Desafio Profissional

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Por fim, é feito um apanhado geral e conclusivo sobre as análises, estudos e reflexões que tivemos ao longo deste processo. Compreendemos que existe uma “saída” para os problemas de disciplina e aprendizagem que podem ser apresentados em sala de aula: no entanto é necessário ter comprometimento e haver um esforço conjunto de toda a comunidade escolar para que o verdadeiro objetivo da educação seja alcançado: formar cidadãos plenos, dotados de conhecimento, humanidade e socialmente capacitados. Por mais complexo e trabalhoso que seja o esforço e movimento em prol da qualidade do processo pedagógico, os resultados podem atestar justamente todo o valor dessa mobilização.

PASSO 1

Principais dificuldades demonstradas pelos alunos

Leandro – dificuldade nas aulas de Língua Portuguesa, na compreensão e resolução prática e teórica de sentenças e exercícios orais e escritos relativos à gramática e sintaxe das palavras. Falta de interesse e motivação pela metodologia de ensino utilizada pelo professor, em especial pelos métodos avaliativos por ele utilizados.

Adriana – dificuldade nas aulas de Língua Inglesa em específico: desinteresse pelo currículo e estratégias abordadas. Dificuldades de interpretação, assimilação e compreensão textual e gramatical.

É possível avaliar que, além das dificuldades e limitações específicas acima mencionadas e apresentadas pelos alunos nas duas disciplinas, alguns fatores mais gerais contribuem para essa deficiência na relação de ensino e aprendizagem. No caso de Leandro, por exemplo, detectamos claramente que o método de ensino e avaliação focado em abordagens teóricas se mostra desinteressante e por vezes incompreensível diante do aluno. Leandro aparenta ter dificuldades em utilizar o conteúdo lecionado pelo professor de maneira prática e independente: o método de ensino do professor não é suficiente para que o aluno em questão assimile a prática da disciplina, sendo então capaz de solucionar os questionamentos por si próprio, de maneira autônoma.

Também a avaliação feita exclusivamente através de provas escritas mostra-se uma dificuldade grave para Leandro. Neste caso, o educador poderia efetivamente optar por métodos avaliativos diversificados, interativos e lúdicos, buscando detectar as principais dificuldades e limitações do aluno em relação aos métodos pedagógicos e avaliativos utilizados. A mera percepção de sua dificuldade persistente, por parte do próprio aluno, com as abordagens de ensino e os modelos de avaliação utilizados pelo educador, pode provocar nele um problema ainda mais profundo: a queda de motivação escolar e autoestima em relação à disciplina estudada.

De certa forma o estudante nesse caso pode cair numa espécie de ciclo de comodismo: incapaz de superar sozinho as limitações que sente em relação ao método pedagógico e avaliativo do professor, o aluno cria uma expectativa negativa prévia em relação ao aprendizado que pode prejudicar seu rendimento. Além disso, Leandro corre o risco de se conformar em seu mau desempenho: como ele não se adapta às metodologias e avaliações que o professor aplica pode acabar ficando “estacionado” no processo de desenvolvimento escolar, sendo até a partir daí erroneamente considerado um tipo de aluno “problemático”.

Para Adriana as dificuldades específicas na disciplina de Língua Inglesa possuem uma raiz um pouco mais complexa, porém não indissolúvel. Há nesse caso uma questão de fato pedagógica, de interatividade entre professor e aluno, que deve ser analisada e mediada. Como melhorar a relação entre estudante e educador, até mesmo além dos limites em sala de aula?

Uma alteração na abordagem metodológica do professor e de sua interação com os alunos, um aperfeiçoamento na linguagem utilizada, talvez pudesse ser a solução para este caso. De qualquer modo, é importante ao professor ficar atento para “ruídos” comportamentais e problemas que possam interferir em seu relacionamento didático com os alunos: buscar em parceria com a equipe de gestão e coordenação pedagógica da escola soluções e mudanças efetivas para estabelecer um relacionamento satisfatório em sala de aula, na interação com os estudantes.

A matéria de Inglês aparentemente se mostra desinteressante para Adriana e sua abordagem em sala de aula seria complexa e repetitiva. Neste caso, a reformulação da metodologia pedagógica em relação à disciplina, uma vez detectadas essas limitações, é essencial. Buscar novas estratégias lúdicas e interativas através, por exemplo, da exploração de jogos pedagógicos e recursos audiovisuais, pode ser uma alternativa para diversificar os métodos de ensino e aprendizagem da disciplina.

Além disso contextualizar o que é ensinado com elementos do cotidiano do estudante (filmes, músicas e outras mídias), com os quais ele é mais familiarizado, mostra-se um caminho razoável para despertar seu interesse e motivação em relação à disciplina. Em todos os casos a questão básica é a necessidade do educador de rever seus procedimentos metodológicos e adequá-los às necessidades e ao ritmo de aprendizado dos alunos de um modo geral, para que todos possam ter aproveitamento satisfatório. Junto com a coordenação pedagógica, os demais docentes e a equipe de gestão escolar, detectar as dificuldades observadas em sala de aula e no desenvolvimento dos alunos, traçar metas, avaliar resultados e se necessário aperfeiçoar o currículo e as práticas pedagógicas, quantas vezes se mostrar oportuno.

PASSO 2

Em relação à estrutura curricular da escola como um todo, conforme observamos no caso de Leandro e Adriana, é possível avaliar as estratégias metodológicas (a partir das disciplinas de Língua Portuguesa e Inglesa) como consideravelmente limitadas e restritas. Isso fica claro, por exemplo, no uso quase exclusivo de abordagens e avaliações teóricas ou escritas, sem considerar as especificidades de aprendizado de cada aluno, suas limitações, aptidões, interesses, o contexto social e a realidade em que vivem.

Um currículo burocratizado e sem uma abordagem interdisciplinar, neste caso, contribui para que sejam desenvolvidas sérias limitações de aprendizado dentro da escola. É necessário que as disciplinas dialoguem entre si e com todos os fatores que envolvem o cotidiano dos alunos, para que eles tenham interesse em aprender. O currículo deve ser constantemente revisto, redefinido e atualizado, não se prendendo de modo geral (principalmente na didática e na metodologia) aos modelos de