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ANÁLISE POEMA TRANSFORMA-SE O AMADOR NA COUSA AMADA

Por:   •  26/3/2018  •  872 Palavras (4 Páginas)  •  2.087 Visualizações

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Nas palavras de Massaud (1968),

[...] observe-se o racionalismo: embora se trate de sonetos lírico-amorosos, percebe-se que o poeta não se abandona ao fluxo emocional ou sentimental. Este é óbvio que existe e irriga os poemas deste a primeira a ultima palavra, mas aparece controlado, guiado pela razão [...] (MASSAUD, Moisés 1968, p. 74).

Considerado um dos mais belos poemas de Camões, podemos notar nele a presença forte da filosofia. “Transforma-se o amador na cousa amada” podemos considerar como reflexo de uma opinião de pseudo-Dionísio, que foi um filósofo neoplatônico que afirmou que o amor é uma força que tem a propriedade de unir (unitiva), e que segundo São Tomás existe duas formas de união entre o amador e o amado: a primeira é a união real, e a segunda é a união intelectual e a inclinação que a pessoa tem em relação à outra, de maneira que ela passa a participar da pessoa amada de alguma forma. Como ele participa da pessoa amada, o amante só pode ter nele a parte desejada.

Podemos concluir que não existe a necessidade do amor dos corpos (amor carnal), pois já existe uma ligação das almas, o amante contempla a “semideia”. “Como um acidente em seu sujeito” pode ser referente à afirmação de São Tomás, inspirado por Aristóteles, que “o sujeito está para o acidente como a potência para o ato; pois, em relação ao acidente, o sujeito é, de certo modo, atual”.

O ser amado está no pensamento do amador como uma ideia platônica que busca a forma Aristotélica no mundo da physis (que faz nascer, crescer). O poema é uma batalha entre as duas escolas, a platônica e a aristotélica, que reflete o mundo da filosofia no Renascimento. O mundo de Platão onde o perfeito é “Amor como ideia”, misturado com a matéria de Aristóteles e sendo o “Amor como forma”,

“[...] Trata-se de um acabado retrato clássico: menos que descrição menos exterior ou física, temos uma descrição interior, psicológica. [...]” (MASSAUD,Moisés 1968, p. 74).

O que faz desse poema uma das obras-primas da poesia de todos os países em todos os tempos.

Referências Bibliográficas:

MASSAUD, Moisés. A literatura portuguesa: através dos textos. 34º edição. Cultrix. São Paulo, 1968.

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