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A IGREJA SE FEZ POVO

Por:   •  23/10/2017  •  1.329 Palavras (6 Páginas)  •  620 Visualizações

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Este livro, ainda hoje marcado pela Congregação para a Doutrina da Fé como uma obra suspeita, é um texto datado, historicamente marcado pelos anos 70 e a primeira metade da década de 80. Este fato não diminui a importância e/ou atualidade da obra, pelo contrário, aponta para a conexão entre a elaboração do pensamento teológico e a vida cotidiana na Igreja. Os desafios elencados pelo autor continuam atuais, tanto no que se refere às estruturas eclesiásticas, quanto à desigualdade social e o cerceamento da participação popular nos espaços de poder da sociedade brasileira.

Leonardo Boff acredita que somente os mais pobres poderão ou terão direito a alcançar salvação, diante de Deus. Tendo em vista que Jesus não foi homem de posses enquanto viveu aqui na terra e sempre estava no meio dos pobres.

Mas a salvação foi, e é para todos, independente da classe social. Jesus, se fez Senhor e Salvador de toda a humanidade ao entregar sua vida na cruz.

Portanto podemos ver a justiça, o amor e a misericórdia de Deus que excede a dos homens. Jesus é tanto dos ricos e não só dos pobres.

O Brasil não vive mais uma ditadura militar e, de fato, Lula é o primeiro presidente brasileiro de origem operária, sendo que parte significativa de seu ministério foi formado por pessoas que participaram ativamente dos movimentos sociais e das lutas por mudança social. Neste sentido, uma parte das utopias que marcam o livro “E a Igreja se fez povo” se realizou, tais como um Estado com uma base mais democrática, o esforço de uma melhor distribuição de renda, a escuta das minorias e/ou grupos marginalizados. Entretanto, há inúmeras barreiras a uma plena implementação do que foram as bandeiras históricas do PT e do movimento social de esquerda, bem como, a nível eclesial também existem barreiras efetivas à caminhada e crescimento das CEBs.

Este texto, apesar de sua linguagem muitas vezes rebuscada e cheia de termos técnicos, se lido em grupo, se estudado em comunidade, pode ser um importante instrumento informativo sobre a história das CEBs e a construção de uma religiosidade marcada pela militância social, uma mística de serviço aos pobres e o desejo de que o Reinado de Jesus comece no aqui e agora.

Porém, a recepção do Concílio Vaticano II, as novas experiências pastorais e a concepção utópica das ciências estimularam a busca de uma nova maneira de fazer teologia, que desembocou na teologia da libertação.

Neste sentido, a teologia da libertação se define como reflexão crítica, que tem o seu ponto de partida na práxis de libertação, em que parte da realidade da luta dos cristãos pela transformação social, tentando responder aos interrogativos profundos da sociedade e abrindo espaço para uma mudança metodológica na teologia e, por isto, emerge da análise da realidade para instaurar, num segundo momento, a construção teológica. Estruturalmente, o seu método se divide em três partes: análise da realidade, reflexão teológica, considerações pastorais.

, ao afirmar que:

Para que a Igreja se torne Povo de Deus deve, primeiramente, concretizar as características constitutivas de povo: a consciência, a comunidade e a prática adequada ao nível de consciência e às possibilidades de participação e comunhão da comunidade. Este povo se faz Povo de Deus constituindo comunidades cristãs e organiza uma prática inspirada no Evangelho e na própria Tradição viva da Igreja

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