objeto da língua escrita é dado de tal maneira que o aluno o percebe como algo que não pode ser modificado, devendo ser apenas recebido, nunca transformado. Desta maneira, se exige da criança uma atitude de respeito cego.
A aprendizagem da leitura e da escrita de forma tradicional é dada elemento por elemento, supondo que a soma linear dos elementos leve à totalidade. Assim se avança letra por letra, sílaba por sílaba, palavra por palavra.
Desta forma, o fácil e o difícil são determinados de acordo com a visão do adulto já alfabetizado, sem levar em consideração que a definição de fácil e difícil também pode ser estabelecida pela criança. E nem sempre o que parece fácil ao sujeito alfabetizado é fácil para quem não está alfabetizado.
Luria (1998) menciona que a criança entra em contato com a escrita antes de iniciar na escola, “bem antes da primeira vez que o professor coloca um lápis em sua mão e lhe mostra como formar as letras”. (LURIA, 1998, p. 143) A escrita não deve ser considerada cópia de um modelo. Pois se acredita que quando é encarada como técnica de reprodução do traçado gráfico ou como um problema de regras de transcrição do oral, se desconhece que, além do aspecto perceptivo-motor, escrever é uma tarefa de ordem conceitual. Embora seja necessária a presença de modelos – enquanto ocasião de desenvolvimento dos conhecimentos – a escrita não é cópia passiva e sim interpretação ativa do mundo adulto.
Longe da caligrafia e da ortografia, quando uma criança começa a escrever, produz traços visíveis sobre o papel, mas, além disso, põe em jogo suas hipóteses acerca do próprio significado da representação gráfica. A escrita não pode ser considerada um produto escolar, mas sim um objeto cultural, resultado do esforço coletivo da humanidade. Como objeto cultural, a escrita cumpre diversas funções sociais e tem meio concreto de existência (especialmente nas concentrações urbanas). O escrito aparece para a criança como objeto com propriedade específica e como suporte de ações e intercâmbio sociais.
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