SAMBAQUIS: PRESERVANDO UM PEDAÇO DA HISTORIA
Por: Carolina234 • 5/5/2018 • 2.013 Palavras (9 Páginas) • 308 Visualizações
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O que são os sambaquis?
São grandes amontoados artificiais de matérias orgânicos e calcário, feitos ao longo do período por povos que habitavam a região que chegam a medir de 10 a 30 metros de altura. A palavra sambaqui é originaria do tupi guarani “Tambaqui”( “Tamba” – Marisco e “Ki” – Amontoamento) que significa amontoado de conchas. Estes amontoados não contém apenas conchas diversificadas, mas também contêm ossos de mamíferos, equipamentos primitivos de pesca, cerâmica, objetos de arte e em alguns, urnas funerárias. (RATIER)
Os sambaquis não são apenas um depósito de lixo como se pensou durante anos, mas na verdade é uma construção, um monumento que servia para identificar o grupo que habitava a região. (RATIER)
Pouco se sabe sobre os povos sambaquianos, pois a maioria das jazidas está em péssimo estado de conservação ou destruídas e por serem um povo muito antigo, que viveram na região há 6000 anos, antes mesmos da chega das tribos Tupis.
O pouco que se sabe é que viviam quase sempre no litoral, próximo de lagoas e mares. A base de sua alimentação era composta de peixes, moluscos, pequenos mamíferos e vegetais. Retiravam do ambiente todos os recursos necessários para sobrevivência através da caça, da pesca e coleta de alimentos e alguns grupos utilizavam da agricultura.(PROUS, 2006) Sendo que estes povos em sua maioria eram sedentários e apenas um pequeno grupo era nômade, ao contrário do que se pensava antigamente os povos sambaquianos eram fixos nas regiões onde viviam.
Viviam em grupos pequenos, não ultrapassavam 100 pessoas. Eram pessoas de baixa estatura e dentes desgastados decorrente do consumo de alimentos duros e abrasivos e vivendo em média de 30 a 35 anos de idade. ()
Não se sabe ao certo a causa do desaparecimento deste povo, mas há duas hipóteses plausíveis para este ocorrido uma delas seria que os sambaquianos entraram em conflito com outras tribos indígenas que apareceram na região, a outra seria que com o surgimento de outras tribos os mesmos tenham se unidos a eles. (forumeja.org.br>)
Um dos primeiros a registra e catalogar estes sambaquis no Brasil foi o Padre João Alfredo Rohr, considerado como o maior escavador brasileiro e o pai da arqueologia de Santa Cantarina.
Sendo este um dos primeiros arqueólogos a catalogar os sambaquis na região sul de Santa Catarina. Subseqüentemente catalogando as principais jazidas de Capivari de Baixo, Capiva I e Capiva II.( BARBOSA et al, ,2007.)
Importância da preservação
Muitas pessoas já ouviram falar que o litoral sul de Santa Catarina possuir sítios arqueológicos importantíssimos chamados de sambaquis.no qual são espaços de referência, que ajudam a compreender o processo de ocupação do ser humano em nosso continente. No entanto só em Capivari de Baixo, mas em outras regiões o que vem ocorrendo é a ocupação irregular das áreas de preservação dos mesmos onde temos culpas parcialmente juntamente com o poder público que não sabe onde ao menos começa e termina as áreas de preservação dos sambaquis.
Por serem talvez uma das primeiras civilizações brasileiras, os sambaquis deveriam estar integrados na cultura de cada cidade trazendo a informações necessárias para preservação e conhecimento do mesmo. “Métodos de preservação precisam ser implantados nas cidades e a lei 3.924 de 1961 precisa ser cumprida para que estes locais permaneçam intactos”.( BARBOSA et al, ,2007.)
Depredação das jazidas arqueológicas de Capivari de Baixo
Na cidade Capivari de Baixo localizam-se três jazidas arqueológicas sendo elas Capivari I, Capivari II, e Ilhotinha. A Capivari I e Capivari II foram registradas e catalogadas pelo Padre João Alfredo Rohr em 1975. Sendo que Capivari I possui a dimensão 200x150 por 6 m de espessura e Capivari II possui 80m por 4 m de espessura. .( BARBOSA et al, ,2007.)
Já Ilhotinha ( Capivari III) foi catalogada por uma equipe de arqueólogos da USP e da Unisul, tendo como dimensão 29x24 por 3 de altura. ( Assunção, 2010)
Ambas as três jazidas sofrem com o descaso e a depredação do homem. A situação desses sambaquis hoje é muito preocupante, pois não sofrem apenas com depredação, mas com o descaso do poder público e da comunidade.
Sendo um dos grandes problemas sofridos principalmente pelo Capiva I e Capiva II é a ocupação irregular. Os órgãos responsáveis fazem vista grossa para as ocupações sobre as jazidas, sendo que as jazidas deveriam estar cercadas e devidamente demarcadas, para facilitar a preservação e fiscalização da área.( BARBOSA et al, ,2007.)
O caso de Ilhotinha não está muito diferente das demais jazidas, porém a mesma sofre com a depredação direta do homem, pois se localiza em um alagado de cultivo de arroz e um pedaço seu foi destruído para a construção de uma estrada dividindo o sambaqui no meio dando á forma de uma meia laranja para dar acesso da sede da fazenda á plantação. (Assunção, 2010)
Estas depredações ocorrem principalmente pela falta de informação da população, sendo este o problema mais graves, pois a comunidade não tem conhecimento da existência dos sambaquis na região ou muito menos que residem sobre eles. Desta forma não sabem como proceder nestas situações ou que estão fazendo algo irregular.
Sendo assim, há a necessidade encontrar soluções imediatas, antes que haja uma depredação total nas jazidas e mais uma página de nossa história seja apagada.
Possível solução
Inicialmente deveria ocorre a demarcação destas áreas e desapropriação das edificações construídas sobre as jazidas de forma ilegal, realocando estas pessoas em outra localidade. E em seguida mostra à população a importância da preservação dos sambaquis, primeiramente através de programas educacionais que atinjam as redes de ensino pública e privada da região _ ensinado as crianças de uma forma lúdica, o que são os sambaquis, quem construiu, qual a importância de preservação, e porque estudá-los.
Educar as crianças sobre a importância da conservação do patrimônio cultural é extremamente importante, pois crianças bem educadas tornam se adultos conscientes e que lutam pela preservação. (FERREIRA. 2013).
Em seguida seria a abordagem direta à população em geral agindo em espaços públicos levando informação até os mesmos, através de cartazes, folder, palestras e mídia em geral.
Proposta
Para
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