Apostila de analise isolada
Por: Jose.Nascimento • 21/4/2018 • 3.037 Palavras (13 Páginas) • 367 Visualizações
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Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos!
Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.
2. Análise Estilística (linguagem)
A análise estilística está relacionada ao estilo do texto, sua linguagem, público alvo, autor, época, veículo, gênero textual. Enquanto nos textos técnicos (jornalísticos e científicos) predomina a linguagem denotativa, nos textos artísticos e literários predominam a linguagem conotativa e sua diversas expressões, entre elas, as figuras de linguagem ( figuras literárias ou de estilo): Metáfora, metonímia, catacrese, hipérbole, eufemismo, prosopopeia, gradação, ironia, antítese e sinestesia são algumas das figuras de linguagem. Veja na canção do Capital Inicial:
Hoje é o dia,
eu quase posso tocar o silêncio.
A casa vazia.
Só as coisas que você não quis
me fazem companhia.
Eu fico à vontade com a sua ausência.
Eu já me acostumei a esquecer
(Capital Inicial)
As figuras de construção ou de gramática são utilizadas tanto na linguagem conotativa quanto na denotativa; tratam-se de recursos estilísticos próprios da criatividade humana no ato de falar ou escrever; de tão usadas, são comumente chamadas de expressões idiomáticas, assim como as metáforas gastas, exemplos de algumas metonímias e catacreses: Metáforas gastas (catacrese e metonímia), elipse, zeugma, anáfora (elemento de retomada) e catáfora, são algumas dessas figuras.
As figuras de som podem ocorrer em qualquer texto, literário ou não-literário, em prosa ou em forma de poema, mas são bem mais comuns nos poemas e nas letras de música: Rima, trocadilho, assonância, aliteração, anáfora (repetição de som) e a figura de linguagem onomatopeia.
MINHA ALMA (A PAZ QUE EU NÃO QUERO) (MACELO YUKA, letra) – O RAPPA - 1999
A minha alma tá armada e apontada para cara do sossego!
Pois paz sem voz, paz sem voz não é paz, é medo!
Às vezes eu falo com a vida, às vezes é ela quem diz:
"Qual a paz que eu não quero conservar, prá tentar ser feliz?"
As grades do condomínio são prá trazer proteção
Mas também trazem a dúvida se é você que tá nessa prisão
Me abrace e me dê um beijo, faça um filho comigo!
Mas não me deixe sentar na poltrona no dia de domingo!
Procurando novas drogas de aluguel neste vídeo coagido
É pela paz que eu não quero seguir admitindo
É pela paz que eu não quero seguir, é pela paz que eu não quero seguir admitindo.
O estilo de cada um...
Cazuza: “Porque os fãs de hoje são os linchadores de amanhã”
Chico Buarque: “Deixe em paz meu coração, que ele é um pote até aqui de mágoa e qualquer desatenção – faça não – pode ser a gota d’água.”
Chico César: “Por que você não vem morar comigo, alimentar meu ego...”
Djavan: “Açaí, guardiã, luz de besouro, um ímã, branca é a tez da manhã”.
Oswaldo Montenegro: “Boa noite, se acaso anoite ser.”
Zé Ramalho: “dos aviões que vomitavam paraquedas...”
Renato Russo: “Só vou voltar depois das três. Meu filho vai ter nome de santo. Quero o nome mais bonito.”
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- Análise Gramatical (morfossintática)
Também conhecida como análise morfossintática, busca perceber elementos da formação gramatical do texto.
- Morfologia, sintaxe, concordância, regência, norma culta e forma popular do uso da língua, variações linguísticas, gírias, neologismos, adequação vocabular. Veja essa “brincadeira” com a crase:
O amor bate à porta
Tudo é festa.
O amor bate a porta
Nada
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